
Dirigido por Paul Verhoeven
Mais um clássico do final da década de 1980, Robocop é um filme que assustou muitas pessoas pela sua violência gratuita extrema e cenas fortes, tanto que levou restrição para adolescentes quando estreou nos cinemas americanos. Por outro lado, é um filme legal, com um personagem de sucesso imediato, mesmo com tantos outros similares japoneses, como Jiban e Cybercops.
Apesar da violência ser realmente uma marca registrada do filme do diretor Paul Verhoeven, a agilidade na direção e nas cenas de ação garantiu que a aventura conquistasse o público mais jovem, fazendo sucesso até mesmo com as duas continuações descartáveis, de 1990 e 1993.
Alex Murphy (Peter Wellers) é o novo parceiro de Anne Lewis (Nancy Allen), policiais de um distrito de Detroit, nos Estados Unidos. Em sua primeira missão, eles tentam prender alguns traficantes e Murphy acaba sendo executado cruelmente pelos bandidos. Dado como morto, ele é ressuscitado pelo time de engenharia de Bob Morton (Miguel Ferrer), responsável por um projeto para a criação de um policial robô, pela empresa OCP. Deste projeto, nasce Robocop, um policial meio homem, meio máquina, que tem como meta reduzir o crime na cidade de Detroit. Porém, afetado pela sua antiga memória que retorna com força total, agora Robocop vai atrás dos responsáveis pela sua morte e quer desmascarar a história por trás dos bandidos.
Mesmo com atores de segunda categoria, com exceção de Ronny Cox e Kurtwood Smith, a trama do policial robô emplacou enormemente, popularizando-se rapidamente por diversas mídias. De jogos eletrônicos a histórias em quadrinhos, de roupas a colecionáveis, a marca Robocop acabou se tornando mais lucrativa do que as próprias produções.
Os efeitos especiais podem até ser considerados ultrapassados hoje em dia, mas foram passos importantes para as modernas técnicas de animação e efeitos de simulação de ambientes. Nessa produção de 1987, eram usadas maquetes , como em Star Wars, de 1977, para reproduzir ambientes mais complicados. A animação stop-motion do robozão policial ED-209 parece um efeito precário, mas era um avanço para a época, com sobreposição de imagens e sincronização de várias camadas de filmagem.
E para completar a obra, um tema principal inesquecível que fazia parte de toda cena de ação em que o robô policial aparecia. Nada melhor para criar um chiclete de ouvido que todo mundo reconheceria como "aquela música do Robocop".
O diretor conseguiu fazer um filme rápido e facilmente digerível, sem espaço para pensamentos secundários, fora do contexto da ação. Ok, alguém pode até dizer algo crítico sobre a sociedade futurista, ou a cobiça dos homens, ou o descaso das autoridades, mas convenhamos, pura besteira de quem não tem mais nada para fazer, além de procurar mensagens escondidas em filmes hollywoodianos.
O roteiro é bem capenga, trabalho de debut dos roteiristas Michael Miner e Edward Neumeier, que conseguiram emprego para os longas seguintes do policial robô, mas é algo que nem ao menos importa para o âmbito da obra, uma vez que a ação é o atrativo principal, junto com o tal policial robô, o Robocop (soava bem quando falávamos "Robocop"), mesmo que o personagem principal fosse mais lento do que uma tartaruga, imitando sempre os gestos de um robô tradicional, passo a passo (mas dá pra ver algumas corridinhas indiscretas do ator durante o filme, hehehe).
É uma soma de fatores que transformaram a produção em uma obra apreciada, apesar de não ter um destaque realmente convincente, fora as cenas violentas. Um programa legal, mas que fica batido devido aos 20 anos de idade do longa, que envelheceu muito mal.
Agora, o diretor Paul Verhoeven viajou na maionese quando disse que Robocop era uma referência a Jesus Cristo. Só se for da maneira mais bizarra possível. Segundo ele, quando Robocop é refletido andando na água, em determinado ponto do filme, ele remete, na verdade, a Jesus caminhando sobre as águas; ou ainda o tiro nas mãos do policial como a crucificação do Salvador; e o tiro na cabeça do mesmo policial como a coroa de espinhos. É muito maconha nas idéias...
Nota: 6.5/10
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Edward Neumeier & Michael Miner
Elenco: Peter Weller & Nancy Allen & Ronny Cox & Kurtwood Smith & Miguel Ferrer
Estréia: Julho de 1987
Gênero: Ação & Crime & Drama
Duração: 102 minutos
Distribuidora: Orion Pictures Corporation
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por Felipe Edlinger
12 de agosto de 2008
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por Felipe Edlinger
12 de agosto de 2008
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