
Directed by Steve Rash
Este é o primeiro filme da franquia American Pie sem os integrantes originais, dos primeiros filmes, que fizeram enorme sucesso no cinema, vídeo e televisão; e que abriu as portas de Hollywood para alguns atores, como Sean William Scott, Jason Biggs, Tara Reid e Mena Suvari.
O diretor Steve Rash tem certa experiência em comédias escolares adolescentes, tanto que já nos deu o "clássico" da Sessão da Tarde Namorada de Aluguel, com Patrick Dempsey. Levante a mão (aqueles que têm mais de 25 anos, por favor!) quem não se lembra da história de Ronald Miller, o nerd que quer ser popular e "aluga" Cindy Mancini, a garota mais popular do colégio, por um mês, em troca de um casaco de camurça novo. Mas de lá para cá, muita coisa mudou e não, necessariamente, para melhor.
Este AP4: Tocando a Maior Zona traz o irmão mais novo de Steve Stifler, Matt Stifler (Tad Hilgenbrinck), como protagonista. Matt, que quer provar que é digno da reputação do irmão (Stifler virou produtor de vídeos de garotas nuas), apronta das suas no colégio e, como punição, é mandado para um acampamento de bandas, onde fanfarras de diversas escolas disputam uma competição. Contrariado pela idéia, ele tem a brilhante idéia de fazer gravações de cenas sensuais e sexuais para sua versão do popular programa Girls Gone Wild: Bandeez Gone Wild, algo como "as garotas do acampamento de bandas ficaram malucas".
Porém, ao contrário da acidez de American Pie, esta é a historinha clássica do garoto desajuizado que sempre sacaneia a todos e, depois de algumas situações, vira bonzinho por causa da menina pela qual se apaixonada. Uma pena porque o humor descarado do Stifler anterior, com certeza, dava muito mais pano para a manga.
O personagem central, Matt Stifler, é um plágio sem medidas do personagem de Sean William Scott, nos outros três filmes da série. Sem originalidade alguma, Tad Hilgenbrinck faz as mesmas caras e bocas que já vimos anteriormente, sem contar as mesmas piadas, gírias, vocativos e trejeitos. Ao menos, é necessário reconhecer o mérito copioso do ator, que realmente consegue convencer como irmão de Steve.
Para não dizer que ninguém dos outros filmes está presente, Eugene Levy repete o papel do pai de Jim Levenstein, personagem principal das outras produções. Porém, continua sem jeito e sem graça alguma, o que felizmente não é acentuado devido aos seus menos de 10 minutos em cena. Chris Owen também está de volta como Chuck Sherman, desta vez como o tutor estudantil que manda Matt para o acampamento, utilizando a mesma piada boba e repetitiva do Sheminator.
Enquanto, nos outros filmes, Stifler era um coadjuvante que roubava, literalmente, todas as cenas nas quais aparecia e que, no final, virou o mais querido dos personagens, neste Tocando a Maior Zona, Stifler é o protagonista que não faz graça alguma com suas piadas forçadas.
É verdade que os personagens Chris 'Oz' Ostreicher (Chris Klein) e Kevin Myers (Thomas Ian Nicholas) eram totalmente descartáveis, mas sem o carisma e a escrotice de Sean William Scott, a ingenuidade e a insegurança de Jason Biggs e os atributos de Shannon Elizabeth, Tara Reid, Mena Suvari e Alyson Hannigan, esta produção não tinha a menor possibilidade de ser bem sucedida.
O fiapo de história e roteiro é apenas um pretexto para piadas ainda mais chulas do que as normalmente apresentadas desde o primeiro American Pie, sempre escatológicas, apelando cada vez mais, ultrapassando até o nível do "clássico" dos anos 80, Porky's. As piadas são descartáveis, principalmente pelo fato de não passarem de um rascunho ou cópia das que o verdadeiro e único Stifler fazia.
O que poderia sustentar um pouco seriam os protagonistas mas, como já dito, ele força demais a barra virando uma cópia mal feita do original. A outra protagonista, Arielle Kebbel, no papel de Elyse, contra-parte de Stifler, até é uma gracinha, mas é apenas uma amadora perto das outras que já passaram pela franquia.
Os outros personagens são, por demais, estranhos; não de uma maneira bacana, mas apenas estranhos. As meninas são esquisitas, como a que usa tatuagens e piercings e os meninos, ainda mais sem graça, como o nerd dos robôs, o gordão negro e o rapper japonês.
Infelizmente, esta produção degringolou o histórico de sucesso da série, e apenas adolescentes bobos acharão o filme bacana, por causa do "gatinho" Tad Hilgenbrink ou pela "gatinha" Arielle Kebbel. Uma perda de tempo.
Nota: 2/10
Felipe Edlinger
30 de março de 2008
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