
Directed by Jon Turteltaub
O mundo do cinema estava carente por uma aventura que prezasse pela aventura em si, como um simples atrativo para proporcionar puro entretenimento para o espectador. Até que, em 2004, Nicolas Cage encarnou um aventureiro à moda antiga que caiu nas graças do público.
Como em time que está ganhando, não se meche, principalmente quando se está falando de retorno financeiro, Nicolas Cage está de volta como Ben Gates, um caçador de tesouros moderno, que se vê envolto por mistérios do passado que levam ao esclarecimento de importantes eventos da história da América. Porém, desta vez, o nome da família do protagonista também está em jogo.
O aparecimento de uma página de um diário do assassino John Wilkes Booth incrimina o tataravô de Benjamin Gates (Nicolas Cage) como um dos participantes da conspiração que culminou no assassinato do presidente americano Abraham Lincoln. Ao examinar a página do diário, Gates descobre um código que o leva a outras informações escondidas em diversos lugares ao redor do mundo, de Paris a Londres, finalizando em Washington DC. Junto de seu pai Patrick Gates (Jon Voight) e sua mãe Emily (Helen Mirren), além da ex-namorada Abigail (Diane Kruger) e do parceiro de aventuras Riley (Justin Bartha), ele corre atrás de uma das maiores descobertas históricas da era moderna, além da eliminação das acusações contra seu antepassado.
Desde o Oscar de melhor ator, Nicolas Cage tem tido altos e baixos ao longo da carreira. Bons exemplos são Cidade dos Anjos, 8MM, A Outra Face, Adaptação e O Senhor da Guerra. Porém, os maus exemplos vêm igualmente aos montes: Olhos de Serpente, o remake O Sacrifício, 60 Segundos, e o mais recente Motoqueiro Fantasma. Mesmo assim, ele é sinal de boas bilheterias e isso é mais do que importante para os grandes estúdios. Portanto, porquê arriscar? Nesta produção, ele atua no automático, resgatando muito dos elementos que lhe trouxeram sucesso em outras produções. Mesmo assim consegue ser adequado ao filme. Ele não tem a mínima fração do charme bruto de Harrison Ford na trilogia original do mais famoso arqueólogo de todos os tempos, mas consegue sustentar seu personagem e manter a atenção da platéia com boas doses de humor e ação.
Aliás, o grande destaque do filme são exatamente os coadjuvante de Nicolas Cage, que o suportam por toda a trama. Em termos de interpretação e empatia, dão um show no dono do filme. Diane Kruger, ex-modelo e dona da exuberante Helena, em Tróia, com Brad Pitt e Eric Bana, é competente para ao menos manter o mesmo nível do filme anterior. Porém, Justin Bartha continua extremamente simpático e engraçado como o parceiro nerd de Ben Gates, Riley Poole; nada mal para quem praticamente estreou no cinema em Gigli, com Ben Affleck (na fase canastrão sem talento) e Jennifer "Bumbum" López. Agora, o show mesmo, fica por conta dos oscarizados Jon Voight e Helen Mirren, que interpretam, com graça e empatia, os pais separados do protagonista, que não se viam há mais de 20 anos. A química entre os dois em cena é notável e tão forte, que chega a ser palpável. Isso prova o porquê de eles fazerem parte da lista dos grandes atores e atrizes do cinema de ontem e hoje. Isso sem contar com as boas presenças de Harvey Keitel, retornando como um agente do FBI, e Ed Harris, como o antagonista de Ben Gates.
O roteiro dos Wibberleys, Cormac e Marianne (também roteiristas do primeiro filme), é totalmente dirigido para a ação rápida e comédia descompromissada, o que é mais do que uma atração para o grande público que busca o escapismo do cinema como pura diversão. Funciona bem, mesmo com algumas falhas entre um ato e outro, sem contar com todo o frisson e folclore sobre a história dos Estados Unidos da América.
O diretor Jon Turteltaub, com alguns bons filmes no curriculum, consegue imprimir o ritmo do roteiro de maneira adequada e que não deixa a peteca cair a qualquer momento, com os mistérios sendo resolvidos rapidamente, sem dar tempo para que os espectadores pensem à respeito.
Ao contrário dos filmes de Indiana Jones, este é bastante leve e sem nenhuma linguagem ou atos inapropriados para os pequeninos, tanto que o primeiro filme só foi lançado pelo selo da Disney depois que recebeu a classificação PG (adequado para crianças desacompanhadas). Antes disso, havia planos para ser lançado pela Touchstone Pictures.
Excelente pedida para sessões de matinê com os amigos ou com a própria família mas, com certeza, é um filme que não será lembrado mais para o futuro, mesmo que seja próximo. Se um filme com tais propriedades causou um bom impacto nas bilheterias e na crítica, imaginem como será a recepção do próximo filme de um tal Dr. Jones.
Nota: 6.5/10
Felipe Edlinger
15 de maio de 2008
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