
Directed by Preston A. Whitmore II
O basquetebol nunca foi um dos principais esportes dos brasileiros, nem mesmo quando a geração (ainda moleque) de Oscar e Marcel ganhou os jogos Panamericanos da seleção dos Estados Unidos, em plena Indianápolis, em 1987.
Se o basquete nunca fez parte da massa brasileira, a modalidade do streetball, ou basquete de rua, variação onde normalmente não existem regras muito claras, quase não existem faltas e o que importa é mais o show do que as cestas em si, tem menos chances ainda de ser conhecida do grande público.
Crossover mostra um pouco do mundo do streetball, porém um pouco mais underground do que o normal. Enquanto outras produções como Homens Brancos não Sabem Enterrar, com Woody Harrelson e Wesley Snipes mostra um lado mais claro de que o esporte faz parte do cotidiano de pessoas que o praticam por pura vontade e paixão, porém que, algumas vezes, acabam fazendo uma aposta e outra, este mostra que existem pessoas que vivem do esporte para fazer dinheiro.
É a história de dois amigos, Tech (Anthony Mackie) e Cruise (Wesley Jonathan) que têm pontos de vista diferentes sobre o esporte. Ambos são jogadores de primeira, com talento nato, porém, enquanto Cruise quer revogar suas habilidades para estudar e ir para a escola de medicina, Tech procura meios de utilizar suas habilidades no streetball para fazer a vida.
A trilha sonora está de acordo com o ritmo frenético das partidas de streetball, onde a bola praticamente não para e a música rola solta o tempo todo nas quadras. Para quem gosta de hip hop, o álbum do filme provavelmente será uma boapedida, com faixas de Pete P.I.M.P., The Co-Stars e 2XL.
AS jogadas têm uma boa plasticidade nas câmeras, porém a trama deixa muito a desejar. É impossível não sentir o clima de novela mexicana no ar, principalmente com alguns personagens tão caricatos em cena, como a namorada interesseira, o chefe do jogo, o garoto desregrado e individualista que encontra seu caminho.
Como eu disse, essa realidade não faz parte da nossa realidade, portanto, tem que gostar muito para achar que o filme é bom. Para quem não conhece, quem sabe uma tentativa apenas para se familiarizar. Mas depois recomendo os bons e velhos Snipes e Harrelson. Ou então, Blue Chips, Diário de Adolescente, entre outros filmes de basquete muito melhores, como o excelente Doping.
Nota: 3/10
Felipe Edlinger
23 de dezembro de 2007
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