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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[MovRev] 007 - Quantum of Solace

(Quantum of Solace)

Dirigido por Marc Forster

Daniel Craig é realmente o novo James Bond. Como em 007 - Cassino Royale, ele repete a fórmula de não apresentar os exageros impossíveis dos outros filmes mais antigos da franquia. Tudo é um pouco mais plausível do que nas outras aventuras, mas nada que seja simples ou tradicionalmente ortodoxo. É o mesmo agente 007 de sempre, porém, como no filme anterior, com uma roupagem mais moderna e um comportamento muito mais realista do que as piadas e gracinhas dos outros intérpretes da série.

Ele é a nova face do James Bond do século XXI, aquele cara diferente que não usa dispositivos e faz tudo na base da unha. Ótimo atrativo para quem, como eu, não suportava as idiotices e a falta de noção das produções anteriores, em especial as com Pierce Brosnan no papel do agente com licença para matar. Sem ser engraçadinho ou galã, ele é um James Bond amargurado, ranzinza e cheio de si, comportamento esperado para um agente no início de carreira como um 007. Lembre-se de que, em Cassino Royale, ele fez sua primeira missão como agente especial.

Quantum of Solace é mais um filme eficiente de seqüencias de tirar o fôlego, com perseguições de carros, ralis a pé (nos moldes da excitante perseguição inicial do primeiro filme), explosões e peripécias do maior e mais famoso agente do mundo do cinema.

O que peca é o lado "machão insaciável" de James Bond, com o qual estamos acostumados, depois de mais de 40 anos de filmes que assim o estigmatizaram. Aqui, ele nem ao menos fatura a mocinha, a lindíssima ucraniana Olga Kurylenko. Todo seu apetite está voltado para saciar sua sede de vingança pelo seu único verdadeiro amor, a também agente Vesper Lynd, que o traiu em Cassino Royale e depois, se sacrificou para salvá-lo.

Buscando vingança pela morte de sua amada Vesper (Eva Green), em Cassino Royale, James Bond (Daniel Craig) sai em missão solo para impedir um ambientalista sem escrúpulos de tomar posse dos suprimentos de água em um país latino-americano. Ao mesmo tempo, ele tenta desvendar os segredos por trás de uma organização que nem ao menos é conhecida pelo MI6. Poucas palavras para muita, mas muita ação, mesmo!

A boa escolha do nome de Marc Forster para dirigir o 22º filme (oficial) de Bond, James Bond, agradou aos fãs e garantiu a adrenalina que a série merece. Mesmo tendo sido diretor de dramas (muito bons, por sinal) como o perturbador A Última Ceia, o encantador Em Busca da Terra do Nunca, o subestimado A Passagem, o "estranho" Mais Estranho que a Ficção e a adaptação O Caçador de Pipas, o desafio de comandar uma aventura de 007 não o intimidou. Afinal de contas, era algo que até Steven Spielberg queria e que até hoje não conseguiu fazer.

Ainda mais com um roteiro bacana, apesar de complexo (o que pode deixar muita gente com o raciocínio perdido), do oscarizado Paul Haggis (por Crash - No Limite), o trabalho de de entregar um James Bond digno se tornou muito mais fácil. A câmera ágil e inquieta de Forster não nos deixa respirar um segundo sequer, nem ao menos quando Daniel Craig pára para recobrar o fôlego um pouco.

O grande elenco garante ainda mais qualidade ao filme, com presenças sempre eficientes de Judi Dench, pela sexta vez no papel de M., Giancarlo Giannini novamente como Mathis, e Jeffrey Wright, também reprisando seu papel como Felix Leiter. A novidade é Mathieu Amalric, que já havia atuado com Daniel Craig no ótimo Monique, de Steven Spielberg, no papel do vilão Dominic Greene, muito à vontade em seu papel.

Como não poderia deixar de ser, a presença de beldades já é uma tradição e uma lei para as produções o mundo do agente secreto a serviço da rainha. Uma das gostosuras é Gemma Arterton, uma britânica esguia e sensualíssima que interpreta Strawberry Fields, uma funcionária do serviço secreto que, obviamente, não resiste ao charme de Bond. mas quem chama a atenção, é mesmo a deliciosa ucraniana Olga Kurylenko, dona de uma beleza exótica e selvagem, que interpreta Camille Montes, uma boliviana (!) que também busca vingança. Dona de um rosto delicado e, ao mesmo tempo, marcante e forte, ela é um colírio para os olhos dos machões de plantão. Para maiores detalhes do corpo da beldade, uma recomendação é assistir ao legalzinho Hitman - Agente 47, estrelado por Timothy Oliphant.

Se atuar junto a miragem que é a Srta. Kurylenko já deve ser uma dádiva, imagine participar de um filme cujas locações se resumem... bem, se resumem ao mundo todo! De Antofagasta e Deserto de Atacama, no Chile, à Siena, região da Toscana, na Itália, os cenários são fabulosos e à altura da fama e histórico do personagem. Para completar a lista, ainda há Áustria, Inglaterra, Panamá, Espanha e México.

Se alguém descobrir uma profissão melhor do que pegar mulheres lindíssimas e viajar pelo mundo todo, por favor, mandem-me um e-mail.

Nota: 7,7/10

Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis & Neal Purvis & Robert Wade
Elenco: Daniel Craig & Olga Kurylenko & Mathieu Amalric & Judi Dench & Giancarlo Giannini & Gemma Arterton & Jeffrey Wright
Estréia: Novembro de 2008
Gênero: Ação & Aventura
Duração: 106 minutos
Distribuidora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
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por Felipe Edlinger
12 de novembro de 2008
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