...e assim caminha a humanidade...

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terça-feira, 29 de abril de 2008

[MovRev] Wimbledon - O Jogo do Amor

(Wimbledon)

Directed by Richard Loncraine

Paul Bettany é um bom ator e sempre teve empatia com o público e, por mais que ele não tente, é o queridinho em suas produções. Ele é um ator bastante mutante, com ar de humor acentuado, como todo britânico (vide Coração de Cavaleiro), e consegue entregar trabalhos igualmente bons como o Silas, de O Código Da Vinci, talvez uma das poucas coisas válidas do filme de Ron Howard, adaptação do livro homônimo de Dam Brown.

Peter Colt (Paul Bettany) é um tenista de segunda categoria, que teve seus dias de glória quando chegou a posição de 11º do mundo no ranking da federação. Pronto para se aposentar e assumir um cargo como diretor de tênis em um clube de campo para ricaços, ele se prepara para participar de seu último torneio em Wimbledon. Os resultados são tão certos, que até seu próprio irmão aposta contra ele quando joga com um adolescente. Porém, ele conhece a bela Lizzie Bradbury, um dínamo feminino nas quadras, com quem começa um leve romance. Contra a expectativa de todos, seu jogo começa a melhorar e ele vê a oportunidade de se despedir em grande estilo. E tudo isso tem apenas uma razão: Lizzie. Mas será que o azarão veterano é apenas mais um que tem seus dias de vencedores, ou realmente vai fazer história em seus últimos jogos como profissional?

A paixão pelo esporte que todo inglês tem é demonstrada de maneira bem clara, especialmente pelo tênis, que tem em Wimbledon, estádio onde se passa a trama do filme, um dos seus maiores (se não o maior) templo da história da modalidade.

O ritmo do filme é rápido, alternando momentos acelerados com outros um pouco mais lentos. A abertura e o fechamento do filme utilizam efeitos especiais de câmera no tratamento da celulóide para inserir o espectador nas partidas, como parte do próprio protagonista, como uma certa consciência, dando uma visão intimista do jogo. Os ângulos inusitados garantem a velocidade do jogo, ao mesmo tempo que as câmeras lentas dão certa dramaticidade aos momentos decisivos.

Aliás, intimista é a interpretação de Bettany, que se digladia o tempo todo com seus próprios pensamentos de derrotado, o que o deixa extremamente confuso e indeciso em todos os momentos. E a maneira como é exposto, transforma em engraçado algo que para atletas pode ser fatídico.

A Narração, utilizada nas partes cruciais do longa, imprime o humor tipicamente britânico de Paul Bettany e de seu personagem, com certo nível de ironia e sarcasmo.

Kirsten Dunst, par romântico de protagonista, sempre foi e sempre será uma das namoradinhas queridas de todos nós. É impossível não simpatizar com uma produção dela, na qual ela faz par com um cara tão bacana e engraçado como Bettany. Ainda mais porque ela transpira graça e sensualidade inocente.

Os dois protagonistas se encontram em ótimo preparo físico, correndo de um lado para o outro, jogando tênis realmente e suando como atletas de verdade. Inclusive, Kirsten aparece com uma ótima silhueta em uma cena de banho (infelizmente, rápida demais).

Jennifer Flackett, co-roteirista, viria a escrever ABC do Amor, um dos filmes mais honestos e simpáticos que já assisti.

Wimbledon - O Jogo do Amor é mais uma comédia romântica que cumpre seu papel: o de entreter. O diretor Richard Loncraine, que não tem em mãos uma obra excepcional, conta com o carisma dos protagonistas. Portanto, não tentou exceder as próprias expectativas e criou um filme simples, porém, eficiente.

Mesmo para os que não são muito fãs do esporte e que não conhecem as regras, a produção agrada e consegue transmitir o êxtase do jogo, de maneira tranqüila, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Apostas, favoritivismos, aposentadorias, parcerias, invejas, farpas e conflitos. Porém, tudo com um certo grau de "café com leite".

Algumas pontas de atores já conhecidos, como Jon Favreau, Sam Neill e James McAvoy, sustentam os papéis de coadjuvantes. E falando em sustentar, a trilha sonora colabora com o ritmo de matinê da produção e carrega a ação e o romance sem nenhum peso contra. Entre os pops de destaque: Ok Go, David Gray, Sugababes, Avril Lavigne e Groove Armada.

Bastante digerível, a trama simples e o final esperado não comprometem o objetivo do filme, aliás, muito pelo contrário, garantem os sorrisos no final da história.

Nota: 6/10

Felipe Edlinger
29 de abril de 2008

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