
Directed by Jon Turteltaub
Não tenho como negar que um dos filmes que sempre me emocionaram, quando eu era criança, foi este simpático Jamaica Abaixo de Zero. E, para falar a verdade, continua me emocionando.
Nunca fui nenhum destaque nos esportes quando criança, ao contrário de alguns conhecidos que "comiam a bola", mas sempre idolatrei meu país com orgulho imensurável. Tanto que fantasiava participar de uma competição importante representando a minha bandeira.
Sonhava em concretizar o ideal do esporte por si só, ver a nobreza dos homens e a importância da competição saudável. Apesar de, após participar de inúmeros campeonatos e torneios quando adolescente e adulto, e ver que a realidade pouco tinha a ver com os sonhos, continuava com as filosofias dos ideais, da superação de limites, do espírito de equipe e da honra pela equipe e, acima de tudo, pelo minha nação.
E tudo isso se refletiu, em algum momento de minha vida, neste filme, que conta a história verídica do primeiro time jamaicano de trenó tentando conquistar um lugar nas competições das Olimpíadas de Inverno. Quando Derice Bannock vê suas chances de conquistar um ouro olímpico se desfazerem após se envolver em um acidente bobo nas eliminatórias dos 100 metros rasos, ele vislumbra uma nova oportunidade de consumar seu grande sonho, só que desta vez em uma Olimpíadas de Inverno, dirigindo um trenó sobre o gelo.
A simpatia dos cinco protagonistas, com o falecido John Candy interpretando o treinador do inusitado time jamaicano, garante o charme e a graça desta produção dos estúdios Disney. O obstinado e perseverante Derice (Leon Robinson), o engraçado e destrambelhado Sanka (Doug E. Doug), o mimado Junior (Rawle D. Lewis) e o brutamonte Yul Brenner (Malik Yoba) formam o quarteto-comédia que busca, na improvável missão de se classificar para as XV Olimpíadas de Inverno de Calgary, Canadá, seu lugar ao sol.
Jon Turteltaub, diretor de carteirinha dos estúdios Disney (Duas Vidas, A Lenda do Tesouro Perdido), consegue recriar uma história que poderia ser considerada como lição de moral, cheia de passagens peculiares de contos de motivação e auto-ajuda. Mas a comédia é tão leve que nada chega a ser comprometido devido ao tom natural da história verdadeira dos quatro amigos da ilha de Bobby Marley.
As situações cômicas tiram risadas até dos mais carrancudos espectadores e fica praticamente impossível não torcer pelos destemidos heróis. Inclusive, algumas das cenas são tão emocionantes que até fazem lágrimas brotarem nos olhos.
A trilha sonora é um episódio a parte de tão deliciosa que é, contando com sucessos de Jimmy Cliff, Wailing Souls, Diana King, tiger e Super Cat. Isso sem contar com o instrumental empolgante do alemão Hans Zimmer, outra celebridade do cinema (Piratas do Caribe, Batman Begins, Madagascar, entre tantos outras produções).
E confesso que todas as vezes em que assisto à produção não consigo me conter e ficar sem chorar na cena final, em que desvalorizados viram iguais, e párias se tornam heróis.
Definitivamente, uma produção com todos o padrão de qualidade Walt Disney, para toda a família, dos garotos sonhadores aos adultos de coração mole. E para os de coração duro, também, que, consequentemente, amolecem como manteiga.
Nota: 6/10
Felipe Edlinger
04 de março de 2008
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