...e assim caminha a humanidade...

"Não tenha medo da perfeição. Você nunca vai atingí-la." (Salvador Dali)
"Et quacumque viam dederit fortuna sequamur." (Virgílio)
"Always think about a coloured tequila sunrise life." (Felipe Edlinger)
"Foda-se a balada, o que importa é a companhia." (Felipe Edlinger)
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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

[MovRev] Eurotrip - Passaporte para a Confusão

(Eurotrip)

Dirigido por Jeff Schaffer

Filmes de/ para adolescentes têm basicamente o mesmo padrão: mulheres, bebidas e aventuras sem noção. Da "clássica" série Porky's até a recente American Pie, os ingredientes são, quase sempre, os mesmos. E Eurotrip não foge à regra! E, também, não foge à regra de conter muitas cenas de enorme mau gosto, mas muito engraçadas.

Primeiramente, sou meio suspeito por ter gostado deste filme, uma vez que coincidiu com minha primeira aventura com uma mochila nas costas. Mas, de qualquer maneira, Eurotrip é um filme que, apesar dos pesares, tem um toque cômico muito latente. Ou melhor, pulsante.

Resumidamente, Eurotrip é mais um absurdo do cinemão americano, unicamente por representar (propositadamente) a visão norte-americana (generalizando aqui, por favor!) do resto do planeta, em especial a Europa, como explicitado pelo próprio título da produção. As piadas são tão estereotipadas que os mais conservadores poderiam até vir a querer proibir a exibição do filme. Mas que são engraçadas, ah, são muito engraçadas.

Assim como as piadas sobre o Brasil, e qualquer outro país do mundo, foram elevadas ao extremo na série animada Os Simpsons, que continuou fazendo sucesso, mesmo com os protestos de políticos e ONGs, Eurotrip faz graça com os países mais importantes da Europa. Para os quatro amigos aventureiros que vão para o antigo continente, os ingleses são todos bêbados e hooligans (aqueles torcedores fanáticos que mais querem brigas o tempo todo, do que realmente torcer), os alemães são adoradores de Hitler, os franceses vivem em praias de nudismo, os italianos são frutas (sim, no sentido figurado da palavra), os holandeses só pensam em sexo e drogas (é claro que a inspiração foi a lindíssima Amsterdã), e o leste europeu tem o câmbio mais favorável do planeta para os americanos, algo do tipo um centavo para alguns milhões. E, como não poderia faltar, eles acreditam que a Europa é um "ovo", sendo que Berlim ficaria nos quintais de Londres (!), ou ainda que um centavo de dólar americano seria capaz de comprar um hotel em Bratislava, na Eslováquia.

Scott (Scott Mechlowicz) é dispensado pela namorada Fiona (Kristin Kreuk) no dia da formatura. Depressivo, ele descobre (de uma maneira hilária) que seu correspondente alemão é, na verdade, uma garota, pela qual ele se apaixona. Sem pensar duas vezes, ele e seu amigo Cooper (Jacob Pitts) viajam para a Europa para se encontrar com Mieke, sua amada alemã. No meio do caminho, eles se encontram com os amigos gêmeos Jamie (Travis Wester) e Jenny (Michelle Trachtenberg), que mochilavam por lá, durante o verão. O que parecia ser apenas uma viagem entre amigos se torna uma verdadeira aventura quando eles, para chegar até Mieke, passam por Londres, Paris, Amsterdã, Bratislava, Berlim e Roma.

Eurotrip conta com um grupo bacana de jovens atores, não soberbos, mas bacanas, que dá conta do recado como os adolescentes americanos, sedentos por sexo e diversão sem medidas, que partem em uma aventura pelo desconhecido.

O quarteto principal é formado por Scott Mechlowicz (o Scott mencionado na trilha sonora), que estrelou os bons Quase um Segredo (2004) e Poder Além da Vida (2006). Seu parceiro cômico, o endiabrado (e tarado) Cooper é interpretado por Jacob Pitts, que esteve recentemente em Across the Universe (2007) e Quebrando a Banca (2008). Travis Wester (o nerd bobão do filme), por sua vez, ficou pulando de seriado em seriado, sem engajar em nada por muito tempo. E o destaque da trupe, a gatíssima Michelle Trachtenberg é, com certeza, mais conhecida como a irmã mais nova, Dawn, da caça-vampiros Buffy (Sarah Michelle Gellar). Esteve em Inspetor Bugiganga (1999), aos 14 anos, Sonhos de Gelo (2005), a tranqueira Natal Negro (2006), entre outras obras menos interessantes (ainda), o que prova que beleza, realmente, não é tudo.

No corpo de coadjuvantes, a linda Lana Lang do seriado Smallville, Kristin Kreuk, faz uma ponta minúscula, mas muito sensual. O sempre engraçado (e ex-jogador violento de futebol) Vinnie Jones, encarna um papel perfeito para ele: o de um hooligan inglês, torcedor do Manchester United. E até Matt Damon aparece, como um vocalista de banda pegador, em uma ponta sem propósitos, mas bacana!

A trilha sonora é uma beleza a parte, contando com nomes relevantes, desde Wakefield e Jet até Frankie Goes to Hollywood e os franceses do Chapeaumelon. Isso, sem contar com os engraçadinhos do Bloodhound Gang, a tecneira do The Chemical Brothers e a baladinha do Whiskeytown. Destaque para 99 Red Balloons (versão da canção de Nena, em alemão e inglês, pelo ótimo Goldfinger) e Donna Summer, com o hit Hot Stuff, que garante um dos momentos mais engraçados do filme. Enquanto isso, a trilha sonora criada especialmente para o filme, Scotty Doesn't Know (algo como "Scotty não sabe", uma alusão ao fato do personagem principal estar sendo traído pela namorada Fiona), da desconhecida banda Lustra, além de sua versão remix, se revelam músicas de pegada grudenta, que dificilmente são esquecidas.

O trio de amigos Jeff Schaffer, Alec Berg e David Mandel, faz um ótimo trabalho de comédia em Eurotrip, na direção e na roteirização. Também, com a experiência desses camaradas, não é muito provável que façam um trabalho ruim. Schaffer foi produtor e roteirista da série Seinfeld. Berg tem o mesmo no currículo. E Mandel também conta com a mesma experiência, com exceção de que ele escreveu mais de 60 episódios do Saturday Night Live. Com uma vivência dessas, só poderia ser produzido e roteirizado um filme de enormes bobeiras mas de, também, enorme diversão.

Apesar dos estereótipos e do besteirol desenfreado, Eurotrip é diversão gratuita, com direito a muitas risadas de bônus. Ainda mais porque o próprio filme não se leva muito a sério, em nenhum momento. E, ainda por cima, bate (ou faz bater) aquela senhora vontade de pegar uma mochila, colocar nas costas, definir um destino e cair na estrada, sem saber o que está por vir. Principalmente para quem já fez seu próprio Eurotrip um dia!

Nota: 7,1/10

Direção:
Jeff Schaffer
Roteiro: Alec Berg & David Mandel
Elenco: Scott Mechlowicz & Jacob Pitts & Kristin Kreuk & Michelle Trachtenberg & Travis Wester & Vinnie Jones & Jessica Boehrs
Estréia: Fevereiro de 2004
Gênero: Comédia & Aventura
Duração: 93 minutos
Distribuidora: DreamWorks SKG
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por Felipe Edlinger
23 de dezembro de 2008
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

[MovRev] Madrugada Muito Louca

(Harold & Kumar Go to the White Castle)

Dirigido por Danny Leiner

Sabem aqueles filmes que são ruins mas que a molecada e, eventualmente, uma penca de adultos, gosta, de tão absurdo que parecem ser (e são)? E que, também eventualmente, acabam virando cult? Pois bem, a primeira história de Harold e Kumar é exatamente isso. Não que seja uma referência cinematográfica, mas, com certeza, se tornou uma indicação de "filme idiota, mas bacana" que você recomenda aos amigos.

A indústria americana é muito conhecida por investir altas somas de dinheiro em produções sem graça e sem apelo algum. Muitas dessas produções nem ao menos atingem os cinemas e acabam restritas as prateleiras das locadoras. Porém, ninguém contava com a simpatia (e empatia) dos dois sempre-pontas-em-filmes-adolescentes John Cho e Kal Penn. Como o próprio filme diz, um é aquele japonês de American Pie, e o outro é aquele indiano de O Rei da Festa.

A trama é a mais absurda das absurdas, gerando situações tão esdrúxulas que qualquer um poderia tecer comentários horrendos sobre a qualidade (ou falta de) da produção. Por outro lado, superando as expectativas, os dois atores principais seguram as pontas da trama muito bem e garantem uma série de risos incontroláveis pela história toda. Repleta de piadas duvidosas, tem todos os quesitos para deixar os adolescentes morrendo de rir.

Harold (John Cho) é um descendente de coreanos que trabalha arduamente enquanto seus colegas de escritório apenas zombam de sua cara e o fazem trabalhar ainda mais. Kumar (Kal Penn) é um descendente de indianos, parte de uma família de médicos, que não dá a mínima para a profissão que seu pai quer que ele siga. Colegas de apartamento, eles estão mais interessados em drogas e curtição do que qualquer outra coisa. Fãs de comida fastfood, eles decidem, uma noite, comer na lanchonete White Castle. Porém, eles não conseguem encontrar nenhuma pela cidade e saem, noite a fora, em busca do "santo graal" das lanchonetes. E o que a noite lhes reserva, apenas aumenta ainda mais a fissura pelos hambúrgueres do "castelo branco".

Mesmo que sejam coadjuvantes na maioria dos filmes que participam, John Cho e Kal Penn já demonstraram que podem ser atores de primeira categoria. John Cho fez o ótimo (e desconhecido) Better Luck Tomorrow, mas ainda assim é muito mais conhecido pelo seu papel de John "Milf Guy" nos três primeiros episódios da série American Pie. Kal Penn, por sua vez, depois de ser coadjuvante de Ryan Reynolds (o futuro Deadpool no filme solo do Wolverine) em O Rei da Festa, estrelou o bacana Nome de Família, além da continuação do filme de Van Wilder. Como a vida não é fácil em Hollywood, ambos continuam fazendo os tradicionais filmes-tranqueira como Epic Movie. Ao menos, John Cho ganhou o papel de Hikaru Sulu, na reinvenção da série Jornada nas Estrelas.

Se os protagonistas são oriundos de filmes adolescentes, o mesmo pode-se dizer dos coadjuvantes, quase que todos de "clássicos" dos últimos 10 anos, como David Krumholtz, (10 Coisas que Odeio em Você), Eddie Kaye Thomas (American Pie), Ethan Embry (The Wonders - O Sonho Não Acabou, Mal Posso Esperar), Ryan Reynolds (O Rei da Festa) e Neil Patrick Harris (que interpreta a si mesmo!).

O roteiro é de Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg (afe!), que não fizeram praticamente nada além de escrever, dirigir e produzir os três filmes da série Harold and Kumar (dois longas e um curta-metragem). Danny Leiner dirige este primeiro longa e, ao menos, faz um trabalho melhor do que a outra bobeira de sua carreira, o idiota Cara, Cadê Meu Carro?. Tudo o que falhou em seu primeiro filme, ele conseguiu melhorar aqui, até mesmo porque não havia o peso de celebridades como Ashton Kutcher, Sean William Scott e Jennifer Garner, que à época ainda não eram estrelas do cinemão. Depois, o diretor voltou para os episódios de pequenos seriados de televisão, dos quais ele saiu para dirigir esses dois filmes. Parece que não conseguiu muito com suas experiências...

Talvez com os efeitos especiais mais toscos dos últimos filmes de comédia, o importante não é a qualidade, mas sim o quão aderente a produção é ao ambiente e mundo de Madrugada Muito Louca. Ou seja, nada pode ser extremamente bem feito, primeiro porque não combinaria com o filme e com os personagens e, segundo, bem, segundo porque os produtores com certeza não tiveram muita grana disponível para a produção, mesmo.

A trilha sonora é bem no estilo da molecada que assiste produções como esta. Algumas composições de Ali Dee, uma aparição de Black Eyed Peas e bons remembers com Nicki French. Com rap, hip hop e algumas músicas saudosistas, o clima dos maconheiros de plantão está garantido, estejam eles "doidões" ou "na secura".

Falar sobre as maquiagens e figurinos é um trabalho hercúleo. A categoria duvidosa da produção, como já mencionado, comanda o clima das aventuras dos dois amigos, deixando a trama ainda mais engraçada e non-sense. De acordo com a intenção do diretor, segundo ele próprio. O guaxinim de pelúcia, o caipira com furúnculos e até mesmo as representações dos sonhos de Kumar com um saco de maconha são tão absurdos que é impossível não cair na gargalhada. Claro, se seu nível de humor der margem para tal.

Algumas cenas já são antológicas para os adoradores de filmes B, no padrão Harold e Kumar, é claro! Entre as já citadas acima, pode-se destacar a cena em que Neil Patrik Harris (Tal Pai, Tal Filho) se diverte com prostitutas e cocaína em um carro em movimento, ou ainda quando a dupla fica totalmente fumada e pegam carona em uma cheetah. E como não poderia faltar, as cenas escatológicas, tão constantes nas produções adolescentes de hoje em dia, estão presentes durante toda a trama. E, óbvio, as piadas preconceituosas também recheiam a trama, sem esquecer das mulheres nuas e referências à drogas.

Madrugada Muito Louca é uma referência direta a Férias Frustradas, com Chevy Chase. Não é o mesmo primor de humor, nem chega a ser um clássico, mas também é uma odisséia por um McGuffin, como diria Spielberg. É a busca pelo objeto desejado, pela meta a ser batida. Harold e Kumar são os Indiana Jones dos perdedores e maconheiros.

A fita foi tão bem recebida no mercado norte-americano que ganhou uma continuação do mesmo nível, em 2008. Tosca, absurda e engraçada. Não tão "inovadora" quanto o original mas, com certeza, com momentos tão hilários quanto. Para os padrões de Harold e Kumar, é claro!

Nota: 6,6/10

Direção: Danny Leiner
Roteiro: Jon Hurwitz & Hayden Schlossberg
Elenco: John Cho & Kal Penn & David Krumholtz & Ethan Embry & Eddie Kaye Thomas & Ryan Reynolds & Christopher Meloni & Neil Patrick Harris
Estréia: Julho de 2004
Gênero: Aventure & Comédia
Duração: 88 minutos
Distribuidora: New Line Cinema
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por Felipe Edlinger
22 de dezembro de 2008
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domingo, 21 de dezembro de 2008

[MovRev] Uma Noite no Museu

(Night at the Museum)

Dirigido por Shawn Levy

Ben Stiller sabe como agradar seu público. De vez em quando, é verdade que ele dá uma pisada na bola, mas são raras as vezes em que algum trabalho dele não é bem avaliado pelos adultos e, em alguns casos específicos, pelas crianças. Uma Noite no Museu também não é um desses casos. Muito pelo contrário, Uma Noite... é um daqueles filmes que encanta gregos e troianos.

Tanto adultos, quanto crianças, facilmente se maravilham com este conto de natal moderno e surpreendente. Na verdade, a trama de Uma Noite no Museu já era ago que fazia parte do subconsciente de todos nós, com uma chama acendida pelos programas de televisão e livros de história. Imagine se tudo o que estivesse em um museu pudesse ganhar vida em algum momento? Surpresa, medo, espanto. Os sentimentos que temos ao visitar um lugar como esse são amplificados ao extremo. Sonho? Aqui se torna realidade!

A grande sacada do roteiro de Ben Garant e Thomas Lennon foi exatamente esta veia de curiosidade e sonho que permeia nossos pensamentos. Quem nunca se imaginou vendo mundos que já não mais existem ou interagindo com animais há muito extintos? Átila - o Huno, dinossauros, felinos africanos, personagens da história do mundo, deuses egípcios, humanos pré-históricos, todos fazem parte de Uma Noite no Museu, com suas características, excentricidades e, claro, com a capacidade de nos deixar estupefatos. A idéia não é nova e desde o início do cinema já vem fazendo a cabeça dos espectadores, desde a antiga série O Elo Perdido, até as aventuras do meu herói favorito, Dr. Henry Jones Junior.

Os efeitos especiais são um dos grandes responsáveis pelo sucesso imediato do filme (e, também, por já garantir uma continuação para 2009). Se a tecnologia de CGI ajudou a recriar mundos perdidos e situações impossíveis, chegando ao ápice com Parque dos Dinossauros, em Uma Noite no Museu, eles fazem o trabalho de criar grande parte dos coadjuvantes da trama. Porém, sem deixar de ser apenas um suporte para a eficiente história e os competentes atores de verdade.

Larry Daley (Ben Stiller) é o pai do pequeno Nick (Jake Cherry). Separado da mulher Erica (Kim Raver), ele é um fracasso profissional que vive trocando de empregos, mesmo contra sua vontade. Para não decepcionar mais uma vez o filho, ele aceita o emprego como guarda noturno no Museu de Arte Natural de Nova York, onde substituirá os três guardas noturnos que se aposentaram: Cecil (Dick Van Dyke), Gus (Mickey Rooney) e Reginald (Bill Cobbs). Porém, o que parecia um trabalho simples se transforma na maior aventura de sua vida, quando tudo o que existe dentro do museu começa a tomar vida durante a noite.

Ben Stiller está eficiente, como sempre, como o pai desesperado em conseguir um emprego para não perder a confiança do filho de 8 anos de idade. Ele manda muito bem interagindo com os efeitos especiais, com os animais de verdade (o macaco é impagável) e, também, com os bons coadjuvantes. É o Ben Stiller de sempre, engraçado naquilo que ele sabe fazer de melhor, comédia gratuita e inocente. Apesar de que, apenas para efeito de comentário, em qualquer tipo de comédia, ele faça um bom papel, das escatológicas como Quem Vai Ficar com Mary? até as excêntricas como Os Excêntricos Tenembaums.

Os bons atores que suportam a trama garantem que o talento cômico de Stiller mantenha o padrão de sempre. Owen Wilson está hilário no papel do cowboy da época das diligências; aliás, ele tem uma presença tão bacana que sua aparição de alguns segundos se transformou em co-estrelante, com direito a diversas cenas. Robbin Williams mostra que sempre terá a veia da comédia como o Presidente Roosevelt feito de cera. O trio Dick Van Dyke, Mickey Rooney e Bill Cobbs nos dão um grato prazer em ver grandes atores em sua velhice e ainda tendo presenças marcantes em obras protagonizadas por outros astros das novas safras. Carla Gugino esbanja uma leveza sexy que poderá ser vista, muito melhor aproveitada, na megaprodução Watchmen. Como curiosidade, Paul Rudd, o Michael da série F.R.I.E.N.D.S., faz uma ponta como o padrasto do filho de Ben Stiller.

A produção do longa ficou por conta de Chris Columbus, diretor dos dois primeiros Harry Potter, Uma Babá Quase Perfeita, os dois primeiros Esqueceram de Mim, e o clássico oitentista Uma Noite de Aventuras. Com um padrão elevado de qualidade em seus filmes, Chris Columbus garantiu o estado da arte na integração de efeitos especiais e atores nesta produção.

Shawn Levy, por sua vez, oriundo de diversos seriados americanos de segunda mão, até os anos 2000, comandou comédias engraçadinhas, como Recém Casados, com Ashton Kutcher e Brittany Murphy, Doze é Demais, com Steve Martin, e a recente repaginação de A Pantera Cor de Rosa, com o mesmo Martin, além de Kevin Kline, Jean Reno e Beyoncé Knowles. Com o sucesso garantido com Uma Noite no Museu, ele ganhou carta branca para manter o padrão na continuação, a ser lançada em 2009, como já mencionado. Sem contar que já tem mais quatro produções engatilhadas até 2010. Nada mal.

E tudo culminou para que este bom conto infantil (ou nem tão infantil assim). encantasse as platéias do mundo todo. Lembro-me da primeira vez em que vi o trailer de Uma Noite no Museu e como isso me fez sonhar. Os olhos arregalaram, a boca se entreabriu e não pude deixar de me imaginar como criança novamente, com aquelas brincadeiras solitárias ou com os amigos, de forte apache, mocinho e bandido, dinossauros, super-heróis, entre tantas outras. É bom ver que, também, algumas vezes, a fantasia vira realidade, e não somente o contrário. E isso me faz agradecer cada vez mais a capacidade do cinema em dar vida a nossos sonhos.

Nota: 6,9/10

Direção: Shawn Levy
Roteiro: Robert Ben Garant & Thomas Lennon
Elenco: Ben Stiller & Carla Gugino & Dick Van Dyke & Mickey Rooney & Bill Cobbs & Jake Cherry & Ricky Gervais & Robin Williams & Steve Coogan & Owen Wilson
Estréia: Janeiro de 2007
Gênero: Ação & Aventura & Comédia
Duração: 108 minutos
Distribuidora: 20th Century Fox
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por Felipe Edlinger
21 de dezembro de 2008
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sábado, 13 de dezembro de 2008

[MovRev] Vamos Nessa

(Go)

Dirigido por Doug Liman

O Sr. Doug Liman já havia ganhado meu respeito, há muito tempo, por este Vamos Nessa. Ele pode ter se mostrado ao mundo no divertido e cool Swingers - Curtindo a Noite, de Jon Favreau (outro fodão atual - posso falar isto aqui? Ah, foda-se...), mas foi este parte filme adolescente, parte road movie, parte comédia, que conquistou um lugar de prestígio em meus top movies. Mesmo os filmes mais recentes de Liman, como Sr. e Sra. Smith, a trilogia Bourne e Jumper, apesar de mega-produções, não respiram o mesmo ar bacana deste terceiro trabalho do diretor nova-iorquino.

Com um roteiro coeso e muito bem amarrado e, ao mesmo tempo, facílimo de ser assimilado, mesmo com inúmeras idas e vindas, a história prende a atenção e, mais, o tesão de qualquer um que ainda tenha a alma jovem e sede por aventuras, independente da idade. Vamos Nessa é uma aventura romântica para o novo milênio, onde a odisséia injeta doses cavalares de adrenalina diretamente no cérebro e no coração de cada um de nós, sem deixar, em nenhum momento de ser sexy. É a alma aventureira, que reside em cada um de nós, que fala mais alto quando vemos a evolução das histórias de Ronna, Claire, Simon, Adam & Zack, entre outros.

Vamos Nessa é um conjunto de três histórias, que envolvem diversos amigos em uma série de casos urbanos inesperados e que vão, no decorrer da trama, se interligando. Tudo começa com Ronna (Sarah Polley), uma atendente de supermercado que trabalha demais e não tem dinheiro para pagar o aluguel, o que a leva a fazer de tudo para não ser despejada. O que nos leva a Simon (Desmond Askew), amigo de Ronna e Claire (Katie Holmes), um britânico traficante pé-de-chinelo, que também trabalha no mesmo supermercado, e que quer ir para Las Vegas no feriado, com os amigos. Ao passar seu turno para Ronna, ele se mete em diversas furadas, deixando seu posto como traficante local descoberto. O que nos leva a Adam (Scott Wolf) e Zack (Jay Mohr), dois atores de novela, que passam a colaborar junto a polícia em uma operação anti-drogas.

Apesar da trama bem definida, Doug Liman conseguiu uma cartada altíssima, como o havia feito em Swingers - Curtindo a Noite, com a presença de um elenco de primeira grandeza, em sua maioria, de novatos já experientes, como Sarah Polley, Timothy Olyphant (um dos bandidos mais bacanas dos últimos anos), o sempre "quinteto" Scott Wolf, Jay Mohr, Taye Diggs, Brecken Meyer, e a namoradinha de todos, a eterna Joey Potter da série adolescente Dawson's Creek, Katie Holmes. As interpretações de todos garantem momentos de descontração, sangue fervendo, hormônios à flor da pele e, acima de tudo, risadas, muitas risadas.

Para os que são mais irrequietos, é impossível não se ver na pele de, ao menos, um dos jovens mostrados na trama. Ou, ao menos, desejar estar na pele de um deles. Além da provação do dia a dia, cada um deles transpira diversão incondicional, que precisa estar presente em nossa vida, independente das dificuldades que encontramos a cada esquina. Vamos Nessa concretiza o que muitos dizem que "alguns momentos podem valer por uma vida inteira". É vero. É simplesmente viver bem, pensar no futuro, mas fazer algumas loucuras para poder dizer que a estadia por aqui não foi apenas por acaso. E, no final, acabam se transformando em histórias para os netos, também.

Doug Liman continua eficiente e magistral como vem sendo há bons dez anos. A edição impecável faz com que a trama gire com uma fluidez que poucos diretores conseguem, entre eles o Sr. Tarantino, o Sr. Rodriguez e o Sr. Ritchie. As cenas rápidas, juntas com as piadas e o humor ácido freqüente, acentuados pelas inúmeras referências pops, geram cenas memoráveis, típicas dos filmes do diretor. Que, aliás, praticamente passam a fazer parte da cultura pop atual.

Mas a direção de Liman não seria completa sem o excelente primeiro trabalho do roteirista John August, que viria a escrever Titan A.E. e os dois filmes das Panteras, e iniciaria uma parceria de sucesso com o excêntrico e sempre tarimbado Tim Burton em Peixe Grande, e que continuaria no novo A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Noiva Cadáver e no vindouro Frankenweenie.

Como não poderia deixar de ser, outro ponto forte da produção, tradicional nos filmes de Liman, é a excelente e agitada trilha sonora, que dita o ritmo de, praticamente, toda a trama. Quando os atores não sustentam alguma cena, a audição garante que a peteca não caia e que a qualidade permaneça nos padrões DL. Apenas para citar algumas imperdíveis, temos Steal My Sunshine (LEN), Believer (BT), Good to be Alive (DJ Rap), To All the Lovely Ladies (Goldo), Cha Cha Cha (Jimmy Luxury - ótima!), e Magic Carpet Ride (com um remix ótimo de Philip Steir, com as falas originais do Steppenwolf). Facilmente, um CD para se manter no carro por muitos anos e para ser tocado sempre que a perseguição pela balada começar.

Em minha singela opinião, Vamos Nessa já é um neo-clássico cult, afinal de contas, tem tudo aquilo que precisa: trama, personagens, situações, música, seqüencias de tirar o fôlego., diálogos marcantes. É para ontem, hoje e amanhã. Ponto final. E, também, para mudar a concepção daqueles que não acreditam que a vida começa às 3h da manhã.

Nota: 8,7/10

Direção: Doug Liman
Roteiro: John August
Elenco: Katie Holmes & Sarah Polley & Desmond Askew & Nathan Bexton & Scott Wolf & Jay Mohr & Timothy Olyphant & William Fichtner & &
Estréia: Abril de 1999
Gênero: Comédia & Thriller
Duração: 100 minutos
Distribuidora: Columbia Pictures
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por Felipe Edlinger
13 de dezembro de 2008
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

[MovRev] Grease - Nos Tempos da Brilhantina

(Grease)

Dirigido por Randal Kleiser

Grease foi um filme que marcou época e ninguém discorda disso. Tanto que serve, até hoje, como tema para festas de colégio e festas à fantasia. A idolatria de Grease e outros filmes do gênero influenciou gerações de apaixonados pela eterna década de 1950, com a visão de inocência e petulância, característicos da época.

Parte integrante da cultura pop desde a década de 1970, ainda forte nos dias de hoje, as referências ao filme podem ser vistas em todos os lugares, desde parques de diversão à penteados, de saias prendadas e jaquetas clássicas a carrões envenenados e coloridos. Até mesmo uma lista de seriados enlatados derivou da (s) moda (s) de Grease.

A verdade é que Grease não é o primeiro nem o último filme a abordar a mesma temática, mas, sob diversos aspectos, é único. Lembra, em muitos Lords of Flatbush (1974), com Sylvester Stallone, assim como deve ter sido inspiração para Cry Baby (1990), com Johny Depp. Fez tanto sucesso, que ganhou uma continuação em 1982, com Michelle Pfeiffer, em seu primeiro papel de destaque no cinema, porém sem nenhuma relevância e conseqüentemente, sem o mesmo glamour e repercussão do original.

Grease conta a história de Danny Zuko (John Travolta) e Sandy Olsson (Olivia Newton-John), um casal de adolescentes, que se conhecem na praia, e se apaixonam perdidamente. Ele é o mandachuva de uma típica "gangue" de adolescentes dos anos 1950, ela é uma estudante de intercâmbio da Austrália. Pensando que o verão era tudo que tinham, eles se entregam um ao outro. Porém, por uma virada do destino, ela fica nos EUA e vai para Rydell High, a mesma escola em que Zuko estuda. Quando chega lá e reencontra Zuko, eles passam por uma fase de transformação, ela em se encaixar no novo cenário, ele em continuar sendo o líder descolado dos T-Birds, sem demonstrar que está apaixonado.

Os números musicais, as danças coreografadas e a seqüencia musical excelente (o CD é ótimo!) criaram uma referência eterna para músicas inocentes e de época. A clássica abertura em desenho animado é extremamente inspirada e adequada para a representação da época, transcrevendo com graça e humor a trama do filme, ao som de Frank Valli, com a dançante música-tema do filme.

Os grupos colegiais dos T-Birds e das Pink Ladies são um dos pontos característicos da produção, que deixaram os meninos e meninas alucinados pelo visual icônico dos personagens. As roupas de couro preto, os jeans apertados, os bad boys, os carros com rabo de peixe, os rebolados inconfundíveis, os penteados a la Barrados no Baile. Não tem como confundir, é Grease.

As músicas eram (e continuam sendo) tão contagiantes e marcantes que geraram inúmeras versões e adaptações, influenciando uma série de novas bandas e ritmos. Até mesmo inusitadas gravações apareceram, como a versão para We Go Together, da conhecida banda de ska, Less Than Jake, com um ritmo mais acelerado e pesado para a música de fechamento do filme.

Entre os grandes sucesso estão a própria Grease, a bacanérrima Summer Nights, interpretada por Travolta e Newton-John), Hopelessly Devoted to You, Look at Me I'm Sandra Dee, You're the One I Want, Greased Lightining, e a ótima e já citada We Go Together, todas escritas especialmente para o longa-metragem. Isso sem contar com as clássicas Love is a Many Splendored Thing, Blue Moon, La Bamba e Whole Lotta Shakin' Goin' On. Um Show!

Grease foi indicado para inúmeros prêmios nos EUA, de melhores atores à melhor filme, porém sem ganhar nada de importante, o que não impediu a produção de cair nas graças do público e virar um sucesso imediato e, praticamente, imortal. Custou pouco mais de 6 milhões de dólares e arrecadou algo em torno de 360 milhões, em feito para a época. Por muito tempo ficou atrás apenas de Tubarão (1975) e o primeiro Star Wars (1977), em termos de arrecadação de bilheteria.

O diretor Randal Kleiser saiu da morosidade dos trabalhos para TV (entre eles, alguns capítulos da série Starsky & Hutch) para comandar o que seria um de seus maiores sucessos. Grease (1978) antecedeu o estrelato de Brooke Shields em A Lagoa Azul (1980) e a aventura adolescente espacial O Vôo do Navegador (1986). Depois disso, o diretor não teve mais os repentes de sucessos de seus anos iniciais, sendo responsável por obras descartáveis como Caninos Brancos (1991) e a comédia Querida, Estiquei o Bebê (1992).

A adaptação da obra da Broadway de 1972 (sim, Grease é uma peça de teatro...) foi o primeiro dos dois trabalhos dos roteiristas Bronte Woodard e Allan Carr. O segundo foi um desprezível musical para o grupo Village People. Nada mal, e muito mal, para início e término de carreira.

O sucesso do filme fez parte importante no processo de transformação de John Travolta em astro e ídolo, logo após Os Embalos de Sábado a Noite, do ano anterior. Ele, ainda magrinho e imberbe, praticamente um iniciante, passou a fazer parte do imaginário feminino por seus personagens sensuais e da inspiração masculina como algo a ser perseguido.
Depois de Carrie, A Estranha, de Brian de Palma, em que interpretada o pretenso par de Sissy Spacek, Travolta engatilhou dois de seus maiores sucessos, responsáveis pela sua meteórica ascensão em Hollywood. Depois, não parou mais e hoje é um dos atores mais requisitados do cinema americano, após um ressurgimento na obra prima de Quentin Tarantino, Pulp Fiction, Tempos de Violência.

Olivia Newton-John, por sua vez, chegou a estrelar um outro musical, Xanadu, com menos repercussão, mas idolatrado por muitos. Porém, dedicou-se mais a carreira de cantora do que de atriz. Ainda chegou a atuar novamente com John Travolta em Embalos a Dois (1983), porém sem a mesma chama e carisma vistos em Grease.

Curiosamente, os papéis principais de Danny Zuko e Sandy Olsson foram entregues a outros atores durante a escolha do elenco. Por felicidade de todos, alguns atores foram reprovados e outros rejeitaram os papéis, o que fez com que John Travolta e Olivia Newton-John protagonizassem a obra. Sorte nossa, sorte deles.

Curiosidade que, sempre preocupada em utilizar atores em faixas etárias adequadas, Hollywood sempre teve uma restrição para atores muito velhos ou muito novos para determinados papéis. Não foi o que aconteceu com Grease. Para uma trama colegial, praticamente todo o elenco estava bem acima da idade escolar, sendo que Netwon-John já tinha 29 anos e Travolta, 24.

O filme foi relançado em 1998 como parte das comemorações dos 20 anos do filme e, claro, como oportunidade para faturar mais alguns dólares, com os fãs mais novos da produção. Em 2008 foi lançado em DVD em edição mais do que especial, sendo que a embalagem do disquinho era a reprodução de uma jaqueta dos T-Birds.

A verdade é que Grease é referenciado até hoje por muitos fãs das antigas, já na casa dos 50 anos, e por uma considerável trupe de jovens, que descobriram no filme um lugar onde (e quando) poderiam ter sido mais felizes, frente as dificuldades e falta de inocência dos anos atuais. É uma ode ao saudosismo, mesmo para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de viver aqueles dias.

Nota: 6,9/10

Direção: Randal Kleiser
Roteiro: Bronte Woodard & Allan Carr
Elenco: John Travolta & Olivia Newton-John & Stockard Channing & Jeff Conaway & Barry Pearl & Michael Tucci & Didi Conn
Estréia: Junho de 1978
Gênero: Comédia & Musical & Romance
Duração: 110 minutos
Distribuidora: Paramount Pictures
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por Felipe Edlinger
09 de dezembro de 2008
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domingo, 30 de novembro de 2008

[MovRev] Mestres do Universo

(Masters of the Universe)

Dirigido por Gary Goddard

Quem conhece o Castelo de Greyskull que levante um das mãos! Ou ainda, quem se lembra da Feiticeira, Mentor e Teela, do Esqueleto, Homem-Fera e, acima de tudo, de He-Man, o homem mais forte do universo. Provavelmente, você deve estar com umas das mãos no ar agora, lembrando-se dos desenhos e dos bonequinhos articulados da Mattel.

He-Man e os Mestres do Universo foi um grande sucesso na, para muitos, saudosa década de 1980. Um dos expoentes da animação americana à época, He-Man, juntamente com sua irmão She-ra, povoou as aventuras das crianças (hoje, trintões) na eterna luta contra as forças do mal.

Sinônimo de êxito, até nas décadas seguintes, seja com reprises ou novas versões, poucos se lembram da verdadeira origem de He-Man. O personagem apareceu, na verdade, em função do filme Conan, com Arnold Schwarzenneger, para o qual a Mattel (fabricante de brinquedos mundialmente conhecida) criou uma série de bonequinhos articulados. Porém, como o filme do guerreira bárbaro foi considerado muito violento e a empresa não queria ser relacionada a algo tão pesado para as crianças, a linha de bonecos foi reformulada (para o padrão He-Man que conhecemos) e uma série de desenho animado foi encomendada para alavancar as vendas dos brinquedos. Mas, para nossa sorte, o desenhos fez sucesso e acabou durando duas temporadas, com 65 episódios cada uma.

Infelizmente, esta primeira adaptação dos desenhos para as telonas só pode ser classificada como... bem... lixo! É difícil dizer o que é pior na fira, se são os atores, a produção, a história, os efeitos especiais ou a adaptação por si só. Para os saudosistas ou para os marinheiros de primeira viagem nas histórias do He-Man, o produto final não passa apenas de um péssimo programa de final de tarde, nas sessões de cinema do SBT.

O Mundo de Etérnia está enfrentando os derradeiros momentos da eterna luta entre o Esqueleto (Frank Langella) e os poderes do Castelo de Greyskull. Depois de ter aprisionado a Feiticeira (Christina Pickles), o vilão tenta subjugar He-Man (Dolph Lundgren) e seus amigos. Contando com uma chave cósmica, desenvolvida pelo chaveiro Thenoriano Gwildor (Billy Barty), que pode levá-lo à qualquer lugar da galáxia, o Esqueleto está quase atingindo seus objetivos. Porém, uma outra chave cósmica transporta He-Man, Mentor (Jon Cypher) e Teela (Chelsea Field) para o planeta Terra, até onde o Esqueleto pretende segui-los para reaver a outra chave e derrotar, de forma definitiva, seu arqui-inimigo, He-Man.

Mesmo sendo um filme do final da década de 1980, os 22 milhões de dólares (!!!) gastos na produção, com certeza, poderiam ter gerado um resultado muito melhor. Mesmo porque um resultado pior seria um tanto quanto difícil. Os efeitos são de terceira categoria e não adicionam valor algum à produção (vejam que, uma década antes, George Lucas e Steven Spielberg já haviam marcado época, pensando fora da caixa). O figurino e a maquiagem fazem com que os personagens não se pareçam em nada com o desenho original, terminando em caracterizações pobres e sem o mínimo de imaginação e qualidade (onde se viu o Esqueleto ter um rosto que mais se parece com pele debaixo de argamassa!).

Dolph Lundgren mostra mais uma vez que, como ator, continua sendo um excelente lutador campeão de caratê. Dono de mullets ridiculamente oxigenados (tudo bem que o cabelinho com franja do He-Man dos desenhos não era muito melhor), não se assemelha em nada com o personagem principal da série. Diz a lenda que o papel do guerreiro teria sido de Arnold Schwarzenneger, mas por ele ser muito maior e mais forte, ele não conseguia puxar a espada das costas; dessa maneira, o papel acabou indo para Dolph Lundgren que, convenhamos, é bem pior do que Schwarzie.

Mestres do Universo foi o primeiro trabalho de Gary Goddard como diretor e, felizmente, o último. Especializado na criação de brinquedos, com temas de filme, para parques de diversão, ele voltou ao ramo da diversão e abandonou a indústria cinematográfica. Ou terá sido o meio que o abandonou? David Odell, por sua vez, conseguiu entregar outro roteiro "brilhante" como seu Supergirl, de 1984. Depois deste filme aqui, não assinou mais nenhum trabalho em Hollywood. É a sina de Mestres do Universo.

O versátil e bom Frank Langella paga mico geral como o Esqueleto, que não mete medo nem em criancinha de colo. Meg Foster encara uma maquiagem gótica tosca de Maligna. O falecido anão Billy Barty, com mais de 160 trabalhos no currículo, chega ao ponto baixo da carreira (ok, trocadilho idiota), sendo indicado para o Razzie Award de Pior Ator Coadjuvante. Justiça seja feita.

Curiosidade para Courtney Cox (a eterna Monica Geller, da série F.R.I.E.N.D.S.) em um de seus primeiros papéis no cinema, já com 23 anos de idade. James Tolkan, o eterno Diretor Strickland, da trilogia De Volta para o Futuro, faz o papel do policial durão, enquanto Christina Pickles encarna a Feiticeira. Por coincidência, ela fez o papel de Judy Geller, a mãe da personagem de Courtney Cox, também na série dos seis amigos da Warner.

Independente da época, da empolgação e do otimismo, Mestres do Universo é um filme muito ruim. Parelho (ou seja, tão "bom" quanto) com a versão de As Minas do Rei Salomão, que contava com o canastrão Richard Chamberlain no papel principal de Allan Quatermain, é uma pena que a adaptação não esteja a altura da força de He-Man. Se fosse para comparar, estaria mais para um Príncipe Adam, tímido, fraco e com roupagem duvidosa. E continuemos torcendo para que o produtor Joe Silver (Matrix, V de Vingança, Speed Racer) mantenha em mente seu plano para fazer uma nova adaptação. Ele, sim, tem a força!

Nota: 3,8/10

Direção: Gary Goddard
Roteiro: David Odell
Elenco: Dolph Lundgren & Frank Langella & Meg Foster & Billy Barty & Courteney Cox & Robert Duncan McNeill & Jon Cypher & Chelsea Field & James Tolkan
Estréia: Agosto de 1987
Gênero: Fantasia & Ação & Aventura
Duração: 106 minutos
Distribuidora: Columbia TriStar
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por Felipe Edlinger
30 de novembro de 2008
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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

[MovRev] [•REC]

([•REC])

Dirigido por Jaume Balagueró & Paco Plaza

Quando um padrão é criado e resulta em sucesso, a indústria tendencia a seguir o exemplo e tentar garantir algumas verdinha a mais, vide o caso da série decadente Jogos Mortais. Porém, esta pérola do cinema espanhol, [•REC] é uma reinvenção ou, ao menos, um melhoramento sensível de um padrão iniciado pelo bom e hypado Bruxa de Blair que, em minha opinião, é fantástico devido à inovação trazida ao gênero terror e pela estratégia de marketing, simplesmente brilhante, utilizada para sua divulgação.

A fórmula pode ter sido copiada à exaustão por outras obras, culminando no excelentemente bem produzido (J.J. Abrams, senhoras e senhores) Cloverfield, que tapeou muito bem os telespectadores, dizendo ser um filme revolucionário. Que, cá entre nós, de revolução não mostra nada, uma vez que os elementos da trama eram basicamente os mesmos do saudoso Bruxa de Blair.

[•REC], assim como o parente distante da floresta de Blair, é um filme muito bom e surpreendente, que ganhou forças na divulgação boca-a-boca, criando uma horda de fãs e entusiastas, que lotaram as salas em que o filme estava sendo exibido, mesmo que por pouco tempo. O longa é tão bom, que bateu o recorde de velocidade na geração de adaptações e remakes para o mercado americano. Chegando com um ano de atraso ao mercado brasileiro por razões óbvias para o grande público (qualé, filme espanhol sem Almodóvar?), quase é lançado ao mesmo tempo que a obra gêmea yankee, Quarentena; bem inferior que o original, dizem os especialistas. Isso somente comprova a falta de inspiração de Hollywood para produzir obras de qualidade e não de quantidade, como se vê comumente.

A indústria americana de terror parece estar indo em direção do cemitério (sem trocadilhos alguns) ou então resolveram não mais esconder que pagam uma homenagem (pra não dizer outra coisa, se você me entende) enorme aos mestres orientais (de O Chamado, Espíritos, O Grito, etc.) do gênero. E agora, aos Europeus. No ritmo das coisas, não tarda a vermos Zé do Caixão (Coffin Joe) falando a língua da Rainha.

A repórter Ángela Vidal (Manuela Velasco) e seu cameraman Pablo (Pablo Rosso) fazem uma reportagem para o programa "Mientras Usted Duerme" (Enquanto Você Dorme), tendo como tema a realidade do Corpo de Bombeiros de Barcelona durante a madrugada. Eles acompanham os bombeiros Manu (Ferran Terraza) e Álex (David Vert) durante um chamado para resgatar uma senhora de idade, que caiu em seu apartamento. Chegando lá, encontram todos os residentes reunidos no saguão do antigo prédio, reclamando que a idosa gritava feito louca. Partem, então, para averiguar o caso, mas, o que parecia um trabalho de rotina, se transforma em uma noite de horror para todos os presentes.

Resumidamente, [•REC] aplica todos os recursos de Bruxa de Blair e Cloverfield, mas modifica algo essencial para fazer a diferença. Enquanto Bruxa de Blair abusa do terror psicológico, sendo a própria bruxa, nada além de especulação, Cloverfield também mantém seu monstro afastado dos protagonistas, aparecendo de tempos em tempos, longe do foco da atenção. [•REC], ao contrário dos parentes mais próximos, mostra (e muito bem mostrado) toda a razão do desespero dos residentes do prédio, onde é filmado. [•REC] é um filme de terror em primeira pessoa, misturado com o melhor das produções sobre zumbis. Apenas para complementar a sinopse, o foco do horror é a contaminação por um vírus que transforma as pessoas em mortos-vivos comedores de carne humana.

Outro ponto diferencial a favor do filme espanhol é o fato de utilizar um cinegrafista profissional para realizar as gravações em primeira pessoa, o que dá um ar muito melhor à produção. Bruxa de Blair utilizava equipamentos profissionais com amadores no comando e Cloverfield utilizou equipamentos amadores com um Zé Mané da vida gravando. Pablo Rosso, o cinegrafista do filme espanhol, já trabalhou com o diretor Balagueró em outras produções e, nesta fita faz papel duplo, como ator e técnico. Desta maneira, as imagens ficam com qualidade muito superior, muito menos tremidas e muito mais coesas, evitando a náusea tradicional causada nas outras duas produções.

[•REC] transpira realidade (com exceção dos comedores de carne, é claro!), principalmente em função dos bons atores espanhóis presentes na trama. Destaque para a personagem principal da bela Manuela Velasco (que, na versão americana, ficou com Jennifer Carpenter, de O Exorcismo de Emily Rose) e para os bombeiros de Ferran Terraza e David Vert. Para melhorar ainda mais a interpretação, algumas cenas foram filmadas sem que os atores soubessem o que aconteceria, repetindo a tática utilizada pelos diretores de Bruxa de Blair, Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, o que aumentou a intensidade das respostas dos personagens vertiginosamente.

A direção e o roteiro dos amigos Jaume Balagueró e Paco Plaza são acertados e muito consistentes, com bons cortes contextuais (afinal de contas, a filmagem é feita em primeira pessoa) que elevam ainda mais o suspense. As muitas passagens de câmera, com panorâmicas e zooms, deixam a platéia arrepiada com momentos de altíssima tensão e terror, que pairam no ar durante todos os 80 minutos do filme.

Alguns momentos chegam a ser cômicos, em especial no começo do filme, mas nada ligado às cenas de terror em si, e sim, devido a postura da repórter, frente à falta de ação de sua matéria, e ao próprio idioma espanhol. Para os brasucas de plantão, a língua ibérica chega a ser engraçada devido aos sotaques diferentes e expressões que, em português, têm outros significados. Em alguns momentos, é possível escutar o cinema vindo a baixo em risadas, mas que logo cessam para serem substituídas por gritos de susto e expressões do tipo "acaba logo", "pu** mer**" e "caraaaacaaaa". Demais!

Os efeitos especiais e sonoros, apesar de poucos, são bastante convincentes e fazem muito bem o papel de garantir a "verossimilhança" dos acontecimentos. Mesmo com uma trama simples e, aparentemente, sem pé nem cabeça (com pura ação e puros sustos), o resultado é bem palpável e crível.

Totalmente filmado em locações reais na cidade de Barcelona, na Espanha, nenhum set foi construído para a produção, que já tem uma continuação agendada para 2009 (?). [•REC] é mais um exemplo de filmes com baixo orçamento e de enorme sucesso e aceitação de crítica e público. É algo que peca no cinema americano, que pensa que efeitos e produção exacerbada substituem uma boa história. Novamente, [•REC] é uma grata surpresa que nos diz que precisamos, cada vez mais, valorizar as produções que saem de outros países (em especial, do nosso Brasilzão), além dos enlatados da terra do Tio Sam.

Se você é um fã de filmes do gênero, [•REC] é um programa mais do que obrigatório. Não recomendo comprar refrigerantes e pipocas para assistí-lo, caso não queira ver seus quitutes jogados no chão, depois dos trinta minutos iniciais da fita. A sucessão de sustos é tão grande que, com certeza, marmanjos parecerão crianças, vendo seu primeiro filme de terror, com o dedão na boca. Depois, não diga que não avisei.

Nota: 8,2/10

Direção: Jaume Balagueró & Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró & Paco Plaza
Elenco: Manuela Velasco & Ferran Terraza & Pablo Rosso & David Vert & Jorge Serrano & Vicente Gil & Carlos Vicente
Estréia: Outubro de 2007
Gênero: Horror & Thriller
Duração: 80 minutos
Distribuidora: Filmax
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por Felipe Edlinger
27 de novembro de 2008
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

[Gen] Putz, esse eu sabia!

Ok, de tempos em tempos nos perguntamos (ou nos perguntam) sobre os nomes de alguns personagens de desenhos animados do século passado (ou milênio, como alguns podem preferir). Se isso tem alguma utilidade, fora a capacidade de reter informações inúteis no cérebro, eu não sei... mas que dá um alívio lembrar do maldito nome do último dos sete anões, ah, isso dá!

Nomes dos 7 anões:
• Atchim, Soneca, Zangado, Feliz, Dengoso, Mestre, Dunga

Nomes das 8 renas de Papai Noel:
• Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner, Blitzen (inglês)
• Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago (português)

Nomes dos 6 heróis de Caverna do Dragão:
• Hank (Ranger), Eric (Cavaleiro), Sheila (Ladra), Presto (Mago), Diana (Acrobata), Bobby (Bárbaro)

Nomes dos 8 ThunderCats originais:
• Lion-O, Jaga, Tygra, Panthro, Cheetara, WilyKit, WilyKat, Snarf.

Nomes dos 4 ThunderCats novos:
• Ben-Gali, Pumyra, Lynx-O, Snarfinho.

Nomes dos 5 Mutantes, inimigos dos ThunderCats:
• Escamoso, Simiano, Chacal, Abutre, Ratáro.

Nomes dos 6 gatos da Turma do Manda-Chuva:
• Manda-Chuva, Batatinha, Bacana, Gênio, Xuxu, Espeto.

Nomes do trio de Os Impossíveis:
• Homem-Mola, Homem-Fluido, Multi-Homem.

Nomes dos 3 humanos de Os Herculódeis:
• Zandor, Tara, Dorno.

Nomes dos 5 monstros de Os Herculódeis:
• Zok, Igoo, Tundro, Gloop, Gleep.

Nomes dos 6 componentes da equipe de Os Caça-Fantasmas:
• Egon, Ray, Winston, Peter, Janine, Geléia.

Nomes dos 11 Competidores de A Corrida Maluca:
• Dick Vigarista (nº00), Irmãos Rocha (nº01), Cupê Mal-Assombrado (nº02), Professor Aéreo (nº03), Barão Vermelho (nº04), Penélope Charmosa (nº05), Sargento Bombarda (nº06), Quadrilha da Morte (nº07), Tio Tomás (nº08), Peter Perfeito (nº09), RufusLenhador (nº10).

Nomes dos 7 integrantes da Quadrilha da Morte:
• Clyde (o líder), Dum-Dum (o bobo), Pockets (o inventor), Zippy (o super-veloz), Snoozy (o dorminhoco), Softy (o chorão), Yak Yak (o nervoso).

Nomes das 3 gatinhas de Josie e as Gatinhas:
• Josie, Valéria, Melody.

Nomes de mais de 10 smurfs:
• Papai Smuirf, Smurfete, Ranzinza, Cozinheiro, Gênio, Fazendeiro, Joca, Robusto, Desastrado, Fominha, Vaidoso, Arquiteto, Falador, Sassete.

Nomes dos 6 Silver Hawks:
• Com. Stargazer, Quicksilver, SteelHeart, SteelWill, Bluegrass, CupperKid.

Nomes dos 9 inimigos dos Silver Hawks:
• Mosntro Estelar, Lagartão, Serrível, Minotauro, Terremoto, Molecular, Trapaceiro, Da Pesada, Melodia.

Nomes dos personagens principais de Turma da Pesada:
• Bianca, Troy, Larke, Gig, Jett, Switchboard, Radley, Tara, Shanelle, Nikki, Chester.

Nomes dos 6 Ursinhos Gummy:
• Pancinha, Bronquinha, Soninha, Maguinho, Tiquinho, Vózinha.

Nomes dos 5 vilões mais comuns de Pica-Pau:
• Leôncio, Zeca Urubu, Zé Jacaré, Dooley, Meany Ranheta.

Nomes dos 4 amigos Snorks:
• AllStar, Casey, Daphney, Dimmy.

Nomes dos Super-Amigos:
• Super-Homem, Batman, Robin, Mulher Maravilha, Aquaman, Lanterna Verde, Flash, Gavião Negro, Mulher Gavião, Átomo, Arqueiro Verde. Vulcão Negro, Super Gêmeos (Zan e Jayna), Gleek, Chefe Apache, SAmurai, Wendy, Marvin e Marvel, El-Dorado.

Nomes dos 6 amigos de Friends:
• Ross Geller, Monica Geller, Chandler Bing, Rachel Green, Joey Tribbiani, Phoebe Buffay

Nomes dos 4 Fantásticos:
• Reed Richards (Sr. Fantástico), Sue Storm (Mulher Invisível), Johnny Storm (Tocha Humana), Ben Grim (O Coisa).

Nomes dos 10 Muppet Babies:
• Caco, Piggy, Gonzo, Animal, Fozzie, Rowlf, Scooter, Skeeter, Bunsen, Beaker.

domingo, 23 de novembro de 2008

[MovRev] Todas Contra John

(John Tucker Must Die)

Dirigido por Betty Thomas

Em todas as escolas, podemos encontrar o estereótipo de John Tucker, que é mostrado neste filme. John é "o Cara" com "C" maiúsculo. Todos os populares o amam e todos os nerds o odeiam. Nada mais comum para uma vida de adolescentes com hormônios em polvorosa.

Lembro até hoje de minha época de colégio, quando tínhamos um colega que todos achavam engraçado, mesmo quando ele não era. Aquele "John" poderia contar qualquer piada sem graça (inclusive as de pontinhos e elefantes), que todas as pessoas da sala cairiam em gargalhadas. Em compensação, havia o típico gordinho feio e chato, apelidado de Geléia (nem ao menos sei o porquê... hehehe), que todos adoravam sacanear. Por mais engraçada que fosse a história que ele contasse, todos fariam "buuuuu" ou "dããããã". Simplesmente assim, John Tucker e não John Tucker.

John Tucker (Jesse Metcalfe) é o cara mais popular da escola. Capitão do time de basquete, ele é o modelo para todos os garotos e o sonho de consumo de todas as garotas. Talentoso, sexy, elegante e galanteador, ele namora três garotas, ao mesmo tempo: Heather (Ashanti), a líder de torcida, Beth (Sophia Bush), a mulher "experiente", e Carrie (Arielle Kebbel), a melhor aluna e líder nata. Por uma coincidência, elas ficam sabendo que namoram o mesmo cara, ao mesmo tempo, e resolvem bolar um plano infalível para acabar com a raça dele. É aí que entra a novata na escola, a tímida Kate (Brittany Snow), que vira a isca perfeita para descobrir os pontos fracos de John e, então, leválo a uma derrota que ele nunca mais esquecerá.

Normalmente, amamos ou odiamos os John Tucker da vida, não havendo meio termo. Mas aqui, é bem possível simpatizar com o protagonista, mesmo porque as situações em que ele é envolvido o elevam ao real patamar de "o Cara". Todas Contra John é surpreendentemente engraçado, com situações hilárias, que se tornam ainda mais engraçadas pelas diversas maneiras (absurdas ou incríveis, como prefiram) como John se safa delas.

O trio de namoradas traídas é um espetáculo, com exceção, talvez, da "cantriz" Ashanti, que encarna, sem graça alguma, a líder de torcida com atitude e vagabunda convencida. Em compensação, Sophia Bush continua linda como sempre foi na série One Tree Hill. Arielle Kebbel completa o trio, mais gracinha do que nunca, agora com mais postura do que em American Pie 4: Tocando a Maior Zona.

Um destaque vai para o próprio Jesse Metcalfe, que encarna o tal John do filme, com comportamento condizente a sua condição de rei do pedaço. Outro vai para a simpatia da loirinha Brittany Snow, do seriado American Dreams, e que também atuou ao lado de John Travolta, no novo Hairspray. Meiga como nas outras produções pelas quais passou, ela se revela tão "boa" (sim, com duplo sentido) quanto as amigas da produção. Da mesma maneira que Rachel Leigh Cook deixou de ser a nerd sem graça para virar um mulherão em Ela é Demais (1999).

O roteiro do filme não tem nada de mais, mas uma história bastante simples que garante o tempero com as situações cômicas. O resultado é bom para a proposta e poderia até servir de exemplo para pretensos reis da comédia que andam surgindo por aí. Nada complexo, simplesmente engraçado. E com um final que dá um tom mais irônico à trama, que muitos irão gostar.

A direção é digna de filmes da Sessão da Tarde, da Rede Globo, por manter aquele climão de filme com pipoca e Guaraná. Isso graças a diretora Betty Thomas, realizadora de filmes regulares, daqueles que não mudam nada em nossa vida, mas que garantem alguns momentos interessantes. Ela fez comédias como Doutor Dolittle e Eu, Espião, e ainda dramas como 28 Dias.
Com relação à Todas Contra John, diz a lenda que ela quis fazer a versão adolescente de O Clube das Desquitadas, de 1996, com Goldie Hawn, Bette Middler e Diane Keaton.

O roteirista Jeff Lowell faz seu debut em filmes para o cinema, depois de mais de dez anos roteirizando séries para a televisão. Sua próxima obras nos cinemas é Um Hotel Bom pra Cachorro, comédia infantil água-com-açúcar que estréia em 2009.

Todas Contra John é uma comédia adolescente que arranca diversas risadas da platéia, sem ser escatológica como o padrão americano do gênero, nos dias de hoje. Mesmo sendo um filme para adolescentes, os adultos também se divertem à beça, tanto homens quanto mulheres; os homens pelo fato d'o Cara se safar de todas, as mulheres, pelos planos mirabolantes para se vingar dele. De qualquer maneira, é sempre por causa de John Tucker.

Nota: 6,0/10

Direção: Betty Thomas
Roteiro: Jeff Lowell
Elenco: Jesse Metcalfe & Brittany Snow & Ashanti & Sophia Bush & Arielle Kebbel & Penn Badgley & Jenny McCarthy
Estréia: Julho de 2006
Gênero: Comédia
Duração: 89 minutos
Distribuidora: 20th Century Fox
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por Felipe Edlinger
23 de novembro de 2008
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

[MovRev] Jogos Mortais V

(Saw V)

Dirigido por David Hackl

Quatro anos atrás, fomos apresentados à um novo formato de filmes de terror. A obra que introduziu a nova onda de tramas sobre serial killers, foi Jogos Mortais, uma fita que eu somente poderia classificar como genial. Com uma temática diferente dos padrões de filmes do tipo, Jogos Mortais trouxe um assassino em série com justificativas mais humanas para seus atos de barbárie que, nem por isso, deixavam de ser absurdas.

Filme alternativo por natureza, a trama estrelada por Cary Elwes, Danny Glover e Monica Potter, criou um efeito dominó entre os fãs do gênero e virou cult movie imediato. A repercussão rápida fez com que as poucas salas de cinema em que era exibido à época do lançamento lotassem e as vendas dos DVDs estourassem assim que o filme chegou às lojas.

A fórmula tensão crescente + armadilhas elaboradas + final surpreendente fez o mundo conhecer o talento dos jovens James Wan e Leigh Whannell (ambos com 27 anos em 2004), grandes amigos que se conheceram no Instituto de Tecnologia de Melbourne, Austrália. Wan dirigiu e escreveu, ao lado de Whannell, o primeiro filme Jogos Mortais, enquanto o amigo protagonizou a obra.

Porém, no cinema, o sucesso tem seus pontos forte e fracos. Neste caso, a máquina registradora de Hollywood resolveu investir na franquia, o que se tornou algo bom e ruim para os fãs. Jogos Mortais se tornou uma referência para várias outras produções que queriam beber na mesma fonte, com expectativas de igual sucesso, como Armadilhas Mortais, Stay Alive - Jogo Mortal e Jogos Sangrentos, todos de 2006, porém, sem o mínimo da genialidade do original.

Além disso, cinco Halloweens depois do primeiro filme, nos deparamos com o quinto da série, que ainda promete muitos outros pela frente. Pessoalmente, como escrito acima, considero o primeiro filme uma obra genial, partindo do princípio que era original e alternativo. O segundo filme ainda contava com o talento de Leigh Whannell no roteiro e manteve os fãs bastante atentos porque foi possível continuar a trama de maneira lógica. Porém, o terceiro, mesmo com o talento de Wan e Whannell, se mostrou cansativo e repetitivo, o que já antecipava o fundo do poço da série, com o quarto e quinto episódios. Sem a presença efetiva dos criadores da série, as seqüências foram decaindo de qualidade (em todos os sentidos) até este descartável Jogos Mortais V.

Os fãs mais bobos do gênero sempre dirão "o filme é bom", "a trama é diferenciada" ou "o roteirista conseguiu se superar", mas a verdade única é que Jogos Mortais V simplesmente tenta reescrever tudo aquilo que vimos nos primeiros filmes, só que sob uma nova ótica. É uma tentativa de ainda manter o personagem Jigsaw ativo e, possivelmente, justificar mais algumas seqüências descartáveis para os próximos anos.

Os pontos altos dos filmes anteriores nem ao menos são utilizados aqui, como as mortes extremamente elaboradas e a quantidade de sangue jorrando na tela. Nesta continuação, existe uma tentativa de se (re) explicar os crimes cometidos por Jigsaw, utilizando os dois personagens principais de Jogos Mortais IV, o Detetive Hoffman (Costas Mandylor) e o Agente Strahm (Scott Patterson).

Os atores são fracos, incluindo os do filme anterior, a direção de David Hackal é incerta e capenga (ele foi promovido de Designer de Produção para Diretor!), e o roteiro é bastante forçado, dos amigos Patrick Melton e Marcus Dunstan, que fizeram, também, o filme anterior, e a "trilogia" Banquete no Inferno, que tem o terceiro filme programado para 2009. Bem produzido (eis que aparecem os Srs. Wan e Whannell), Jogos Mortais V pensa que é um filme grande, mas é, no final, um grande filme B, ao contrário do original que era quase um filme B reconhecido, mas que ganhou conceito e se tornou uma referência.

Não carece dizer do que se trata a trama, todo mundo já sabe. É mais uma daquelas histórias em que uma porção de gente morre, o mocinho tenta pegar o bandido e, no final "surpreendente", em meio a uma reviravolta, o bandido se safa mais uma vez.

Uma pena que algumas obras diferenciadas acabam recebendo seqüências desnecessárias (com exceção do ponto de vista dos cofres dos estúdios). O ponto é esperar pelo próximo Dia das Bruxas para ver qual será a nova "surpresa" da temporada. Mas, levando-se em consideração que já se foram cinco filmes e, ainda por cima, criaram uma seqüência para o clássico Garotos Perdidos, só nos resta esperar pelo pior. Quem sabe, meus filhos cheguem a assistir a pré-estréia de "Jogos Mortais XXV - O Retorno do Namorado da Filha de Jigsaw".

Nota: 4,7/10

Direção: David Hackl
Roteiro: Patrick Melton & Marcus Dunstan
Elenco: Tobin Bell & Costas Mandylor & Scott Patterson & Betsy Russell
Estréia: Outubro de 2008
Gênero: Thriller
Duração: 92 minutos
Distribuidora: Lionsgate
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por Felipe Edlinger
20 de novembro de 2008
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terça-feira, 18 de novembro de 2008

[Web] Carta à Papai Noel

E, enquanto nós ainda nem começamos a tirar o pó dos enfeites de Natal, para montar as árvores e pendurar as meias na parede, parece que outras pessoas mais importantes já se adiantaram e entregaram em mãos a cartinha com os pedidos deste ano. Nada como um contato esperto de dentro da Fábrica para conseguir acesso ao que se quer.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[MovRev] 007 - Quantum of Solace

(Quantum of Solace)

Dirigido por Marc Forster

Daniel Craig é realmente o novo James Bond. Como em 007 - Cassino Royale, ele repete a fórmula de não apresentar os exageros impossíveis dos outros filmes mais antigos da franquia. Tudo é um pouco mais plausível do que nas outras aventuras, mas nada que seja simples ou tradicionalmente ortodoxo. É o mesmo agente 007 de sempre, porém, como no filme anterior, com uma roupagem mais moderna e um comportamento muito mais realista do que as piadas e gracinhas dos outros intérpretes da série.

Ele é a nova face do James Bond do século XXI, aquele cara diferente que não usa dispositivos e faz tudo na base da unha. Ótimo atrativo para quem, como eu, não suportava as idiotices e a falta de noção das produções anteriores, em especial as com Pierce Brosnan no papel do agente com licença para matar. Sem ser engraçadinho ou galã, ele é um James Bond amargurado, ranzinza e cheio de si, comportamento esperado para um agente no início de carreira como um 007. Lembre-se de que, em Cassino Royale, ele fez sua primeira missão como agente especial.

Quantum of Solace é mais um filme eficiente de seqüencias de tirar o fôlego, com perseguições de carros, ralis a pé (nos moldes da excitante perseguição inicial do primeiro filme), explosões e peripécias do maior e mais famoso agente do mundo do cinema.

O que peca é o lado "machão insaciável" de James Bond, com o qual estamos acostumados, depois de mais de 40 anos de filmes que assim o estigmatizaram. Aqui, ele nem ao menos fatura a mocinha, a lindíssima ucraniana Olga Kurylenko. Todo seu apetite está voltado para saciar sua sede de vingança pelo seu único verdadeiro amor, a também agente Vesper Lynd, que o traiu em Cassino Royale e depois, se sacrificou para salvá-lo.

Buscando vingança pela morte de sua amada Vesper (Eva Green), em Cassino Royale, James Bond (Daniel Craig) sai em missão solo para impedir um ambientalista sem escrúpulos de tomar posse dos suprimentos de água em um país latino-americano. Ao mesmo tempo, ele tenta desvendar os segredos por trás de uma organização que nem ao menos é conhecida pelo MI6. Poucas palavras para muita, mas muita ação, mesmo!

A boa escolha do nome de Marc Forster para dirigir o 22º filme (oficial) de Bond, James Bond, agradou aos fãs e garantiu a adrenalina que a série merece. Mesmo tendo sido diretor de dramas (muito bons, por sinal) como o perturbador A Última Ceia, o encantador Em Busca da Terra do Nunca, o subestimado A Passagem, o "estranho" Mais Estranho que a Ficção e a adaptação O Caçador de Pipas, o desafio de comandar uma aventura de 007 não o intimidou. Afinal de contas, era algo que até Steven Spielberg queria e que até hoje não conseguiu fazer.

Ainda mais com um roteiro bacana, apesar de complexo (o que pode deixar muita gente com o raciocínio perdido), do oscarizado Paul Haggis (por Crash - No Limite), o trabalho de de entregar um James Bond digno se tornou muito mais fácil. A câmera ágil e inquieta de Forster não nos deixa respirar um segundo sequer, nem ao menos quando Daniel Craig pára para recobrar o fôlego um pouco.

O grande elenco garante ainda mais qualidade ao filme, com presenças sempre eficientes de Judi Dench, pela sexta vez no papel de M., Giancarlo Giannini novamente como Mathis, e Jeffrey Wright, também reprisando seu papel como Felix Leiter. A novidade é Mathieu Amalric, que já havia atuado com Daniel Craig no ótimo Monique, de Steven Spielberg, no papel do vilão Dominic Greene, muito à vontade em seu papel.

Como não poderia deixar de ser, a presença de beldades já é uma tradição e uma lei para as produções o mundo do agente secreto a serviço da rainha. Uma das gostosuras é Gemma Arterton, uma britânica esguia e sensualíssima que interpreta Strawberry Fields, uma funcionária do serviço secreto que, obviamente, não resiste ao charme de Bond. mas quem chama a atenção, é mesmo a deliciosa ucraniana Olga Kurylenko, dona de uma beleza exótica e selvagem, que interpreta Camille Montes, uma boliviana (!) que também busca vingança. Dona de um rosto delicado e, ao mesmo tempo, marcante e forte, ela é um colírio para os olhos dos machões de plantão. Para maiores detalhes do corpo da beldade, uma recomendação é assistir ao legalzinho Hitman - Agente 47, estrelado por Timothy Oliphant.

Se atuar junto a miragem que é a Srta. Kurylenko já deve ser uma dádiva, imagine participar de um filme cujas locações se resumem... bem, se resumem ao mundo todo! De Antofagasta e Deserto de Atacama, no Chile, à Siena, região da Toscana, na Itália, os cenários são fabulosos e à altura da fama e histórico do personagem. Para completar a lista, ainda há Áustria, Inglaterra, Panamá, Espanha e México.

Se alguém descobrir uma profissão melhor do que pegar mulheres lindíssimas e viajar pelo mundo todo, por favor, mandem-me um e-mail.

Nota: 7,7/10

Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis & Neal Purvis & Robert Wade
Elenco: Daniel Craig & Olga Kurylenko & Mathieu Amalric & Judi Dench & Giancarlo Giannini & Gemma Arterton & Jeffrey Wright
Estréia: Novembro de 2008
Gênero: Ação & Aventura
Duração: 106 minutos
Distribuidora: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
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por Felipe Edlinger
12 de novembro de 2008
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sábado, 8 de novembro de 2008

[MovRev] Zathura - Uma Aventura Espacial

(Zathura: A Space Adventure)

Dirigido por Jon Favreau

É sempre um prazer assistir as adaptações para cinema das obras do escritor infantil Chris Van Allsburg. Especializado em livros de histórias simples, com pouco texto, mas ricamente ilustrados (premiado com a medalha Caldecott por melhor trabalho infantil por Jumanji e O Expresso Polar), três de seus mais de vinte livros ganharam ótimas transcrições para o cinema, com exacerbada produção e merecido sucesso entre as crianças.

Jumanji (1981), um dos primeiros livros do escritor, ganhou vida nas telonas em 1995, co Robbin Williams no papel principal de Alan Parrish e uma jovem Kirsten Dunst, como Judy Shepherd. Apesar de O Expresso Polar ter sido escrito quatro anos depois, em 1985, a adaptação somente se tornou real na fantástica aventura criada com captura de movimentos e estrelada por Tom Hanks, quase vinte anos depois, em 2004. E este Zathura, um dos livros mais novos de Chris, lançado em 2002, ganhou sua versão live-action, rapidamente, em 2005.

Um dos fatores que tornam essas adaptações tão especiais e bem sucedidas é o fato de os livrvos de Chris Van Allsburg apresentarem aventuras inacreditáveis e, ao mesmo tempo, serem escritos para crianças. Ou seja, nada de histórias complicadas, grandes descrições e longos textos; simplesmente, o necessário para tornar a história atraente para o seu público-alvo. Quando os livros são adaptados, a liberdade do roteiro e da produção é muito maior do que as adaptações de obras como Harry Potter e O Senhor dos Anéis, que contam com um nível de detalhamento muito maior do que o que é visto aqui, gerando cortes de informações e a padrão resposta de desaprovação dos fãs mais ferrenhos.

Danny (Jonah Bobo) e Walter (Josh Hutcherson) são dois irmãos que nunca se entendem e vivem disputando a atenção do pai (Tim Robbins), recém separado. Sempre prontos para brigarem, eles conseguem um mínimo de cooperação para jogarem um antigo jogo de tabuleiro, encontrado por Danny, chamado Zathura. Zathura é, na verdade, um passatempo diferente, um jogo que, conforme os jogadores vão avançando as casas, vai modificando o ambiente ao redor deles. No início do jogo, a casa de Danny e Walter é transportada para o espaço sideral, onde eles terão que lidar com monstros alienígenas, salvar um astronauta perdido (Dax Shepard) e tentar, à todo custo, voltar para casa.

Com possibilidades criativas mais amplas, o trabalho do experiente roteirista David Koepp, que também já fez bons trabalhos na direção, como o surpreendente Ecos do Além, ganha as dimensões que seu trabalho merece. Vindo de uma série de bons trabalhos, entre eles Jurassic Park, Missão: Impossível, Spider-Man, Guerra dos Mundos e o mais novo Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, ele desenvolve os textos do escritor em um roteiro inventivo e aventuresco.

O mesmo pode se dizer de Jon Favreau, que aqui faz o papel de diretor. Um natural multi-talentos, ele também é ator, produtor e roteirista, e iniciou sua trajetória com o bacana Swingers - Curtindo a Noite, que acabou virando cult movie, com méritos. Melhorando suas técnicas, ele passou pela comédia de O Elfo, com Will Ferrell, pela aventura neste Zathura - Uma Aventura Espacial, e chegou ao seu ápice com a ação incessante de Homem de Ferro, sucesso do verão americano deste ano. Isso, sem deixar de atuar, produzir e escrever.

Os atores mirins mandam bem e se sentem muito à vontade protagonizando a odisséia galáctica. Josh Hutcherson já demonstra ser um ator de talento aos 16 anos, depois de produções bacanas como ABC do Amor e Ponte para Terabithia. Mesmo não sendo um Freddie Highmore, o garoto ainda vai longe. Jonah Bobo, seu irmão no filme, é a simpatia em pessoa com seu jeito inocente de irmão mais novo. A bela Kristen Stewart, em plenos 18 anos, adicionou um jeito adolescente rebelde a fita, a la Avril Lavigne. Depois de ter co-estrelado Quarto do Pânico com a tarimbada Joddie Foster, ela vem sendo presença constante como coadjuvante em uma série de produções e, a partir de 2008, começa a protagonizar alguns filmes. No time dos experientes, Tim Robbins, como o pai das crianças, e Dax Shepard, como o astronauta em pergio, completam o time. Curiosidade para a presença do eterno Mestre Yoda, Frank Oz, dublando um robô.

Zathura - Uma Aventura Espacial é um programão para a família toda, em especial, para as crianças, que degustarão cada minuto da aventura. Mas, também é um prato cheio para os adultos que querem voltar, nem que seja por pouco tempo, à época inocente do mundo de aventuras imaginárias. Quem nunca fez seus próprios brinquedos ou imaginou aventuras incríveis com um simples balde de pecinhas Lego, que levante a mão. Assim como os antigos desenhos dos Muppet Babies, a imaginação e a criatividade são mais do que suficientes para desenhar e habitar um universo totalmente novo de diversão.

Nota: 6,8/10

Direção: Jon Favreau
Roteiro: David Koepp & Chris Van Allsburg
Elenco: Josh Hutcherson & Jonah Bobo & Dax Shepard & Kristen Stewart & Tim Robbins
Estréia: Janeiro de 2006
Gênero: Ação & Aventura & Fantasia
Duração: 113 minutos
Distribuidora: Columbia Pictures
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por Felipe Edlinger
08 de novembro de 2008
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