
Directed by Kent Alterman
Este é o mais novo filme de Will Ferrell, só que desta vez ele voltou para uma comédia mais tradicional, chegando até a ser um pouco ingênua, evitando o exagero, por exemplo, do dispensável e ruim Escorregando para a Glória.
Fugindo um pouco do estilo Saturday Night Live de ser, Will Ferrell entrega uma comédia mais retrô, sem nada escatológico, idiota ao extremo ou ofensivo. E com um tema mais plausível, ao menos conhecido do grande público, exatamente o contrário do que a esdrúxula trama de seu filme anterior com John Heder apresenta, onde eles encarnam duas super estrelas de patinação artística no gelo.
Will Ferrel é Jackie Moon, cantor de um único sucesso, que vive dos dividendos de seus 5 minutos de fama e acaba realizando seu sonho em vida: ser dono de uma equipe de basquetebol. Ele é o dono, treinador, jogador, promotor e animador de torcida dos Flint Tropicals, de Michigan. Apesar de seu time ser o pior da liga ABA de basquetebol, ele tenta manter o espírito de equipe vivo. Quando anunciam que a ABA se fundirá com a NBA (liga profissional de basquetebol americana) e apenas quatro times farão parte da fusão, a única resposta para os problemas da equipe parece vir de onde eles menos esperavam: do simples ato de vencer partidas.
O clima setentista (o filme se passa em 1976) calibra o visual retrô da produção e a sensação de nostalgia de quando o basquetebol ainda era jogado por pura dedicação ao jogo, garantindo um certo carisma do filme. Cabelos black power, rímel, roupas extravagantes, música disco, esse é o universo em que Jackie Moon e os Tropicals vivem.
Com um roteiro bem simples e com bons atores como coadjuvantes, esse filme dirigido pelo estreante Kent Alterman, ficou em primeiro lugar nos Estados Unidos durante suas primeiras semanas em cartaz, o que confirma o que o nome de Will Ferrell pode fazer. Woody Harrelson (Assassinos por Natureza, Homens Brancos não sabem Enterrar) e André Benjamin, da banca Outkast, mantêm o bom nível dos personagens.
Para quem entende do jogo, fica ainda mais engraçado quando eles inventam uma nova jogada durante uma partida. E ainda conta com um pedaço da história de ascenso de times da ABA para a NBA, como os Spurs de Santo Antonio, os Nets de New Jersey, os Nuggets de Denver (time do brasileiro Nenê) e os meus favoritos, os Pacers de Indiana.
Apesar de não ser o típico filme de sempre de Will Ferrel, ele continua com algumas situações absurdas que garantem a diversão ao seu estilo. Ele salta de patins por cima de líderes de torcida no melhor estilo suicida, luta com um urso-cinzento em pleno ginásio, e passa rímel para tentar distrair os adversários durante uma partida. Apenas o estilo com cabelo cacheado do personagem prova o quão sem noção ele é. Detalhe: o urso-cinzento com o qual ele luta matou o próprio treinador com uma mordida no pescoço, após as filmagens. Sem noção!
Não é dos piores filmes de comédia do ex-astro do Saturday Night Live, mas também está longe de ser dos melhores. Tem seu charme como uma produção "de época" e pela trama, até certo ponto, inocente. Vale dar uma espiada, assim como (normalmente) em qualquer comédia de Will Ferrell.
Nota: 6/10 ______________________________________________________________
por Felipe Edlinger
22 de maio de 2008
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