...e assim caminha a humanidade...

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segunda-feira, 9 de junho de 2008

[MovRev] P.S. Eu Te Amo

(P.S. I Love You)

Dirigido por Richard LaGravenese

Eis aqui uma história de amor não usual que não se encontra no lugar comum das produções do tipo. Uma idéia muito bem trabalhada que toca o espectador, em principal, as mulheres, devido a imensidão do amor demonstrado pelo personagem de Gerard Butler.

Holly (Hilary Swank) e Gerry (Gerard Butler) formam um jovem casal que não encontram medidas para seu amor. Mesmo após brigas e desencontros, a paixão eterna que um nutre pelo outro é muito mais forte do que qualquer desavença. O único problema é que ele morre precocemente de câncer cerebral. Ela fica desesperada e jogada no mundo, sem a mínima idéia de como seguir em frente, mesmo com as tentativas de ajuda de amigos e parentes. Inesperadamente, ele deixou uma série de cartas instrutivas para ajudar a sua eterna paixão a superar sua morte. Dessa maneira, ele a conduz apaixonadamente, como sempre, a uma vida em que ele não estará mais presente.

Hilary Swank, ganhadora de dois Oscar de melhor atriz (Meninos Não Choram e Menina de Ouro), está mais uma vez convincente em seu papel. Ela mostra toda a agonia e desespero de alguém que perdeu a coisa que mais faz sentido na vida, o eterno ser amado.

Porém, o escocês Gerard Butler, com mais uma interpretação visceral e sincera, desta vez mais cômica do que dramática, é quem rouba a cena neste bom drama. Depois de 300 e Fantasma da Ópera, sua simpatia rústica cativa mais uma vez quem vê seus filmes e os faz degustar outro personagem intenso e apaixonado, ainda mais na pele de um irlandês bonachão e engraçado.

Apesar da dramaticidade, algumas cenas trazem situações hilárias, que se tornam ainda melhores devido ao deboche e bom humor do Gerry de Gerard Butler. Enquanto a Holly de Hilary Swank faz a vez da pessoa pessimista e reclamona, ele é o contraponto ideal, sempre vendo a vida com otimismo e encarando todos os desafios e problemas com mente aberta e um sorriso no rosto.

O timing de comédia-dramática é muito bom, com excelentes protagonistas (Butler e Swank) e coadjuvantes, como Kathy Bathes, Gina Gershon (o clone mais bonito de Amy Winehouse) e Jeffrey Dean Morgan. A exceção fica por conta de Lisa Kudrow, que mais uma vez, praticamente encarna sua personagem mais famosa, a Phoebe, da série Friends.

O roteiro, por sua vez, é de primeira grandeza. Bem amarrado, une bem as diversas cenas da trama, contando a tentativa de Holly em dar a volta por cima da morte do marido, utilizando-se de flashbacks de maneira profissional e objetiva. Um ótimo trabalho de Richard Lagravenese, responsável por A Princesinha, As Pontes de Madison, O Espelho tem Duas Faces e O Encantador de Cavalos, que, inclusive, assina uma direção firme, convincente e eficaz.

Às vezes, o amor pode ser tão imenso que a mera possibilidade de a pessoa amada não mais existir simplesmente torna o próprio sentimento impossível de ser carregado. Às vezes, o amor ultrapassa gerações, outras, até a morte. Ela, se degladia com a chance de não mais amar seu marido; ele resiste à morte, por meio das cartas, para se manter junto à esposa por, ao menos, mais algum tempo. Quer maior prova de amor? Para assistir junto de alguém que se gosta muito.

Nota: 7.5/10
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por Felipe Edlinger
09 de junho de 2008
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