
Directed by Philip Boston
Sempre achei o surfe um dos esportes mais impressionantes e de extremo bom gosto, desde quando realmente praticado com o coração. Não estou falando dos manés que colocam uma prancha embaixo do braço, passeiam pela praia de roupa de neoprene, pegam algumas marolas e dizem "só", "aí" e "nóóóóó".
Quando sentimos paixão por alguém ou por alguma coisa, não medimos esforços para atingir nossos objetivos, e esse documentário Billabong Odyssey é exatamente isso: a busca por um sonho, sem medir esforços para alcançá-lo.
Esse é o resumo de um projeto de três anos que os campeões mundiais de ondas gigantes Mike Parsons, Brad Gerlach, Ken Bradshaw e Laybe Beachley (a única mulher no grupo) toparam fazer entre uma etapa e outra dos circuitos mundiais de surfe. O objetivo único e assombroso: nada menos do que encontrar e surfar a maior onda do mundo.
Billabong Odyssey é um documentário padrão, com técnicas padrão de entrevistas, narração em off e tomadas das viagens dos "atores" principais ao redor do globo. De Cortez Banks, em San Diego, California, às imensas ondas em pleno alto mar, passando pelos perigosos recifes de corais no Tahiti e em Maui, eles encaram o desafio com a garra e a alma de um verdadeiro surfista apaixonado.
Nadando com apenas braços ou utilizando jetskis para serem puxados, esses surfistas levam ao limite a palavra superação, chegando a encarar ondas de mais de 70 pés de altura, algo perto dos 18 metros.
O que chama a atenção, de surfistas ou não, são esses fenômenos da natureza que amedrontam qualquer pessoa, mesmo que bem preparada física e psicologicamente: as ondas gigantes. Engolindo qualquer coisa que venha pela frente, elas são forças devastadoras que não têm piedade de surfistas, banhistas ou mesmo embarcações desavisadas. O visual é incrível e dificilmente esquecível, ainda mais depois da bem sucedida empreitada final, durante o campeonato mundial de ondas gigantes de 2003.
O documentário não traz nenhuma mensagem, não nos faz pensar em nada em prol da humanidade, mas apenas reproduz o prazer dessas pessoas em fazer o que mais gostam na vida. Entre amadores e profissionais, uma produção que dá gosto de assistir e que é facilmente digerida por qualquer pessoa. Nada mais justo para o primeiro e único trabalho de direção de Philip Boston, que já foi diretor de arte de camaradas de peso como Tim Burton e Tony Scott.
Nota: 6.5/10
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por Felipe Edlinger
26 de maio de 2008
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por Felipe Edlinger
26 de maio de 2008
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