
Directed by Roland Emmerich
Eis mais um filme do diretor Roland Emmerich, que deve ter um ego do tamanho de suas obras. Diretor-rei das mega produções de catástrofe, ele já realizou O Dia Depois de Amanhã, Independence Day, Godzilla, O Patriota, entre outros, todos com muita pompa e pouco conteúdo. Se Michael Bay é o cara que gosta de grandes explosões, Emmerich é o cara que gosta de grandes eventos.
Porém, mais uma vez, ele errou feio (talvez, somente tenha acertado com O Dia Depois de Amanhã), investindo apenas nos grandes efeitos especiais, locações primorosas e fotografia bonita, e esquecendo essencialmente do que seguraria a trama: o roteiro.
D'Leh (Steven Strait) é um caçador da tribo dos Jabal, que reside nas montanhas nevadas e vive da caça de mamutes que por ali aparecem, de tempos em tempos. Quando parte da tribo é levada por guerreiros desconhecidos, ele resolve, junto com alguns companheiros, resgatar os seqüestrados e sua amada, Evolet (Camila Belle). No caminho em direção ao Egito (!), ele precisará da ajuda de diversas outras tribos para se opor ao poder dos deuses terrestres, conhecidos como faraós (!!!).
A trama é bem fraca, não empolga em nada e apenas confunde o espectador. Mamutes, tigres dentes-de-sabre, pássaros pré-colombianos, egípcios, neve, deserto, florestas tropicais. O roteiro todo atrapalhado e pouco conciso, historicamente falho (dizem os especialistas), não consegue manter as partes do filme juntas durante os quase 120 minutos de produção. Apenas para exemplificar, egípcios com barcos a vela datam de milhares de anos depois da ambientação da trama; os pássaros estranhos que aparecem nem ao menos chegaram perto da Europa, Ásia e África; a pimenta somente foi difundida pelos colonizadores portugueses. E ainda tem mais, cavalos domesticados, florestas tropicais ao lado de montanhas nevadas. Realmente, parece que alguém não fez a tarefa de casa.
Os belíssimos cenários monumentais dão o ar de uma grande produção, porém, novamente, o diretor falha em tudo com que pode conduzir a trama. Não é nenhum Apocalypto, muito menos Coração Valente ou Gladiador. Os efeitos especiais são bons, mas nada que Jurassic Park já não tenha mostrado 15 anos antes, em 1993. Apenas uma diferença (aliás, imensa): o homem por trás das câmeras atendia pelo nome de Steven Spielberg.
Os atores pouco conhecidos não têm qualidades para estrelar um pretenso filme épico como esse. A bela Camila Belle (que já havia estrelado outros filmes razoáveis) pode ter uma beleza exótica, quase como uma nova Jordana Brewster, mas não convence nem um pouco como parte do par central. Steven Strait, dos ruins O Pacto e Encontro com o Acaso, também mais parece um clone de Colin Farrell, porém, sem o carisma e o talento do astro.
Pouca coisa se salva em termos de talento humano. Cliff Curtis, que interpreta o caçador Tic-Tic, é um bom ator que já esteve em A Fonte da Vida, Sunshine - Alerta Solar e Encantadora de Baleias. Fora ele, a narração fica por conta do lendário Omar Sharif (como o convenceram a fazê-la, isso eu não sei responder).
O mais impressionante é que todo mundo (os bonzinhos) falam inglês (sem sotaque, claro! Viva a América!) e os maus falam algum tipo de língua desconhecida ou dialeto, como se fosse árabe (viva o preconceito americano!). Bom, depois que o presidente dos Estados Unidos entra em um caça para salvar o mundo, poderíamos esperar qualquer coisa.
Agora, resta esperar a próxima obra do diretor, chamada, por enquanto, de 2012. Nenhum ator está confirmado, as algumas coisas já são dadas como certas: vulcões, tufões e glaciares. É, este é Roland Emmerich.
Nota: 4.5/10
Felipe Edlinger
03 de maio de 2008
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