
Directed by Jason Friedberg & Aaron Seltzer
Antes de mais nada, quem levaria a sério uma produção que recebe, para "Meet the Spartans", o nome ridículo, traduzido para o português, de Espartalhões? Tudo bem que não é sempre que acertamos nos títulos de filmes que trazem alguma piada embutida mas, desta vez, a capacidade mental foi muito longe.
Não vou fazer meandros, muito menos tentar ser simpático. Esta produção é, principalmente, uma paródia de "300", filmaço de Zack Snyder. Poderia até dar um bom material (e até rende algumas boas piadas), mas o resultado final não é agradável; são inúmeros outros filmes que sofrem como piadinhas infames e sem graça, como Homem-Aranha 3, Shrek 3, Motoqueiro Fantasma, Transformers, Cassino Royale, Happy Feet, e até o game GTA San Andreas, e os programas American Idol e Amerca's Next Top Model.
Algumas piadas podem até ser bem boladas, como a seleção dos bebês espartanos, a dancinha dos soldados indo para a Guerra contra Xerxes e a paródia do poço da morte, do "300" original. Porém, outras são tão ruins e sem graça que, mesmo para os americanos, que são sempre o foco dessas produções, as brincadeiras com a competição de dança de rua e a de xingamentos não conseguem extrair o mínimo riso.
E por falar em mau gosto, as referências à Britney Spears, Paris Hilton e Lindsay Lohan fizeram os escritores se auto-diplomarem como a ralé da mídia do sensacionalismo. E isso porque eu apenas tenho certa simpatia por Lindsay Lohan.
Apesar de ter sido escrito, dirigido e produzido pela galera (Jason Friedberg & Aaron Seltzer) co-responsável pela série Todo Mundo em Pânico, a produção não exprime o mínimo da genialidade do primeiro filme da (até agora) quadrilogia.
Na verdade, o filme é apenas um pouco menos ruim do que Histeria, lançado à mesma época do Todo Mundo em Pânico original, simplesmente pelo orçamento, aparentemente alto, alguns atores conhecidos e as poucas sacadas no roteiro.
Se ainda duvidam, uma prova disso são as totalmente desnecessárias personalizações de Homem-Aranha, Motoqueiro Fantasma e Rocky Balboa. Isso, sem contar com a encarnação de Xerxes na pele do horrendo Ken Davitian, o Azamat Bagatov, do filme Borat. Chega a ser tão bizarro quanto o personagem do filme de Sacha Baron Cohen.
E Carmem Electra, que poderia salvar o dia, no mínimo com o que fez de bom no Todo Mundo em Pânico original (a cena dela, de lingerie, fugindo do assassino molhada no jardim é inesquecível), não consegue mostrar a sua, digamos, graça, da época em que contracenava com David Hasselhoff e Donna D'Errico. Alguém lembra? Infelizmente, parece desgastada com o tempo, apesar dos singelos 35 anos.
No final, parece que realmente virou moda a produção de paródias com grandes filmes de sucesso, tendo em vista os recentes Deu a Louca em Hollywood e Uma Comédia Nada Romântica. E se a tendência for um novo filmes desses para cada dez blockbusters, não sei o que será dos nossos cérebros. Por outro lado, agradeçam que esse (huahuahua, risada irônica) Espartalhões dura apenas longos 60 minutos.
Nota: 2/10
Felipe Edlinger
22 de fevereiro de 2008
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