
Directed by Jon Favreau
Este é o primeiro filme dos estúdios Marvel como uma empresa independente, que não precisa de Paramount, Warner ou New Line para fazer qualquer coisa relacionada a produção de filmes. Muitas expectativas foram colocadas nas costas de Avi Arad, diretor desse segmento da empresa, mas nada do que foi falado pode ter afetado o resultado final. Este é um filmaço de super-heróis, com todas as letras e balões de diálogos.
No mesmo patamar de Homem-Aranha, X-Men ou Quarteto Fantástico, a realidade de Tony Stark foi transportada com méritos para a telona. O sucesso se deve em boa parte a equipe de produção do longa, boa parte a Jon Favreau, cada vez mais conquistando seu lugar em Hollywood (se não o consquistou ainda, não sei explicar), boa parte ao bom elenco presente no longa, e essencialmente por a Robert Downey Jr, como o protagonista da aventura.
Jon Favreau, diretor: ator, diretor, produtor e roteirista, possui algumas boas obras no curriculum vitae, como Swingers (roteiro, produção e atuação), Hooligans (produção), Zathura (direção), Friends (atuação). Já os roteiristas Hawk Ostby e Mark Fergus já escreveram um dos melhores filmes de 2006, Filhos da Esperança, com Clive Owen e Julianne Moore. Razão para se ter um roteiro aceitado e uma direção competente e forte.
Jeff Bridges continua bem requisitado e dá uma boa interpretação de um dos maiores inimigos do Homem de Ferro, Obadiah Stane, o Monge de Ferro. Terrence Howard, bom ator, está eficiente como Jim Rhodes, parceiro de Stark e que, provavelmente deve aparecer em outra futura produção como substituto de Stark, na pele do Homem de Ferro. Gwyneth Paltrow está maravilhosa (parece que a idade somente está fazendo bem a ela) como Petter Pots, a linda assistente de Stark, pela qual ele acaba desenvolvendo sentimentos mais profundos.
Agora, quem realmente dá um show é Robert Downey Jr. Bom ator, como sempre foi, ele é a encarnação perfeita de Tony Stark. Se Tobery Maguire é o Homem-Aranha, Christopher Reeve sempre será o Super-Man, ele sempre será o Homem de Ferro. Primeiro porque Tony Stark é famoso (Downey Jr., também), segundo porque Tony Stark é exuberante e excêntrico (Downey Jr., também), terceiro porque Tony Stark é mulherengo (Downey Jr., também), quarto porque Tony Stark tem problemas com vícios (Downey Jr., também) e quinto porque, mesmo com tudo isso, ele é escrotíssimo e cool ao mesmo tempo (Wow, Downey Jr., também!). Feitos um para o outro.
Robert Downey Jr. é, adivinhem, Torny Stark, playboy e milionário, gênio e visionário, dono das Indústrias Stark, herdadas de seu pai e potencializadas por ele mesmo. Especialista no desenvolvimento de armas de destruição em massa ele é capturado em alguma parte do Cazaquistão e é obrigado por um terrorista a construir um míssil chamado Jericó. Contrariando o vilão, ele constrói uma armadura que mantém os estilhaços de granada, que o atingiram quando foi capturado, longe de seu coração. Percebendo que as armas desenvolvidas por sua empresa, com o intuito de proteger os cidadãos americanos, estão matando pessoas do seu país, ele resolve lutar contra o crime sob a armadura do Homem de Ferro. Sua batalha vai até o fim quando tem que enfrentar o Monge de Ferro, encarnado pelo seu próprio sócio, Obadiah Stane (Jeff Bridges).
Efeitos especiais de primeira, sonzeira no último e fidelidade aos quadrinhos fazem deste filme uma obra de arte para o gênero, recém revigorado. O que era temido pelos fãs não passou de pura desconfiança e, finalmente, a Marvel mostrou para que veio e que veio para ficar.
Dá gosto de ver uma obra em que os dólares dos estúdios não falaram mais alto do que os princípios daqueles que sabem o que fazem e o fazem com paixão. Nada de mudanças das origens, nada de heróis bonitinhos, nada de uniformes reformulados para parecer mais adequados ao mundo moderno. Homem de Ferro é tal e qual um dia alguém leu nos quadrinhos. E isso é um fator positivo. O que os outros estúdios não escutavam dos fãs, a Marvel escutou, afinal de contas, eles foram seu sustento por muitas décadas, antes da onda de filmes de super-heróis chegar.
Ácido, engraçado e movimentado, Homem de Ferro talvez seja apenas um novo começo de mais uma leva de filmes de heróis mascarados, que ainda aguarda "sequências" como Hulk, Wolverine e Justiceiro, e originais como Namor, Thor a até Homem-Formiga.
Com tantos bons filmes de heróis conhecidos (alguns nem tanto), espero que o estúdio esteja considerando seriamente a realização de um longa-metragem sobre Os Vingadores, o que seria, talvez, o maior filme de super-heróis de todos os tempos. Até que a DC Comics resolva lança Liga da Justiça. No final, quem ganha, somos nós!
Nota: 8.5/10
Felipe Edlinger
02 de maio de 2008
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