
Dirigido por Richard LaGravenese
Eis aqui uma história de amor não usual que não se encontra no lugar comum das produções do tipo. Uma idéia muito bem trabalhada que toca o espectador, em principal, as mulheres, devido a imensidão do amor demonstrado pelo personagem de Gerard Butler.
Holly (Hilary Swank) e Gerry (Gerard Butler) formam um jovem casal que não encontram medidas para seu amor. Mesmo após brigas e desencontros, a paixão eterna que um nutre pelo outro é muito mais forte do que qualquer desavença. O único problema é que ele morre precocemente de câncer cerebral. Ela fica desesperada e jogada no mundo, sem a mínima idéia de como seguir em frente, mesmo com as tentativas de ajuda de amigos e parentes. Inesperadamente, ele deixou uma série de cartas instrutivas para ajudar a sua eterna paixão a superar sua morte. Dessa maneira, ele a conduz apaixonadamente, como sempre, a uma vida em que ele não estará mais presente.
Hilary Swank, ganhadora de dois Oscar de melhor atriz (Meninos Não Choram e Menina de Ouro), está mais uma vez convincente em seu papel. Ela mostra toda a agonia e desespero de alguém que perdeu a coisa que mais faz sentido na vida, o eterno ser amado.
Porém, o escocês Gerard Butler, com mais uma interpretação visceral e sincera, desta vez mais cômica do que dramática, é quem rouba a cena neste bom drama. Depois de 300 e Fantasma da Ópera, sua simpatia rústica cativa mais uma vez quem vê seus filmes e os faz degustar outro personagem intenso e apaixonado, ainda mais na pele de um irlandês bonachão e engraçado.
Apesar da dramaticidade, algumas cenas trazem situações hilárias, que se tornam ainda melhores devido ao deboche e bom humor do Gerry de Gerard Butler. Enquanto a Holly de Hilary Swank faz a vez da pessoa pessimista e reclamona, ele é o contraponto ideal, sempre vendo a vida com otimismo e encarando todos os desafios e problemas com mente aberta e um sorriso no rosto.
O timing de comédia-dramática é muito bom, com excelentes protagonistas (Butler e Swank) e coadjuvantes, como Kathy Bathes, Gina Gershon (o clone mais bonito de Amy Winehouse) e Jeffrey Dean Morgan. A exceção fica por conta de Lisa Kudrow, que mais uma vez, praticamente encarna sua personagem mais famosa, a Phoebe, da série Friends.
O roteiro, por sua vez, é de primeira grandeza. Bem amarrado, une bem as diversas cenas da trama, contando a tentativa de Holly em dar a volta por cima da morte do marido, utilizando-se de flashbacks de maneira profissional e objetiva. Um ótimo trabalho de Richard Lagravenese, responsável por A Princesinha, As Pontes de Madison, O Espelho tem Duas Faces e O Encantador de Cavalos, que, inclusive, assina uma direção firme, convincente e eficaz.
Às vezes, o amor pode ser tão imenso que a mera possibilidade de a pessoa amada não mais existir simplesmente torna o próprio sentimento impossível de ser carregado. Às vezes, o amor ultrapassa gerações, outras, até a morte. Ela, se degladia com a chance de não mais amar seu marido; ele resiste à morte, por meio das cartas, para se manter junto à esposa por, ao menos, mais algum tempo. Quer maior prova de amor? Para assistir junto de alguém que se gosta muito.
Nota: 7.5/10
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por Felipe Edlinger
09 de junho de 2008
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por Felipe Edlinger
09 de junho de 2008
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