
Directed by Robert Rodriguez
Esta é a segunda metade da parceria de Robert Rodriguez com Quentin Tarantino chamada Grindhouse, como as clássicas sessões duplas de cinema existentes nos Estados Unidos nos anos 70.
Os amigos diretores mantém a unidade, a estética e a coerência da homenagem ao cinema de quando ambos eram crianças, realizando ambos filmes (este Planeta Terror e a obra de Tarantino, À Prova de Morte) com uma qualidade inferior de filmagem proposital, típicas dos antigos filmes B. Isso significa chiados no áudio e ranhuras no vídeo, além de cortes abruptos e mal feitos. Porém, este aqui ganha no quesito porque no meio do filme, um pedaço da película simplesmente queima e a cena é cortada em aparentes 10 minutos.
Uma grande sacada da obra de Rodriguez foi a apresentação de falsos trailers utilizados antes da atração principal, como o bacana Machete, com Danny Trejo (frequente figurinha nas produções do diretor), que tem tudo para virar um filme de verdade. Apresentado no mesmo padrão tosco do filme que precede, já nasceu cult, mesmo sendo um trailer de uma obra fictícia.
Enquanto À Prova de Morte, de Tarantino, é uma homenagem aos filmes de perseguição da década de 70, Planeta Terror é uma clara revisitação ao gênero do terror apocalíptico, tão em moda nos filmes de zumbis de antigamente. É uma homenagem a Retorno dos Mortos Vivos e vários outros filmes de George Romeno.
No meio do nada, um estranho grupo de militares liderado por Muldoon (Bruce Willis) liberam uma arma biológica que transforma seres humanos em zumbis, ou algo parecido, sedentos por carne humana. Quem se mete com eles, ou morre, ou vira um deles. É aí que uma galera, comandada pelo Xerife Hague (Michael Biehn) e por Wray (Freedy Rodríguez) se impõe e tenta acabar com os zumbis malvados. Pronto, é isso aí, nada mais, nada menos; apenas um fiapo de roteiro.
O elenco compensa a falta de história, mesmo para um filme intencionalmente tosco. Bruce Willis está muito caricato como seu personagem de ação tradicional, porém, malvado; Josh Brolin (Os Goonies, Onde os Fracos Não Têm Vez) está irreconhecível; Fergie Ferguson, da banda Black Eyed Peas, mostra todos os seus, digamos, atributos. Uma pena que todos eles não durem mais do que cinco minutos em cena. Além dos tarimbados, Rose McGowan (da série Charmed), Freddy Rodríguez (da série A Sete Palmos) e Michael Biehn (do primeiro Exterminador do Futuro) garantem os personagens centrais. Como curiosidade para os fãs, Naveen Andrews (o Sayid Jarad da série Lost) também faz uma ponta.
O amigo Tarantino, como é padrão em seus próprios filmes, faz uma aparição na produção de Rodriguez, prato cheio para os fãs quando o vêm no filme. O mesmo vale para o diretor, que também faz um pequeno papel, este sim, imperceptível.
As atuações estereotipadas garantem mais um momento de referência aos pseudo atores que estrelavam as sessões de terror (que mais soam como terrir) das décadas passadas.
Planeta Terror é um filme nojento, sim, e é recomendado apenas para quem não tem estômago muito fraco. Porém, todas as cenas têm um tom de visível inverossimilhança, uma vez que tudo é mal feito e exagerado, intencionalmente. Mas mesmo assim, as cenas são fortes como os toscos filmes B do saudoso Cine Trash da Rede Bandeirantes.
As mortes são igualmente podres, com efeitos dignos de troféus Framboesa (um prêmio oferecido para os piores do ano) de efeitos especiais. São tão toscos que, às vezes, a vontade de rir é maior do que a de se assustar. Porém, continuam nojentos.
Algumas piadas inoportunas que, com certeza foram muito bem pensadas por Rodriguez e companhia, aparecem de vez em quando, como a cena em que o policial que perde o dedo tenta recolocar a aliança, ou a outra em que Cheery Darling, após perder uma perna, deita-se com Wray, ou ainda quando o médico de Josh Brolin discute sobre amputações, entre tantas outras pérolas do mau gosto.
No final, não é tão brilhante quando um Tarantino, apesar do que outras pessoas possam falar à respeito. Porém, tem seu "charme" e seus méritos, como a perna metralhadora de Cherry Darling que, além de dar o toque de originalidade da trama, virou comissão de frente para a divulgação da obra.
Nota: 6/10
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por Felipe Edlinger
22 de maio de 2008
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por Felipe Edlinger
22 de maio de 2008
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