
Dirigido por Dennis Dugan
Continuo confessando que sempre gostei do estilo bonachão de Adam Sandler, principalmente quando ele é o mais idiota possível, com suas caras e bocas, voz lenta, piadas absurdas e seu jeito ultrajante.
De tempos pra cá, ele começou a adicionar elementos mais sérios às suas produções e algumas acabaram desagradando os fãs originais de seus trabalhos, como em Click, Reine Sobre Mim e Embriagado de Amor.
Click pode até ser/ parecer engraçadinho e ter uma lição de moral razoável, mas não é o que as pessoas querem ver quando se trata de Adam Sandler. Embriagado de Amor, por outro lado, é uma pequena obra-prima, graças ao talento de Paul Thomas Anderson (Boogie Nights, Magnolia, Sangue Negro), principalmente por retirar de Sandler, talvez, seu único trabalho elogiável como ator "sério".
Voltando a este filme aqui, O Paizão é um dos primeiros filmes em que o ator coloca elementos mais relevantes de apelo social-ético-politicamente-correto. Antes dele, os seus grandes sucessos foram Billy Madison - Um Herdeiro Bobalhão, Um Maluco no Golfe, Afinado no Amor e O Rei da Água. Todo muito bons para o padrão Sandler de comédia. Quem gosta sabe do que estou falando e, apenas para deixar ainda mais claro, pessoalmente adoro o trabalho desse camarada (da safra antiga, mais precisamente).
Mesmo tendo elementos mais emotivos, O Paizão não deixa de ser um bom programa para quem quer dar boas risadas descompromissadas. Sim, porque Sandler ainda é Sandler, mas também porque o seu parceiro de trama, o garotinho Cole Sprouse tem uma presença de cena muito bacana e sintonizada com o astro.
Adam Sandler é Sonny, um advogado que não faz absolutamente nada e fica o dia todo sentado em seu apartamento. Ganhando a vida em função de um processo ganho em função de um acidente, ele vê os dias passando da melhor maneira possível, no ponto de vista dele: do meio de sua cama. Porém, quando a namorada do rapaz, Vanessa (Kristy Swanson) o deixa porque ele não é muito maduro, ele resolve agir para tê-la de volta. Coincidentemente, seu amigo Kevin (Jon Stewart) muda-se para a China e assim que ele vai embora, um garotinho é deixado à porta de Sonny, com um bilhete dizendo que ele é filho de Kevin. Pensando em impressionar sua ex-namorada, ele resolve adotar Julien (Cole Sprouse), mas depois começa a ver que ser pai é muito mais do que simplesmente ter um filho.
As situações elaboradas nesta comédia são bacanas e muitas delas são de extremo bom gosto (novamente, para o padrão Sandler de comédia). São risadas e mais risadas graças as atitudes idiotas de Sonny (e as respostas de seu "filho" Julian "Frankenstein") que deixam o filme leve e facilmente digerível por outros que não gostam tanto dos filmes do ator.
E o que agrada, também, à todos, é a fatia de sentimentalismo que está presente ao longo da fita: o desenvolvimento de Sonny como um adulto melhor, praticamente um pai, descobrindo que o mundo de adolescente pode ser deixado para trás porque coisas novas e até melhores são oferecidas pela nova vida de responsabilidades. A sinergia entre o astro e o ator mirim é nítida e a química é sentida no ar.
Não é tão bom quanto as produções "clássicas" de Sandler, mas cumpre muito bem o papel de divertimento vespertino, contando ainda com uma ponta hilária de Rob Schneider. Para os marmanjos, a presença de Joey Lauren Adams (se você não se lembra dela, ela interpretou a lésbica Alyssa Jones, em Procura-se Amy, de Kevin Smith - você tem que se lembrar dela!) já é o bastante; nem dá para acreditar que ela já fez 40 anos... De resto, Jon Stewart é o o amigo boa praça de Sandler, Kevin, e Leslie Man é a irritante namorada dele.
O diretor Dennis Dugan é parceiro antigo de Sandler, sendo que já dirigiu Um Maluco no Golfe, este O Paizão e os recentes e tranqueiras Eu os Declaro Marido e Larry e Zohan - Um Agente Bom de Corte. Apenas para demonstrar o quão "experiente" em comédias pastelão ele é, outros filmes no currículo são Os Esquenta-Bancos, Segurança Nacional e Um Ninja da Pesada. Não tem como ficar pior, certo? Tem sim, ele também atuou em boa parte deles... Ok, ok, mas ele também foi o pai de Patrick Dempsey, no clássico oitentista da Sessão da Tarde (ou seria Cinema em Casa?), Namorada de Aluguel.
Mas, para quebrar o galho, temos Sheryl Crow, Van Halen, Garbage, Eurythmics e Neil Young na caixola. De qualquer maneira, valeu Adam Sandler!
Nota: 6,3/10
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Steve Franks
Elenco: Adam Sandler & Joey Lauren Adams & Jon Stewart & Cole Sprouse & Leslie Mann & Rob Schneider
Estréia: Outubro de 1999
Gênero: Comédia
Duração: 93 minutos
Distribuidora: Columbia Pictures
______________________________________________________________
por Felipe Edlinger
03 de setembro de 2008
______________________________________________________________
por Felipe Edlinger
03 de setembro de 2008
______________________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário