...e assim caminha a humanidade...

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segunda-feira, 28 de abril de 2008

[MovRev] Swingers - Curtindo a Noite

(Swingers)

Directed by Doug Liman

Este é o primeiro sucesso do diretor Doug Liman, que provou ser um profissional bastante versátil e adequado para filmes descolados. Depois de Swingers, ele dirigiu o ótimo Vamos Nessa (que está na minha top list), o agitado Identidade Bourne, os dois primeiros capítulos da série super-cool-pop The O.C., o sexy e explosivo Sr. & Sra. Smith, e o viagem Jumper.

Resumindo, Liman é um diretor que consegue ser cool com pouco ou muito orçamento, com elenco conhecido ou não, e produção exacerbada ou apenas correta. Ele produz obras de boa (para ótima) qualidade e não apenas outros filmes bonitinhos.

Confesso que nunca havia visto este Swingers e me pergunto o porquê deste deslize. Talvez porque Vamos Nessa seja um dos meus favoritos e eu não achava que outros filmes do diretor pudessem bater esse favoritismo. Pois bem, eu estava correto. Apesar de Swingers ser um filme bacana, está longe de assumir esse posto das minhas listas.

A linguagem utilizada no filme está mais para uma produção alternativa do que para um blockbuster. Essa é uma boa parte do charme do filme, assim como foi, também, em (adivinhem?) Vamos Nessa, porém com mais dinheiro em caixa e maior inspiração, tanto para a produção quanto para a escolha dos atores.

Jon Favreau, o Pete Becker, namorado milionário de Courtney Cox, na série Friends (e hoje diretor de nada menos que Homem de Ferro), é um cara tímido e inseguro, chamado Mike Peters, que terminou um relacionamento de seis anos há pouco mais de seis meses. Mostra-se com dificuldades extremas para lidar com isso, sempre se martirizando pelo término do relacionamento. Seus amigos tentam reanimá-lo e o levam para um verdadeiro tour pelas noites de Los Angeles: de balada em balada, de bar em bar, de farra em farra.

A ordem do dia é aproveitar a vida e curtir o momento, esquecendo os problemas de hoje e ontem. Swingers é descompromissado e cool, bacana, da hora, massa (essa foi longe!). Não é em nada marcante, mas é tão descolado que passa a ser um daqueles filmes que recomendamos aos amigos para que assistam quando não têm nada para fazer e querem dar uma animada.

A câmera em primeira pessoa, por boa parte das andanças pelas festas da cidade, dá a impressão de que fazemos parte dessa galera de pretensos atores (de candidatos a pilotos de série a rejeitados ao papel de Pateta na Disney), que conta com o próprio Favreau, além de Vince Vaughn (Penetras Bons de Bico, Dias Incríveis) e Ron Livinstone (The Cooler - Quebrando a Banca, Adaptação).

As situações são cômicas quando Vince Vaughn (bancando o boa-pinta, destemido e cara-de-pau de sempre, tipo de personagem que ele parece mais gostar e se sentir bem fazendo) joga muito verde para até colher bem maduro com as mulheres. Pelo oposto, Favreau é o cara que simplesmente pelo fato de abrir a boca, merece tomar um soco na cara. Essa é outra parte da graça do filme.

A trilha sonora de primeira qualidade é leve, rítmica e empolgante, indo de blues ao twist, passando por um swing e free jazz de muita sonoridade. O grande destaque vai para o som da banda Big Bad Voodoo Daddy, que assina ao menos quatro músicas da trilha do filme.

A performance de Favreau e Heather Graham dançando swing é muito bacana e empolga, talvez um dos ápices da produção, assim como todo número musical bem produzido e coreografado. Pelo menos dessa vez o personagem protagonista mandou bem. E, aliás, o filme somente acaba quando isso acontece, quase como um ressurgimento do "mundo dos mortos" (os compromissados) e uma redenção em ótimo estilo, exorcizando sutilmente os demônios (a ex-namorada) de seu personagem.

Outra cena bacana é a discussão sobre quem seria o melhor diretor, Quentin Tarantino ou Martin Scorcese. Com trinta anos de diferença de experiências, Scorcese ganha fácil, porém a referência direta é ao diretor de Pulp Fiction e Cães de Aluguel (dois filmes top 250 no IMDB) com uma cena inteira em câmera lenta onde os amigos andam em direção aos carros, relembrando uma das produções do diretor.

Bacana, também, é a maneira como os amigos tentam se motivar, durante as diversas baladas do filme, chamando uns aos outros de "money" (dinheiro, em inglês). Sintetizando, elas te quarem!
Bem, agora tô vazando, este lugar tá morto mesmo ("now I'm outta here, this place is dead any way")!

Nota: 7/10

Felipe Edlinger
28 de abril de 2008

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