
Dirigido por Kirsten Sheridan
Se você gosta de música, não apenas a música em si, mas as melodias, os tons, os graves e agudos, e, principalmente, os sentimentos que ela pode despertar em uma pessoa, O Som do Coração é o seu filme. E mesmo que você não tenha tanta afinidade com a música, será difícil não se encantar com esse filme.
O filme não é necessariamente uma obra de arte, mas a sonoridade dele, sim. Sem especificamente se ater a uma trilha sonora, ele se carrega e se sustenta, em primeiro tom, nos acordes e nos ritmos da sua história. Não apenas em instrumentos, como guitarra, gaita, violoncelo, mas principalmente em tudo que aparece pela tela, de gotas da chuva a sirenes de carros de polícia.
A música está em todos os lugares, no coração e em tudo que o rodeia. Se você a escuta profundamente, a encontrará onde quer que vá, onde quer que olhe. E o jovem, e já muito experiente ator, Fred Highmore consegue nos fazer acreditar que isso é possível.
Ele é o grande destaque da produção, trazendo a experiência de mais de vinte trabalhos, com apenas 16 anos de idade, entre eles, o lindíssimo Em Busca da Terra do Mundo e o remake A Fantástica Fábrica de Chocolate.
Evan Taylor (Fred Highmore) é o fruto do amor arrebatador entre Lyla Novacek (Keri Russell), uma violoncelista que toca na Orquestra Filarmônica de Nova York, com Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers), o vocalista de uma banda de rock. Almas gêmeas por apenas uma noite, eles são separados por forças maiores e nunca mais se encontram, enquanto o filho deles é mandado para adoção logo após seu nascimento, sem o consentimento da mãe, que acredita que ele havia morrido. O garoto, porém, depois de 12 anos, não quer ser adotado porque acredita que encontrará seus pais pelo poder da música, a qual ele ouve em todos os lugares. Decidido a encontrar seus pais, Evan parte em uma busca sem precedentes, sendo guiado apenas pelo seu instinto natural guiado pelas melodias da vida. Com um talento nato para composições e performance, ele descobre música em todos os caminhos por onde passa, e fica cada vez mais convencido de que seus pais o irão escutar.
Keri Russell, a personagem-título da série Felicity não parece trazer muita empatia, mas o irlandês Jonathan Rhys Meyers (Alexandre, Missão: Impossível III, Match Point) consegue ser simpático até mesmo quando faz cara de mau humorado. Terrence Howard (Awake - A Vida por um Fio, Homem de Ferro) está eficiente como sempre, mesmo em um papel de pouco destaque. Infelizmente, quem parece estar deslocado é Robin Williams, com um personagem forçado e que não lembra em nada seus bons dias de comediante, ou ainda de ator dramático, como em Retratos de uma Obsessão e Insônia.
Apesar de uma história um tanto quanto fantasiosa demais, a produção é uma delícia para os ouvidos, devido aos belíssimos números musicais (sem cantoria, na maioria das vezes), tendo inclusive sido indicado ao Oscar de melhor canção, e também para os olhos, devido a excelente interpretação de Highmore, sempre empolgado e impecável em seus papéis.
Um filme que vai, certamente, tocar o coração de quem venha a assistí-lo, em especial os solos de violão do personagem de Highmore. E recomendo ter ao lado alguém que também aprecie a arte da música.
Nota: 7/10
Direção: Kirsten Sheridan
Roteiro: Nick Castle & James V. Hart
Elenco: Freddie Highmore & Keri Russell & Jonathan Rhys Meyers & Terrence Howard & Robin Williams
Estréia: Fevereiro de 2008
Gênero: Drama & Romance
Duração: 114 minutos
Distribuidora: CJ Entertainment
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por Felipe Edlinger
11 de julho de 2008
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por Felipe Edlinger
11 de julho de 2008
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