
Directed by Perte Chelsom
Serendipity significa, de acordo com a protagonista do filme, uma feliz descoberta por acidente. Com base nisso, então contarei uma pequena história: desde que assisti esse filme pela primeira vez, venho procurando por todos os cantos o DVD para comprar, de lojas especializadas à lojas virtuais, até sebos e lojas de usados, porém nunca consegui encontrar uma cópia sequer, por mais incrível que possa parecer, ainda mais nos dias de hoje com estoque infindáveis na internet. Até que, um dia qualquer, seis anos depois, o encontrei em uma liquidação do tipo ponta de estoque por 12,90, quando eu nem ao menos esperava acontecer.
O fato é que gostei tanto desse filme, que ele se tornou um dos meus favoritos pela trama simpatissíssima, acalentadora de corações apaixonados (assim como o meu) ou que querem se apaixonar perdidamente (assim como o meu), com um clima água com açúcar e de mágica e química latente e fácil de sentir.
John Cusack é Jonathan Trager, um editor da ESPN, que conhece a psicóloga britânica Sara Thomas (Kate Beckinsale), durante suas compras de Natal, em plena Nova York. Ambos procuravam pelo presente perfeito para seus amores e acabam, por coincidência, escolhendo o mesmo par de luvas pretas, ao mesmo tempo. Seus corações e mentes se conectam no primeiro olhar e eles passam uma noite inacreditável durante um dia de inverno na cidade.
A questão é que Sara, que acredita em destino, não crê que era o momento para eles ficarem juntos e, após muita insistência de Jonathan, resolve fazer a prova para descobrir se o destino os quer juntos. Ela, então, pede para que ele escreva o nome e telefone dele em uma nota de USD 5.00, que é passada adiante, enquanto ela escreve nome e telefone dela em um livro de segunda mão, que também é passado adiante, em uma loja de livros usados. Caso eles achem os dados um do outro, significa que, aí sim, o destino deseja que eles virem um casal.
Porém, isso não acontece e, alguns anos depois, eles vivem vidas separadas até o momento em que começam, cada um em seu canto, a se questionar sobre a vida e sobre o que teria acontecido se eles tivessem ficado juntos.
Se você acredita ou não em destino, fatos ou sinais da vida, este filme é um prato cheio para quem quer sonhar. Independente de crença pessoal, é um filme que deixa um traço de felicidade descompromissada e sincera no rosto de cada um. Se a vida é um conjunto de coincidências, não importa, o que importa é que a felicidade sempre bate à nossa porta, uma vez ou outra, e as oportunidades não podem ser perdidas por meros preciosismos.
As situações nas quais os dois personagens se colocam são deliciosas e tão descontraídas, alegres e apaixonadas que deixam qualquer coração saltitando de felicidade e satisfação. Nunca uma comédia romântica foi tão comédia e tão romântica como esta, o que aumenta, em muito, as chances do filme ganhar um lugar na prateleira de muita gente. Já ganhou um na minha.
A trama se passa, em sua maioria, na cidade de Nova York, que é apresentada da maneira mais charmosa e romântica possível, fazendo frente à Londres de Um Lugar Chamado Notting Hill. É impossível não sentir simpatia por um filme que mostra a Grande Maça como este mostra: interiores de lojas tradicionais de departamento na época do Natal, bares aconchegantes, pista de patinação no Central Park, corais de trombones, o tradicional hotel The Waldorf Astoria, ou ainda uma cena de Jonathan deitado no meio de um lago congelado, observando as estrelas.
John cusack (Alta Fidelidade, Procura-se um Amor que goste de Cachorros, Queridinhos da América) é, definitivamente, um de meus atores favoritos, assim como o de mais um quintilhão de cinéfilos. Seu personagem boa praça, bacana e cool cativa à todos que vêm seus filmes. Neste, o desespero e a insanidade de seu personagem, por encontrar o tal livro com os dados de Sara,
vale o preço do filme, mesmo se fosse o mais caro da loja.
Já Kate Beckinsale (Pearl Harbor, O Aviador, Click) está linda como sempre, ainda mais neste filme quando ela tinha apenas 28 anos. Com uma presença marcante e cativante, e um jeitinho simpático demais que faz qualquer marmanjo gamar e cair de paixões, ela não só conquista John Cusack, como a todos da platéia.
O carisma da dupla principal talvez tenha sido a maior sacada, ou pura coincidência, da produção.
E a musicalidade do filme é fantástica e deliciosa, criando o clima perfeito para cada cena vista na tela. Entre os destaques estão músicas charmosas e românticas (eita palavra bonita!!!), como Never a Day (Wood), Moonlight Kiss (Bap Kennedy), January Rain (David Gray), Waiting in Vain (Annie Lennox), entre muitas outras, além de algumas engraçadinhas como Cool Yule (Louis Armstrong).
O diretor Peter Chelsom não tem muita experiência em produções como esta e, talvez o seu filme mais conhecido seja Sempre Amigos, com Sharon Stone. Porém, ele consegue a sonoridade perfeita para deixar casais jovens e velhos, adultos e idosos sonhadores, com os olhos grudados na tela, com um sorriso no rosto e uma palpitação no coração.
Nota: 8/10
Felipe Edlinger
09 de março de 2008
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