...e assim caminha a humanidade...

"Não tenha medo da perfeição. Você nunca vai atingí-la." (Salvador Dali)
"Et quacumque viam dederit fortuna sequamur." (Virgílio)
"Always think about a coloured tequila sunrise life." (Felipe Edlinger)
"Foda-se a balada, o que importa é a companhia." (Felipe Edlinger)
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domingo, 30 de novembro de 2008

[MovRev] Mestres do Universo

(Masters of the Universe)

Dirigido por Gary Goddard

Quem conhece o Castelo de Greyskull que levante um das mãos! Ou ainda, quem se lembra da Feiticeira, Mentor e Teela, do Esqueleto, Homem-Fera e, acima de tudo, de He-Man, o homem mais forte do universo. Provavelmente, você deve estar com umas das mãos no ar agora, lembrando-se dos desenhos e dos bonequinhos articulados da Mattel.

He-Man e os Mestres do Universo foi um grande sucesso na, para muitos, saudosa década de 1980. Um dos expoentes da animação americana à época, He-Man, juntamente com sua irmão She-ra, povoou as aventuras das crianças (hoje, trintões) na eterna luta contra as forças do mal.

Sinônimo de êxito, até nas décadas seguintes, seja com reprises ou novas versões, poucos se lembram da verdadeira origem de He-Man. O personagem apareceu, na verdade, em função do filme Conan, com Arnold Schwarzenneger, para o qual a Mattel (fabricante de brinquedos mundialmente conhecida) criou uma série de bonequinhos articulados. Porém, como o filme do guerreira bárbaro foi considerado muito violento e a empresa não queria ser relacionada a algo tão pesado para as crianças, a linha de bonecos foi reformulada (para o padrão He-Man que conhecemos) e uma série de desenho animado foi encomendada para alavancar as vendas dos brinquedos. Mas, para nossa sorte, o desenhos fez sucesso e acabou durando duas temporadas, com 65 episódios cada uma.

Infelizmente, esta primeira adaptação dos desenhos para as telonas só pode ser classificada como... bem... lixo! É difícil dizer o que é pior na fira, se são os atores, a produção, a história, os efeitos especiais ou a adaptação por si só. Para os saudosistas ou para os marinheiros de primeira viagem nas histórias do He-Man, o produto final não passa apenas de um péssimo programa de final de tarde, nas sessões de cinema do SBT.

O Mundo de Etérnia está enfrentando os derradeiros momentos da eterna luta entre o Esqueleto (Frank Langella) e os poderes do Castelo de Greyskull. Depois de ter aprisionado a Feiticeira (Christina Pickles), o vilão tenta subjugar He-Man (Dolph Lundgren) e seus amigos. Contando com uma chave cósmica, desenvolvida pelo chaveiro Thenoriano Gwildor (Billy Barty), que pode levá-lo à qualquer lugar da galáxia, o Esqueleto está quase atingindo seus objetivos. Porém, uma outra chave cósmica transporta He-Man, Mentor (Jon Cypher) e Teela (Chelsea Field) para o planeta Terra, até onde o Esqueleto pretende segui-los para reaver a outra chave e derrotar, de forma definitiva, seu arqui-inimigo, He-Man.

Mesmo sendo um filme do final da década de 1980, os 22 milhões de dólares (!!!) gastos na produção, com certeza, poderiam ter gerado um resultado muito melhor. Mesmo porque um resultado pior seria um tanto quanto difícil. Os efeitos são de terceira categoria e não adicionam valor algum à produção (vejam que, uma década antes, George Lucas e Steven Spielberg já haviam marcado época, pensando fora da caixa). O figurino e a maquiagem fazem com que os personagens não se pareçam em nada com o desenho original, terminando em caracterizações pobres e sem o mínimo de imaginação e qualidade (onde se viu o Esqueleto ter um rosto que mais se parece com pele debaixo de argamassa!).

Dolph Lundgren mostra mais uma vez que, como ator, continua sendo um excelente lutador campeão de caratê. Dono de mullets ridiculamente oxigenados (tudo bem que o cabelinho com franja do He-Man dos desenhos não era muito melhor), não se assemelha em nada com o personagem principal da série. Diz a lenda que o papel do guerreiro teria sido de Arnold Schwarzenneger, mas por ele ser muito maior e mais forte, ele não conseguia puxar a espada das costas; dessa maneira, o papel acabou indo para Dolph Lundgren que, convenhamos, é bem pior do que Schwarzie.

Mestres do Universo foi o primeiro trabalho de Gary Goddard como diretor e, felizmente, o último. Especializado na criação de brinquedos, com temas de filme, para parques de diversão, ele voltou ao ramo da diversão e abandonou a indústria cinematográfica. Ou terá sido o meio que o abandonou? David Odell, por sua vez, conseguiu entregar outro roteiro "brilhante" como seu Supergirl, de 1984. Depois deste filme aqui, não assinou mais nenhum trabalho em Hollywood. É a sina de Mestres do Universo.

O versátil e bom Frank Langella paga mico geral como o Esqueleto, que não mete medo nem em criancinha de colo. Meg Foster encara uma maquiagem gótica tosca de Maligna. O falecido anão Billy Barty, com mais de 160 trabalhos no currículo, chega ao ponto baixo da carreira (ok, trocadilho idiota), sendo indicado para o Razzie Award de Pior Ator Coadjuvante. Justiça seja feita.

Curiosidade para Courtney Cox (a eterna Monica Geller, da série F.R.I.E.N.D.S.) em um de seus primeiros papéis no cinema, já com 23 anos de idade. James Tolkan, o eterno Diretor Strickland, da trilogia De Volta para o Futuro, faz o papel do policial durão, enquanto Christina Pickles encarna a Feiticeira. Por coincidência, ela fez o papel de Judy Geller, a mãe da personagem de Courtney Cox, também na série dos seis amigos da Warner.

Independente da época, da empolgação e do otimismo, Mestres do Universo é um filme muito ruim. Parelho (ou seja, tão "bom" quanto) com a versão de As Minas do Rei Salomão, que contava com o canastrão Richard Chamberlain no papel principal de Allan Quatermain, é uma pena que a adaptação não esteja a altura da força de He-Man. Se fosse para comparar, estaria mais para um Príncipe Adam, tímido, fraco e com roupagem duvidosa. E continuemos torcendo para que o produtor Joe Silver (Matrix, V de Vingança, Speed Racer) mantenha em mente seu plano para fazer uma nova adaptação. Ele, sim, tem a força!

Nota: 3,8/10

Direção: Gary Goddard
Roteiro: David Odell
Elenco: Dolph Lundgren & Frank Langella & Meg Foster & Billy Barty & Courteney Cox & Robert Duncan McNeill & Jon Cypher & Chelsea Field & James Tolkan
Estréia: Agosto de 1987
Gênero: Fantasia & Ação & Aventura
Duração: 106 minutos
Distribuidora: Columbia TriStar
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por Felipe Edlinger
30 de novembro de 2008
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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

[MovRev] [•REC]

([•REC])

Dirigido por Jaume Balagueró & Paco Plaza

Quando um padrão é criado e resulta em sucesso, a indústria tendencia a seguir o exemplo e tentar garantir algumas verdinha a mais, vide o caso da série decadente Jogos Mortais. Porém, esta pérola do cinema espanhol, [•REC] é uma reinvenção ou, ao menos, um melhoramento sensível de um padrão iniciado pelo bom e hypado Bruxa de Blair que, em minha opinião, é fantástico devido à inovação trazida ao gênero terror e pela estratégia de marketing, simplesmente brilhante, utilizada para sua divulgação.

A fórmula pode ter sido copiada à exaustão por outras obras, culminando no excelentemente bem produzido (J.J. Abrams, senhoras e senhores) Cloverfield, que tapeou muito bem os telespectadores, dizendo ser um filme revolucionário. Que, cá entre nós, de revolução não mostra nada, uma vez que os elementos da trama eram basicamente os mesmos do saudoso Bruxa de Blair.

[•REC], assim como o parente distante da floresta de Blair, é um filme muito bom e surpreendente, que ganhou forças na divulgação boca-a-boca, criando uma horda de fãs e entusiastas, que lotaram as salas em que o filme estava sendo exibido, mesmo que por pouco tempo. O longa é tão bom, que bateu o recorde de velocidade na geração de adaptações e remakes para o mercado americano. Chegando com um ano de atraso ao mercado brasileiro por razões óbvias para o grande público (qualé, filme espanhol sem Almodóvar?), quase é lançado ao mesmo tempo que a obra gêmea yankee, Quarentena; bem inferior que o original, dizem os especialistas. Isso somente comprova a falta de inspiração de Hollywood para produzir obras de qualidade e não de quantidade, como se vê comumente.

A indústria americana de terror parece estar indo em direção do cemitério (sem trocadilhos alguns) ou então resolveram não mais esconder que pagam uma homenagem (pra não dizer outra coisa, se você me entende) enorme aos mestres orientais (de O Chamado, Espíritos, O Grito, etc.) do gênero. E agora, aos Europeus. No ritmo das coisas, não tarda a vermos Zé do Caixão (Coffin Joe) falando a língua da Rainha.

A repórter Ángela Vidal (Manuela Velasco) e seu cameraman Pablo (Pablo Rosso) fazem uma reportagem para o programa "Mientras Usted Duerme" (Enquanto Você Dorme), tendo como tema a realidade do Corpo de Bombeiros de Barcelona durante a madrugada. Eles acompanham os bombeiros Manu (Ferran Terraza) e Álex (David Vert) durante um chamado para resgatar uma senhora de idade, que caiu em seu apartamento. Chegando lá, encontram todos os residentes reunidos no saguão do antigo prédio, reclamando que a idosa gritava feito louca. Partem, então, para averiguar o caso, mas, o que parecia um trabalho de rotina, se transforma em uma noite de horror para todos os presentes.

Resumidamente, [•REC] aplica todos os recursos de Bruxa de Blair e Cloverfield, mas modifica algo essencial para fazer a diferença. Enquanto Bruxa de Blair abusa do terror psicológico, sendo a própria bruxa, nada além de especulação, Cloverfield também mantém seu monstro afastado dos protagonistas, aparecendo de tempos em tempos, longe do foco da atenção. [•REC], ao contrário dos parentes mais próximos, mostra (e muito bem mostrado) toda a razão do desespero dos residentes do prédio, onde é filmado. [•REC] é um filme de terror em primeira pessoa, misturado com o melhor das produções sobre zumbis. Apenas para complementar a sinopse, o foco do horror é a contaminação por um vírus que transforma as pessoas em mortos-vivos comedores de carne humana.

Outro ponto diferencial a favor do filme espanhol é o fato de utilizar um cinegrafista profissional para realizar as gravações em primeira pessoa, o que dá um ar muito melhor à produção. Bruxa de Blair utilizava equipamentos profissionais com amadores no comando e Cloverfield utilizou equipamentos amadores com um Zé Mané da vida gravando. Pablo Rosso, o cinegrafista do filme espanhol, já trabalhou com o diretor Balagueró em outras produções e, nesta fita faz papel duplo, como ator e técnico. Desta maneira, as imagens ficam com qualidade muito superior, muito menos tremidas e muito mais coesas, evitando a náusea tradicional causada nas outras duas produções.

[•REC] transpira realidade (com exceção dos comedores de carne, é claro!), principalmente em função dos bons atores espanhóis presentes na trama. Destaque para a personagem principal da bela Manuela Velasco (que, na versão americana, ficou com Jennifer Carpenter, de O Exorcismo de Emily Rose) e para os bombeiros de Ferran Terraza e David Vert. Para melhorar ainda mais a interpretação, algumas cenas foram filmadas sem que os atores soubessem o que aconteceria, repetindo a tática utilizada pelos diretores de Bruxa de Blair, Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, o que aumentou a intensidade das respostas dos personagens vertiginosamente.

A direção e o roteiro dos amigos Jaume Balagueró e Paco Plaza são acertados e muito consistentes, com bons cortes contextuais (afinal de contas, a filmagem é feita em primeira pessoa) que elevam ainda mais o suspense. As muitas passagens de câmera, com panorâmicas e zooms, deixam a platéia arrepiada com momentos de altíssima tensão e terror, que pairam no ar durante todos os 80 minutos do filme.

Alguns momentos chegam a ser cômicos, em especial no começo do filme, mas nada ligado às cenas de terror em si, e sim, devido a postura da repórter, frente à falta de ação de sua matéria, e ao próprio idioma espanhol. Para os brasucas de plantão, a língua ibérica chega a ser engraçada devido aos sotaques diferentes e expressões que, em português, têm outros significados. Em alguns momentos, é possível escutar o cinema vindo a baixo em risadas, mas que logo cessam para serem substituídas por gritos de susto e expressões do tipo "acaba logo", "pu** mer**" e "caraaaacaaaa". Demais!

Os efeitos especiais e sonoros, apesar de poucos, são bastante convincentes e fazem muito bem o papel de garantir a "verossimilhança" dos acontecimentos. Mesmo com uma trama simples e, aparentemente, sem pé nem cabeça (com pura ação e puros sustos), o resultado é bem palpável e crível.

Totalmente filmado em locações reais na cidade de Barcelona, na Espanha, nenhum set foi construído para a produção, que já tem uma continuação agendada para 2009 (?). [•REC] é mais um exemplo de filmes com baixo orçamento e de enorme sucesso e aceitação de crítica e público. É algo que peca no cinema americano, que pensa que efeitos e produção exacerbada substituem uma boa história. Novamente, [•REC] é uma grata surpresa que nos diz que precisamos, cada vez mais, valorizar as produções que saem de outros países (em especial, do nosso Brasilzão), além dos enlatados da terra do Tio Sam.

Se você é um fã de filmes do gênero, [•REC] é um programa mais do que obrigatório. Não recomendo comprar refrigerantes e pipocas para assistí-lo, caso não queira ver seus quitutes jogados no chão, depois dos trinta minutos iniciais da fita. A sucessão de sustos é tão grande que, com certeza, marmanjos parecerão crianças, vendo seu primeiro filme de terror, com o dedão na boca. Depois, não diga que não avisei.

Nota: 8,2/10

Direção: Jaume Balagueró & Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró & Paco Plaza
Elenco: Manuela Velasco & Ferran Terraza & Pablo Rosso & David Vert & Jorge Serrano & Vicente Gil & Carlos Vicente
Estréia: Outubro de 2007
Gênero: Horror & Thriller
Duração: 80 minutos
Distribuidora: Filmax
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por Felipe Edlinger
27 de novembro de 2008
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

[Gen] Putz, esse eu sabia!

Ok, de tempos em tempos nos perguntamos (ou nos perguntam) sobre os nomes de alguns personagens de desenhos animados do século passado (ou milênio, como alguns podem preferir). Se isso tem alguma utilidade, fora a capacidade de reter informações inúteis no cérebro, eu não sei... mas que dá um alívio lembrar do maldito nome do último dos sete anões, ah, isso dá!

Nomes dos 7 anões:
• Atchim, Soneca, Zangado, Feliz, Dengoso, Mestre, Dunga

Nomes das 8 renas de Papai Noel:
• Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner, Blitzen (inglês)
• Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago (português)

Nomes dos 6 heróis de Caverna do Dragão:
• Hank (Ranger), Eric (Cavaleiro), Sheila (Ladra), Presto (Mago), Diana (Acrobata), Bobby (Bárbaro)

Nomes dos 8 ThunderCats originais:
• Lion-O, Jaga, Tygra, Panthro, Cheetara, WilyKit, WilyKat, Snarf.

Nomes dos 4 ThunderCats novos:
• Ben-Gali, Pumyra, Lynx-O, Snarfinho.

Nomes dos 5 Mutantes, inimigos dos ThunderCats:
• Escamoso, Simiano, Chacal, Abutre, Ratáro.

Nomes dos 6 gatos da Turma do Manda-Chuva:
• Manda-Chuva, Batatinha, Bacana, Gênio, Xuxu, Espeto.

Nomes do trio de Os Impossíveis:
• Homem-Mola, Homem-Fluido, Multi-Homem.

Nomes dos 3 humanos de Os Herculódeis:
• Zandor, Tara, Dorno.

Nomes dos 5 monstros de Os Herculódeis:
• Zok, Igoo, Tundro, Gloop, Gleep.

Nomes dos 6 componentes da equipe de Os Caça-Fantasmas:
• Egon, Ray, Winston, Peter, Janine, Geléia.

Nomes dos 11 Competidores de A Corrida Maluca:
• Dick Vigarista (nº00), Irmãos Rocha (nº01), Cupê Mal-Assombrado (nº02), Professor Aéreo (nº03), Barão Vermelho (nº04), Penélope Charmosa (nº05), Sargento Bombarda (nº06), Quadrilha da Morte (nº07), Tio Tomás (nº08), Peter Perfeito (nº09), RufusLenhador (nº10).

Nomes dos 7 integrantes da Quadrilha da Morte:
• Clyde (o líder), Dum-Dum (o bobo), Pockets (o inventor), Zippy (o super-veloz), Snoozy (o dorminhoco), Softy (o chorão), Yak Yak (o nervoso).

Nomes das 3 gatinhas de Josie e as Gatinhas:
• Josie, Valéria, Melody.

Nomes de mais de 10 smurfs:
• Papai Smuirf, Smurfete, Ranzinza, Cozinheiro, Gênio, Fazendeiro, Joca, Robusto, Desastrado, Fominha, Vaidoso, Arquiteto, Falador, Sassete.

Nomes dos 6 Silver Hawks:
• Com. Stargazer, Quicksilver, SteelHeart, SteelWill, Bluegrass, CupperKid.

Nomes dos 9 inimigos dos Silver Hawks:
• Mosntro Estelar, Lagartão, Serrível, Minotauro, Terremoto, Molecular, Trapaceiro, Da Pesada, Melodia.

Nomes dos personagens principais de Turma da Pesada:
• Bianca, Troy, Larke, Gig, Jett, Switchboard, Radley, Tara, Shanelle, Nikki, Chester.

Nomes dos 6 Ursinhos Gummy:
• Pancinha, Bronquinha, Soninha, Maguinho, Tiquinho, Vózinha.

Nomes dos 5 vilões mais comuns de Pica-Pau:
• Leôncio, Zeca Urubu, Zé Jacaré, Dooley, Meany Ranheta.

Nomes dos 4 amigos Snorks:
• AllStar, Casey, Daphney, Dimmy.

Nomes dos Super-Amigos:
• Super-Homem, Batman, Robin, Mulher Maravilha, Aquaman, Lanterna Verde, Flash, Gavião Negro, Mulher Gavião, Átomo, Arqueiro Verde. Vulcão Negro, Super Gêmeos (Zan e Jayna), Gleek, Chefe Apache, SAmurai, Wendy, Marvin e Marvel, El-Dorado.

Nomes dos 6 amigos de Friends:
• Ross Geller, Monica Geller, Chandler Bing, Rachel Green, Joey Tribbiani, Phoebe Buffay

Nomes dos 4 Fantásticos:
• Reed Richards (Sr. Fantástico), Sue Storm (Mulher Invisível), Johnny Storm (Tocha Humana), Ben Grim (O Coisa).

Nomes dos 10 Muppet Babies:
• Caco, Piggy, Gonzo, Animal, Fozzie, Rowlf, Scooter, Skeeter, Bunsen, Beaker.

domingo, 23 de novembro de 2008

[MovRev] Todas Contra John

(John Tucker Must Die)

Dirigido por Betty Thomas

Em todas as escolas, podemos encontrar o estereótipo de John Tucker, que é mostrado neste filme. John é "o Cara" com "C" maiúsculo. Todos os populares o amam e todos os nerds o odeiam. Nada mais comum para uma vida de adolescentes com hormônios em polvorosa.

Lembro até hoje de minha época de colégio, quando tínhamos um colega que todos achavam engraçado, mesmo quando ele não era. Aquele "John" poderia contar qualquer piada sem graça (inclusive as de pontinhos e elefantes), que todas as pessoas da sala cairiam em gargalhadas. Em compensação, havia o típico gordinho feio e chato, apelidado de Geléia (nem ao menos sei o porquê... hehehe), que todos adoravam sacanear. Por mais engraçada que fosse a história que ele contasse, todos fariam "buuuuu" ou "dããããã". Simplesmente assim, John Tucker e não John Tucker.

John Tucker (Jesse Metcalfe) é o cara mais popular da escola. Capitão do time de basquete, ele é o modelo para todos os garotos e o sonho de consumo de todas as garotas. Talentoso, sexy, elegante e galanteador, ele namora três garotas, ao mesmo tempo: Heather (Ashanti), a líder de torcida, Beth (Sophia Bush), a mulher "experiente", e Carrie (Arielle Kebbel), a melhor aluna e líder nata. Por uma coincidência, elas ficam sabendo que namoram o mesmo cara, ao mesmo tempo, e resolvem bolar um plano infalível para acabar com a raça dele. É aí que entra a novata na escola, a tímida Kate (Brittany Snow), que vira a isca perfeita para descobrir os pontos fracos de John e, então, leválo a uma derrota que ele nunca mais esquecerá.

Normalmente, amamos ou odiamos os John Tucker da vida, não havendo meio termo. Mas aqui, é bem possível simpatizar com o protagonista, mesmo porque as situações em que ele é envolvido o elevam ao real patamar de "o Cara". Todas Contra John é surpreendentemente engraçado, com situações hilárias, que se tornam ainda mais engraçadas pelas diversas maneiras (absurdas ou incríveis, como prefiram) como John se safa delas.

O trio de namoradas traídas é um espetáculo, com exceção, talvez, da "cantriz" Ashanti, que encarna, sem graça alguma, a líder de torcida com atitude e vagabunda convencida. Em compensação, Sophia Bush continua linda como sempre foi na série One Tree Hill. Arielle Kebbel completa o trio, mais gracinha do que nunca, agora com mais postura do que em American Pie 4: Tocando a Maior Zona.

Um destaque vai para o próprio Jesse Metcalfe, que encarna o tal John do filme, com comportamento condizente a sua condição de rei do pedaço. Outro vai para a simpatia da loirinha Brittany Snow, do seriado American Dreams, e que também atuou ao lado de John Travolta, no novo Hairspray. Meiga como nas outras produções pelas quais passou, ela se revela tão "boa" (sim, com duplo sentido) quanto as amigas da produção. Da mesma maneira que Rachel Leigh Cook deixou de ser a nerd sem graça para virar um mulherão em Ela é Demais (1999).

O roteiro do filme não tem nada de mais, mas uma história bastante simples que garante o tempero com as situações cômicas. O resultado é bom para a proposta e poderia até servir de exemplo para pretensos reis da comédia que andam surgindo por aí. Nada complexo, simplesmente engraçado. E com um final que dá um tom mais irônico à trama, que muitos irão gostar.

A direção é digna de filmes da Sessão da Tarde, da Rede Globo, por manter aquele climão de filme com pipoca e Guaraná. Isso graças a diretora Betty Thomas, realizadora de filmes regulares, daqueles que não mudam nada em nossa vida, mas que garantem alguns momentos interessantes. Ela fez comédias como Doutor Dolittle e Eu, Espião, e ainda dramas como 28 Dias.
Com relação à Todas Contra John, diz a lenda que ela quis fazer a versão adolescente de O Clube das Desquitadas, de 1996, com Goldie Hawn, Bette Middler e Diane Keaton.

O roteirista Jeff Lowell faz seu debut em filmes para o cinema, depois de mais de dez anos roteirizando séries para a televisão. Sua próxima obras nos cinemas é Um Hotel Bom pra Cachorro, comédia infantil água-com-açúcar que estréia em 2009.

Todas Contra John é uma comédia adolescente que arranca diversas risadas da platéia, sem ser escatológica como o padrão americano do gênero, nos dias de hoje. Mesmo sendo um filme para adolescentes, os adultos também se divertem à beça, tanto homens quanto mulheres; os homens pelo fato d'o Cara se safar de todas, as mulheres, pelos planos mirabolantes para se vingar dele. De qualquer maneira, é sempre por causa de John Tucker.

Nota: 6,0/10

Direção: Betty Thomas
Roteiro: Jeff Lowell
Elenco: Jesse Metcalfe & Brittany Snow & Ashanti & Sophia Bush & Arielle Kebbel & Penn Badgley & Jenny McCarthy
Estréia: Julho de 2006
Gênero: Comédia
Duração: 89 minutos
Distribuidora: 20th Century Fox
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por Felipe Edlinger
23 de novembro de 2008
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

[MovRev] Jogos Mortais V

(Saw V)

Dirigido por David Hackl

Quatro anos atrás, fomos apresentados à um novo formato de filmes de terror. A obra que introduziu a nova onda de tramas sobre serial killers, foi Jogos Mortais, uma fita que eu somente poderia classificar como genial. Com uma temática diferente dos padrões de filmes do tipo, Jogos Mortais trouxe um assassino em série com justificativas mais humanas para seus atos de barbárie que, nem por isso, deixavam de ser absurdas.

Filme alternativo por natureza, a trama estrelada por Cary Elwes, Danny Glover e Monica Potter, criou um efeito dominó entre os fãs do gênero e virou cult movie imediato. A repercussão rápida fez com que as poucas salas de cinema em que era exibido à época do lançamento lotassem e as vendas dos DVDs estourassem assim que o filme chegou às lojas.

A fórmula tensão crescente + armadilhas elaboradas + final surpreendente fez o mundo conhecer o talento dos jovens James Wan e Leigh Whannell (ambos com 27 anos em 2004), grandes amigos que se conheceram no Instituto de Tecnologia de Melbourne, Austrália. Wan dirigiu e escreveu, ao lado de Whannell, o primeiro filme Jogos Mortais, enquanto o amigo protagonizou a obra.

Porém, no cinema, o sucesso tem seus pontos forte e fracos. Neste caso, a máquina registradora de Hollywood resolveu investir na franquia, o que se tornou algo bom e ruim para os fãs. Jogos Mortais se tornou uma referência para várias outras produções que queriam beber na mesma fonte, com expectativas de igual sucesso, como Armadilhas Mortais, Stay Alive - Jogo Mortal e Jogos Sangrentos, todos de 2006, porém, sem o mínimo da genialidade do original.

Além disso, cinco Halloweens depois do primeiro filme, nos deparamos com o quinto da série, que ainda promete muitos outros pela frente. Pessoalmente, como escrito acima, considero o primeiro filme uma obra genial, partindo do princípio que era original e alternativo. O segundo filme ainda contava com o talento de Leigh Whannell no roteiro e manteve os fãs bastante atentos porque foi possível continuar a trama de maneira lógica. Porém, o terceiro, mesmo com o talento de Wan e Whannell, se mostrou cansativo e repetitivo, o que já antecipava o fundo do poço da série, com o quarto e quinto episódios. Sem a presença efetiva dos criadores da série, as seqüências foram decaindo de qualidade (em todos os sentidos) até este descartável Jogos Mortais V.

Os fãs mais bobos do gênero sempre dirão "o filme é bom", "a trama é diferenciada" ou "o roteirista conseguiu se superar", mas a verdade única é que Jogos Mortais V simplesmente tenta reescrever tudo aquilo que vimos nos primeiros filmes, só que sob uma nova ótica. É uma tentativa de ainda manter o personagem Jigsaw ativo e, possivelmente, justificar mais algumas seqüências descartáveis para os próximos anos.

Os pontos altos dos filmes anteriores nem ao menos são utilizados aqui, como as mortes extremamente elaboradas e a quantidade de sangue jorrando na tela. Nesta continuação, existe uma tentativa de se (re) explicar os crimes cometidos por Jigsaw, utilizando os dois personagens principais de Jogos Mortais IV, o Detetive Hoffman (Costas Mandylor) e o Agente Strahm (Scott Patterson).

Os atores são fracos, incluindo os do filme anterior, a direção de David Hackal é incerta e capenga (ele foi promovido de Designer de Produção para Diretor!), e o roteiro é bastante forçado, dos amigos Patrick Melton e Marcus Dunstan, que fizeram, também, o filme anterior, e a "trilogia" Banquete no Inferno, que tem o terceiro filme programado para 2009. Bem produzido (eis que aparecem os Srs. Wan e Whannell), Jogos Mortais V pensa que é um filme grande, mas é, no final, um grande filme B, ao contrário do original que era quase um filme B reconhecido, mas que ganhou conceito e se tornou uma referência.

Não carece dizer do que se trata a trama, todo mundo já sabe. É mais uma daquelas histórias em que uma porção de gente morre, o mocinho tenta pegar o bandido e, no final "surpreendente", em meio a uma reviravolta, o bandido se safa mais uma vez.

Uma pena que algumas obras diferenciadas acabam recebendo seqüências desnecessárias (com exceção do ponto de vista dos cofres dos estúdios). O ponto é esperar pelo próximo Dia das Bruxas para ver qual será a nova "surpresa" da temporada. Mas, levando-se em consideração que já se foram cinco filmes e, ainda por cima, criaram uma seqüência para o clássico Garotos Perdidos, só nos resta esperar pelo pior. Quem sabe, meus filhos cheguem a assistir a pré-estréia de "Jogos Mortais XXV - O Retorno do Namorado da Filha de Jigsaw".

Nota: 4,7/10

Direção: David Hackl
Roteiro: Patrick Melton & Marcus Dunstan
Elenco: Tobin Bell & Costas Mandylor & Scott Patterson & Betsy Russell
Estréia: Outubro de 2008
Gênero: Thriller
Duração: 92 minutos
Distribuidora: Lionsgate
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por Felipe Edlinger
20 de novembro de 2008
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

[Web] Carta à Papai Noel

E, enquanto nós ainda nem começamos a tirar o pó dos enfeites de Natal, para montar as árvores e pendurar as meias na parede, parece que outras pessoas mais importantes já se adiantaram e entregaram em mãos a cartinha com os pedidos deste ano. Nada como um contato esperto de dentro da Fábrica para conseguir acesso ao que se quer.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[MovRev] 007 - Quantum of Solace

(Quantum of Solace)

Dirigido por Marc Forster

Daniel Craig é realmente o novo James Bond. Como em 007 - Cassino Royale, ele repete a fórmula de não apresentar os exageros impossíveis dos outros filmes mais antigos da franquia. Tudo é um pouco mais plausível do que nas outras aventuras, mas nada que seja simples ou tradicionalmente ortodoxo. É o mesmo agente 007 de sempre, porém, como no filme anterior, com uma roupagem mais moderna e um comportamento muito mais realista do que as piadas e gracinhas dos outros intérpretes da série.

Ele é a nova face do James Bond do século XXI, aquele cara diferente que não usa dispositivos e faz tudo na base da unha. Ótimo atrativo para quem, como eu, não suportava as idiotices e a falta de noção das produções anteriores, em especial as com Pierce Brosnan no papel do agente com licença para matar. Sem ser engraçadinho ou galã, ele é um James Bond amargurado, ranzinza e cheio de si, comportamento esperado para um agente no início de carreira como um 007. Lembre-se de que, em Cassino Royale, ele fez sua primeira missão como agente especial.

Quantum of Solace é mais um filme eficiente de seqüencias de tirar o fôlego, com perseguições de carros, ralis a pé (nos moldes da excitante perseguição inicial do primeiro filme), explosões e peripécias do maior e mais famoso agente do mundo do cinema.

O que peca é o lado "machão insaciável" de James Bond, com o qual estamos acostumados, depois de mais de 40 anos de filmes que assim o estigmatizaram. Aqui, ele nem ao menos fatura a mocinha, a lindíssima ucraniana Olga Kurylenko. Todo seu apetite está voltado para saciar sua sede de vingança pelo seu único verdadeiro amor, a também agente Vesper Lynd, que o traiu em Cassino Royale e depois, se sacrificou para salvá-lo.

Buscando vingança pela morte de sua amada Vesper (Eva Green), em Cassino Royale, James Bond (Daniel Craig) sai em missão solo para impedir um ambientalista sem escrúpulos de tomar posse dos suprimentos de água em um país latino-americano. Ao mesmo tempo, ele tenta desvendar os segredos por trás de uma organização que nem ao menos é conhecida pelo MI6. Poucas palavras para muita, mas muita ação, mesmo!

A boa escolha do nome de Marc Forster para dirigir o 22º filme (oficial) de Bond, James Bond, agradou aos fãs e garantiu a adrenalina que a série merece. Mesmo tendo sido diretor de dramas (muito bons, por sinal) como o perturbador A Última Ceia, o encantador Em Busca da Terra do Nunca, o subestimado A Passagem, o "estranho" Mais Estranho que a Ficção e a adaptação O Caçador de Pipas, o desafio de comandar uma aventura de 007 não o intimidou. Afinal de contas, era algo que até Steven Spielberg queria e que até hoje não conseguiu fazer.

Ainda mais com um roteiro bacana, apesar de complexo (o que pode deixar muita gente com o raciocínio perdido), do oscarizado Paul Haggis (por Crash - No Limite), o trabalho de de entregar um James Bond digno se tornou muito mais fácil. A câmera ágil e inquieta de Forster não nos deixa respirar um segundo sequer, nem ao menos quando Daniel Craig pára para recobrar o fôlego um pouco.

O grande elenco garante ainda mais qualidade ao filme, com presenças sempre eficientes de Judi Dench, pela sexta vez no papel de M., Giancarlo Giannini novamente como Mathis, e Jeffrey Wright, também reprisando seu papel como Felix Leiter. A novidade é Mathieu Amalric, que já havia atuado com Daniel Craig no ótimo Monique, de Steven Spielberg, no papel do vilão Dominic Greene, muito à vontade em seu papel.

Como não poderia deixar de ser, a presença de beldades já é uma tradição e uma lei para as produções o mundo do agente secreto a serviço da rainha. Uma das gostosuras é Gemma Arterton, uma britânica esguia e sensualíssima que interpreta Strawberry Fields, uma funcionária do serviço secreto que, obviamente, não resiste ao charme de Bond. mas quem chama a atenção, é mesmo a deliciosa ucraniana Olga Kurylenko, dona de uma beleza exótica e selvagem, que interpreta Camille Montes, uma boliviana (!) que também busca vingança. Dona de um rosto delicado e, ao mesmo tempo, marcante e forte, ela é um colírio para os olhos dos machões de plantão. Para maiores detalhes do corpo da beldade, uma recomendação é assistir ao legalzinho Hitman - Agente 47, estrelado por Timothy Oliphant.

Se atuar junto a miragem que é a Srta. Kurylenko já deve ser uma dádiva, imagine participar de um filme cujas locações se resumem... bem, se resumem ao mundo todo! De Antofagasta e Deserto de Atacama, no Chile, à Siena, região da Toscana, na Itália, os cenários são fabulosos e à altura da fama e histórico do personagem. Para completar a lista, ainda há Áustria, Inglaterra, Panamá, Espanha e México.

Se alguém descobrir uma profissão melhor do que pegar mulheres lindíssimas e viajar pelo mundo todo, por favor, mandem-me um e-mail.

Nota: 7,7/10

Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis & Neal Purvis & Robert Wade
Elenco: Daniel Craig & Olga Kurylenko & Mathieu Amalric & Judi Dench & Giancarlo Giannini & Gemma Arterton & Jeffrey Wright
Estréia: Novembro de 2008
Gênero: Ação & Aventura
Duração: 106 minutos
Distribuidora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
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por Felipe Edlinger
12 de novembro de 2008
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sábado, 8 de novembro de 2008

[MovRev] Zathura - Uma Aventura Espacial

(Zathura: A Space Adventure)

Dirigido por Jon Favreau

É sempre um prazer assistir as adaptações para cinema das obras do escritor infantil Chris Van Allsburg. Especializado em livros de histórias simples, com pouco texto, mas ricamente ilustrados (premiado com a medalha Caldecott por melhor trabalho infantil por Jumanji e O Expresso Polar), três de seus mais de vinte livros ganharam ótimas transcrições para o cinema, com exacerbada produção e merecido sucesso entre as crianças.

Jumanji (1981), um dos primeiros livros do escritor, ganhou vida nas telonas em 1995, co Robbin Williams no papel principal de Alan Parrish e uma jovem Kirsten Dunst, como Judy Shepherd. Apesar de O Expresso Polar ter sido escrito quatro anos depois, em 1985, a adaptação somente se tornou real na fantástica aventura criada com captura de movimentos e estrelada por Tom Hanks, quase vinte anos depois, em 2004. E este Zathura, um dos livros mais novos de Chris, lançado em 2002, ganhou sua versão live-action, rapidamente, em 2005.

Um dos fatores que tornam essas adaptações tão especiais e bem sucedidas é o fato de os livrvos de Chris Van Allsburg apresentarem aventuras inacreditáveis e, ao mesmo tempo, serem escritos para crianças. Ou seja, nada de histórias complicadas, grandes descrições e longos textos; simplesmente, o necessário para tornar a história atraente para o seu público-alvo. Quando os livros são adaptados, a liberdade do roteiro e da produção é muito maior do que as adaptações de obras como Harry Potter e O Senhor dos Anéis, que contam com um nível de detalhamento muito maior do que o que é visto aqui, gerando cortes de informações e a padrão resposta de desaprovação dos fãs mais ferrenhos.

Danny (Jonah Bobo) e Walter (Josh Hutcherson) são dois irmãos que nunca se entendem e vivem disputando a atenção do pai (Tim Robbins), recém separado. Sempre prontos para brigarem, eles conseguem um mínimo de cooperação para jogarem um antigo jogo de tabuleiro, encontrado por Danny, chamado Zathura. Zathura é, na verdade, um passatempo diferente, um jogo que, conforme os jogadores vão avançando as casas, vai modificando o ambiente ao redor deles. No início do jogo, a casa de Danny e Walter é transportada para o espaço sideral, onde eles terão que lidar com monstros alienígenas, salvar um astronauta perdido (Dax Shepard) e tentar, à todo custo, voltar para casa.

Com possibilidades criativas mais amplas, o trabalho do experiente roteirista David Koepp, que também já fez bons trabalhos na direção, como o surpreendente Ecos do Além, ganha as dimensões que seu trabalho merece. Vindo de uma série de bons trabalhos, entre eles Jurassic Park, Missão: Impossível, Spider-Man, Guerra dos Mundos e o mais novo Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, ele desenvolve os textos do escritor em um roteiro inventivo e aventuresco.

O mesmo pode se dizer de Jon Favreau, que aqui faz o papel de diretor. Um natural multi-talentos, ele também é ator, produtor e roteirista, e iniciou sua trajetória com o bacana Swingers - Curtindo a Noite, que acabou virando cult movie, com méritos. Melhorando suas técnicas, ele passou pela comédia de O Elfo, com Will Ferrell, pela aventura neste Zathura - Uma Aventura Espacial, e chegou ao seu ápice com a ação incessante de Homem de Ferro, sucesso do verão americano deste ano. Isso, sem deixar de atuar, produzir e escrever.

Os atores mirins mandam bem e se sentem muito à vontade protagonizando a odisséia galáctica. Josh Hutcherson já demonstra ser um ator de talento aos 16 anos, depois de produções bacanas como ABC do Amor e Ponte para Terabithia. Mesmo não sendo um Freddie Highmore, o garoto ainda vai longe. Jonah Bobo, seu irmão no filme, é a simpatia em pessoa com seu jeito inocente de irmão mais novo. A bela Kristen Stewart, em plenos 18 anos, adicionou um jeito adolescente rebelde a fita, a la Avril Lavigne. Depois de ter co-estrelado Quarto do Pânico com a tarimbada Joddie Foster, ela vem sendo presença constante como coadjuvante em uma série de produções e, a partir de 2008, começa a protagonizar alguns filmes. No time dos experientes, Tim Robbins, como o pai das crianças, e Dax Shepard, como o astronauta em pergio, completam o time. Curiosidade para a presença do eterno Mestre Yoda, Frank Oz, dublando um robô.

Zathura - Uma Aventura Espacial é um programão para a família toda, em especial, para as crianças, que degustarão cada minuto da aventura. Mas, também é um prato cheio para os adultos que querem voltar, nem que seja por pouco tempo, à época inocente do mundo de aventuras imaginárias. Quem nunca fez seus próprios brinquedos ou imaginou aventuras incríveis com um simples balde de pecinhas Lego, que levante a mão. Assim como os antigos desenhos dos Muppet Babies, a imaginação e a criatividade são mais do que suficientes para desenhar e habitar um universo totalmente novo de diversão.

Nota: 6,8/10

Direção: Jon Favreau
Roteiro: David Koepp & Chris Van Allsburg
Elenco: Josh Hutcherson & Jonah Bobo & Dax Shepard & Kristen Stewart & Tim Robbins
Estréia: Janeiro de 2006
Gênero: Ação & Aventura & Fantasia
Duração: 113 minutos
Distribuidora: Columbia Pictures
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por Felipe Edlinger
08 de novembro de 2008
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

[Felipe's MFQ] The Beach

Richard:
"When you develop an infatuation for someone, you always find a reason to believe that this is exactly the person for you. It doesn't need to be a good reason."

2000. Leonardo DiCaprio in The Beach

[MovRev] A Praia

(The Beach)

Dirigido por Danny Boyle

Sou mochileiro de coração, mente e alma. Tenho desejos e anseios de conhecer os lugares, as pessoas e as culturas que existem mundo à fora, na infindável variedade de realidades que nem ao menos imaginamos existir. Apenas por este fato, posso dizer que meu ponto de visto sobre A Praia não é muito imparcial, mas sim, criado com base em sonhos e devaneios de um eterno aventureiro.

A Praia é uma ambição de vida, é o desapego das amarras da sociedade e uma abraço a todos os significados que a palavra liberdade pode ter. É o desprendimento dos padrões que vemos, usamos e comemos todos os dias e a criação de uma outra filosofia de vida em função da renúncia de nossos paradigmas. E posso dizer, por experiência própria, que isto não tem nada de novo, e permeia a existência de inúmeras pessoas ao redor do globo. E por este motivo é que, a cada dia que passa, fico ainda mais apaixonado por esta concepção de vida.

Richard (Leonardo di Caprio) é um mochileiro de vinte e pouco anos de idade, desligado de suas raízes, que vive viajando pelo mundo à fora. Porém, cansado dos mesmos padrões vistos em todos os lugares, ele se questiona se existe algo realmente novo lá fora, para ser descoberto. Em Bangkok, Tailândia, ele conhece Daffy (Robert Carlyle), um viajante aparentemente lunático, que vive em devaneios sobre uma ilha que guarda uma praia secreta e de raríssima beleza perfeita. Sem acreditar nas palavras do novo conhecido, no dia seguinte o acha morto no quarto ao lado, resultado de suposto suicídio. Ainda transtornado pelo acontecimento, ele acha um mapa para a tal praia secreta, desenhado pelo suicida em questão. Junto com dois novos amigos, os franceses Étienne (Guillaume Canet) e Françoise (Virginie Ledoyen), ele parte em busca do tal paraíso perdido, em uma jornada de descobertas e conflitos, sem saber que o caminho lhes reserva enormes surpresas, nem sempre agradáveis.

Danny Boyle é mais um daqueles que podemos chamar de "o cara"! Tenho enorme respeito pelo trabalho deste britânico de pouco mais de 50 anos, desde sua primeira experiência em cinema, depois de quase 10 anos fazendo obras para televisão. Começando pelo ótimo Cova Rosa, passando pelo clássico cult Trainspotting, ele mantém uma carreira de respeito, com obras de presença com o leve humor negro de Por Uma Vida Menos Ordinária, a viagem conotativa de A Praia, o terror estarrecedor de Extermínio e a jornada interplanetária de Sunshine - Alerta Solar.

Parte das razões dos sucessos de Boyle se deve as parcerias de longo prazo que ele estabeleceu com roteiristas novos, porém de enorme qualidade. Até este A Praia, o diretor havia feito todos os seus trabalhos com o amigo John Hodge (Cova Rasa, Trainspotting, Por Uma Vida Menos Ordinária, A Praia). Em A Praia, que, na verdade é adaptada do primeiro romance do, também britânico, Alex Garland, Boyle encontra seu segundo parceiro de roteiro, o próprio autor do livro. Junto com Garland, Boyle ainda realizou Extermínio e Sunshine - Alerta Solar.

Independente das associações e parcerias, a verdade é que a qualidade das obras de Danny Boyle são indiscutíveis do ponto de vista da originalidade e da transgressão de padrões e valores. As cenas de loucura e psicodelia são constantes em suas produções, assim como os devaneios de seus personagens. Sempre permeados por narrações em off, seus filmes são um deleite para os fãs de um cinema um pouco mais alternativo do que o que vemos no circuito comercial. É verdade que, com a fama, a tendência é que o dinheiro fale mais alto (o que aconteceu com Guy Ritchie, por exemplo) mas, até o momento, Boyle continua a se mostrar o mesmo.

O elenco de A Praia também é elogiável. Leonardo di Caprio é, sim, senhores, um bom ator, apedar do que digam os críticos e outros não-admiradores do trabalho do ator (que, provavelmente, pegaram birra do californiano quando ele fez o Jack Dawson, de Titanic, e todas as menininhas, incluindo as namoradinhas, foram aos cinemas para suspirar pelo astro). Ele não é um camaleão como Brad Pitt, que em minha opinião é um dos mais talentosos e versáteis atores da atualidade, mas sempre fez bons trabalhos, seja no início de carreira em Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador, Diário de Adolescente ou no gracioso Romeu + Julieta, de Baz Luhrmann, quanto na maturidade cinematográfica de O Aviador, Os Infiltrados e Diamante de Sangue. O estereótipo de mocinho bonitinho foi sinônimo de di Caprio somente em Titanic e não faz jus a seu talento e trabalho.

É verdade que Leonardo di Caprio não era a primeira opção do diretor Danny Boyle. Aliás, na verdade, ele foi escalado diretamente pela 20th Century Foz para o papel de protagonista, à revelia do diretor, que quer Ewan McGregor estrelando mais essa obra. Realmente, McGregor elevaria o filme, talvez até a um status de cult movie, assim como o fez com diretor Boyle em duas outras oportunidades, Cova Rasa e Trainspotting.

O grupo de jovens atores coadjuvantes surpreendem pela eficiência, com destaque para os franceses Guillaume Canet e a bela e exótica Virginie Ledoyen. Muito requisitados no cinema e televisão franceses, eles trazem uma diferenciação do padrão americano de interpretação, com seus sotaques e posturas característicos. Ainda como coadjuvantes, Robert Carlyle, o lunático Daffy Duck (ou Patolino, em português) está sensacional em mais um personagem mutante em sua carreira, enquanto Tilda Swinton constrói seu caminho para seus personagens andróginos e sensuais de Constantine e As Crônicas de Nárnia.

A trilha sonora é maravilhosa, com direito a um playlist eclético, com Faithless, New Order, Underworld e Orbital (recorrentes nas obras do diretor), Sugar Ray, The Chemical Brothers, Blur e até All Saints, na ótima e rítmica Pure Shores. Porém, a obra-prima presente no filme é Porcelain, de Moby, uma das músicas mais profundas e inspiradas que já escutei. Totalmente conectada ao tema do filme, apenas escutar a introdução dela já é motivo para despertar aquela vontade de chorar, visando a "busca pelo prazer", como diria o personagem de di Caprio.

Praticamente todo filmado na Tailândia (Ko Phi Phi Leh, Phuket, Bangkok), a ilha com a tal praia existe na vida real, porém extremamente lotada de turistas, principalmente depois do lançamento do longa-metragem. Ele não é realmente como no filme, totalmente cercada por montanhas e penhascos; existe uma fenda imensa entre as montanhas que ficam exatamente na frente da praia, o que foi modificado digitalmente para dar um efeito de exclusividade ainda maior no filme.

Ko Phi Phi Leh foi devastada totalmente no tsunami de 2004, deixando um rastro de estimadas 4 mil mortes. Aos poucos, a ilha vem se recompondo com ajuda internacional para se reestruturar para o turismo.

Cair no mundo, viver na estrada, não ter destino certo, tem seus fascínios e suas ilusões; nem sempre as coisas saem como planejadas, mas o futuro não pertence a Deus, mas sim, a quem deseja inventá-lo e construí-lo. Os altos e baixos fazem parte do pacote, a questão é fazer de tudo (do possível e, às vezes, do impossível) para que o saldo seja sempre positivo. E no final das contas, se deliciar com sua própria jornada.

Nota: 7,9/10

Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge & Alex Garland
Elenco: Leonardo di Caprio & Virginie Ledoyen & Guillaume Canet & Robert Carlyle & Paterson Joseph & Tilda Swinton
Estréia: Fevereiro de 2000
Gênero: Aventura & Drama
Duração: 119 minutos
Distribuidora: 20th Century Fox
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por Felipe Edlinger
05 de novembro de 2008
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sábado, 1 de novembro de 2008

[MovRev] Uma Verdade Inconveniente

(An Inconvenient Truth)

Dirigido por Davis Guggenheim

Al Gore é o cara! Não tenho muito mais o que falar de uma pessoa que, aparentemente, é sensata, inteligente e bem-intencionada. E ainda possui uma presença mundial e é ouvido por uma vasta quantidade de pessoas.

Até hoje não consigo entender como ele perdeu as eleições de 2000, pelo fato de que ele nem ao menos merece ser comparado a George Bush. Ok, as eleições foram uma fraude, os Estados Unidos mostraram como podem ser imensamente incompetentes, os democratas foram ludibriados, os votos foram recontados, os resultados foram dados prematuramente, contém o que quiserem.

Ele é um cara que tem conteúdo, personalidade e verdadeira paixão pelo próprio discurso, o que já é uma razão muito boa para respeitá-lo. É possível ver a honestidade dele em seu olhar. Somente depois de seguir suas crenças e divulgá-las publicamente, ele resolveu entrar para o mundo da política, por volta dos 30 anos de idade.

Uma Verdade Inconveniente é um documentário precioso, com tamanha qualidade que há muito não se via. Al Gore, defensor do meio-ambiente há muito tempo, apresenta dados e resultados reais das ações predatórias dos seres humanos, que impactam diretamente no desenvolvimento e no bem estar do nosso planeta e, consequentemente, o nosso próprio.

Al Gore é capaz de fazer piadas com a própria "desgraça", e tem a retórica e a presença de palco que um presidente de verdade deve ter, um exemplo a ser seguido por todos os "grandes" (com ênfase nas aspas) líderes mundiais, entre eles o americano, o britânico e, claro, o brasileiro.

A edição realizada para o longa-metragem casa perfeitamente a famosa palestra de Al Gore para a Apple (elaborada e interpretada ao nível da excelência) com cenas de bastidores e quase making-of das andanças e lutas do ex-futuro-presidente-dos-EUA pelo mundo a fora, ao longo de mais de 300 apresentações.

A empolgação, a melancolia, o sarcasmo, a tristeza, se alternam com precisão para manter um ritmo cadenciado para um documentário que arrepia até o último dos pelos dos braços, de um ser humano normal. A narração em off cria um clima de cumplicidade entre apresentador e espectador que colabora ainda mais para prender nossa atenção à mensagem pedagógica. Ou melhor, andragógica.

Uma produção grandiosa, que une a simplicidade com a assertividade a melhor maneira possível. Tudo é muito bem ensaiado, muito bem composto e, principalmente, muito bem liderado por Al Gore. Nada parece estar fora de prumo, fora de sintonia, fora de alcance. O show tecnológico da apresentação dele não se faz necessário frente a sua facilidade de falar e se fazer entender, mas complementa o discurso, adicionando ingredientes com ótimo sabor. Tudo fica ainda mais fácil digerível.

As colaborações de muitos cientistas tornam o apelo de Gore factível e até o traço de Matt Groening o ajuda a ganhar a simpatia de seu público.

Infelizmente, a verdade inconveniente apresentada neste documentário não é nada especulativa, mas tão real quanto eu ou você. A apresentação de Gore é totalmente baseada em dados científicos e em resultados visíveis a olhos nus. A temperatura dos oceanos bem crescente ano após ano, os níveis de dióxido de carbono atingiram um patamar nunca antes imaginado, os glaciares estão desaparecendo. Onde vamos acabar se não pararmos com tudo isso? A resposta é uma só e todos temos medo de pronunciá-la.

E por mais que a verdade seja estarrecedora, Al Gore é gentil e delicado com relação ao assunto, porém sem nunca perde a seriedade. Como diria Che Guevara: "hei de endurecer, porém sem perder a ternura jamais". É o que ele faz, e muito bem feito, sem ao menos entrar mais fundo no mérito político dos mandatos de George "Newman" Bush. No final, ele completa seu discurso com chave de ouro dizendo, literalmente, que "vontade política é um recurso renovável". É de emocionar qualquer um.

E, se alguém duvida das intenções do ex-futuro-presidente, 50 mil cópias do filme foram distribuídas, gratuitamente, para professores nos Estados Unidos entre 2006 e 2007. Além disso, a caixa do DVD é feita em material 100% reciclado. Sem contar que foi o primeiro documentário "neutro na produção de dióxido de carbono". Isso quer dizer que todo o dióxido de carbono gerado para produzí-lo (emissões de carbono de viagens, produtos, acomodações, etc) foi compensado com ações "verdes", com créditos para energia renovável.

É ótimo saber que existe alguém lá fora fazendo algo pelo nosso planeta, algo que até mesmo nós, que nos dizemos ecologicamente conscientes, não fazemos. Por preguiça, por comodidade, por convicção, é necessário seguir o exemplo de Al Gore. Todos os dias. Mais informações em www.climatecrisis.net

Nota: 8,8/10

Direção: Davis Guggenheim
Roteiro: Davis Guggenheim
Elenco: Al Gore
Estréia: Novembro de 2006
Gênero: Documentário
Duração: 100 minutos
Distribuidora: Paramount Pictures
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por Felipe Edlinger
01 de novembro de 2008
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