
Directed by Stephen Sommers
Eu sinto pena deste jovem diretor chamado Stephen Sommers. Aparentemente, o cara é uma bomba ambulante. Alguém duvida? Ok, ele dirigiu e escreveu A Múmia, O Retorno da Múmia e este péssimo Van Helsing. Ah, escreveu também a pérola O Escorpião Rei.
Informação suficiente para provar meu ponto de vista? Não? Vamos primeiro para uma breve sinopse desta "obra".
Van Helsing (Hugh Jackman), cavaleiro desmemoriado do Vaticano, caçador de monstros, é enviado para a Romênia para acabar, de uma vez por todas, com um certo Conde da Transilvânia, além de outras monstruosidades famosas.
Fato 1: O diretor conseguiu juntar todos os mais famosos e clássicos monstros do cinema em um único trabalho, e ao mesmo tempo destruir todos eles. Bela Lugosi, Boris Karloff, Peter Cushing, Vincent Price e Christopher Lee estão, com certeza, chateados e tristes (para não dizer putos da vida) pelo tratamento banal dado os monstros imortalizados por eles no cinema. Todos eles só não estão se revirando no túmulo porque Christopher Lee ainda está muito vivo e nos presenteando com personagens memoráveis.
Fato 2: Como atores e atrizes do porte de Hugh Jackman, Kate Beckinsale e Robbie Coltrane se involvem em um projeto como este? Dinheiro, fama, reconhecimento, currículo? A resposta só pode ser dinheiro ou "meu empresário me disse que era uma boa empreitada...". Atuações não muito convincentes de profissionais que já protagonizaram diversos sucessos de público e crítica não adicionaram nada ao roteiro.
Fato 3: Efeitos especiais para todos os lados, tão gratuitos quanto pombos no parque, que transformam os monstros em figuras tão insossas e não assustadoras que a censura do filme foi mantida em 12 anos, somente por causa de "agressão física e assassinato". Drácula mais parece um chefão final de um jogo de videogames e não o ser sombrio, arrepiante e mau como os de Gary Oldman (Drácula de Bram Stoker) e William Defoe (Sombra de um Vampiro), Frankstein virou um amigo camarada, Lobisomem não chega nem a ser ameaçador como um cão raivoso, e Mr. Hyde, um dos personagens mais intrigantes e interessantes da literatura, é descartado logo de cara.
Tenho que reconhecer que a premissa do filme é até boa, retratando um Van Helsing em procura de respostas para sua aminésia, lutando contra monstros clássicos do cinema, e utilizando armas futuristas em épocas passadas. Porém, a abordagem foi totalmente errônea; na tentativa de fazer um filme com recheio, Sommers nos deu uma aventura cansativa de duas horas e quinze minutos. E matou todos os monstros de uma vez só!!!
Se, talvez, fosse decidido fazer uma franquia com o personagem de Hugh Jackman, o resultado poderia ser diferente. Um ou dois monstros por filme, clima mais para terror do que para ação engraçadinha, tramas menos absurdas, filmes com, no máximo, uma hora e meia... é, quem sabe?
Hugh Jackman, normalmente inspirado, está no automático, nem de longe o Wolverine que conhecemos. A deliciosa Kate Beckinsale é um colírio para os olhos, porém, não faz a diferença com seu sotaque forçado. Quem alivia um pouco a barra é David Wenham, responsável pelos momentos engraçados do filme.
A fotografia de Allen Daviau (E.T. - O Extra-terrestre, A Cor Púrpura, Império do Sol) talvez seja uma das únicas coisas que é bem feitas neste filme, a começar pela antiga Paris à noite, e os cenários representando a Romênia.
Ah, uma coisa é certa, as três noivas do Drácula são muito gostosas. E só!
Nota: 3/10
Felipe Edlinger
22 de setembro de 2007
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