sexta-feira, 21 de setembro de 2007

[MovRev] O Grande Lebowski

(The Big Lebowski)

Directed by Joel Coen

Os irmãos Coen são especialistas em trazer para as telas tramas tão absurdas e non-sense - e cheias de humor negro - que, às vezes, o grande público não simpatiza com suas histórias ou seus personagens.

Felizmente, ainda existem algumas pessoas que admiram e adoram os filmes esdrúxulos e fantásticos que eles produzem, como este O Grande Lebowski, Fargo, Barton Fink ou Na Roda da Fortuna. Eles estão longe de ser filmes alternativos, mas definitivamente não fazem parte do cinemão pipoca que brilha nas locadoras.

Jeffrey Lebowski (Jeff Bridges), que se autointitula "O Cara", se acha o cara (sem trocadilhos) mais esperto do pedaço. Não trabalha, mora em um apartamento fétido e gasta os dias jogando boliche com os amigos.
Tudo muda quando ele é confundido com outro Lebowski, um milionário que teve a esposa raptada. A partir daí, a vida dele vira de cabeça para baixo, sem que ele dê a mínima importância para tudo isso. O que ele quer é apenas ter o tapete dele de volta (Não entendeu? Assista o filme, por favor!).

O filme todo é uma reunião de situações atípicas, algumas simplórias, outras paranóicas, quase todas deliciosamente engraçadas. O mesmo vale para os personagens que os Irmãos Coen despejam durante o filme, para a nossa felicidade; pessoas estranhas, com peculiaridades tão absurdas (ou não...) que nos fazem franzir as sobrancelhas assim que as vemos pela primeira vez.

Jeff Bridges está muito à vontade no papel de Jeff Lebowski, sempre mal vestido, como se tivesse acabado de levantar da cama, às duas horas da tarde. Sempre preocupado em beber, ele parece estar atrasado no tempo umas duas décadas.
Destaque para alguns colaboradores frequentes dos Irmãos Coen, como John Goodman, excelente como o amigo veterano do Vietnã, totalmente paranóico e crente em teorias da conspiração, e Steve Buscemi, o coadjuvante que só aparece quanto Walter (Goodman) o manda calar a boca.
Ainda temos John Turturro, hilário como o jogador de boliche Jesus, um latino arrogante, com sotaque caricato, que se veste de rosa o tempo todo. Para completar a lista, Philip Seymour Hoffman e Julianne Moore vêm de bônus.

Algumas cenas são marcantes. Não chegam a ser antológicas, mas Lebowski voando com a bola de boliche e depois caindo na pista é, pelo menos, viajante. Isso sem falar de quando ele é drogado e sonha que estrela um filme pornô com Julianne Moore, com temática de boliche. Fantástico!

A trilha sonora ajuda bastante, com destaque para Bob Dylan, Elvis Costello, Henry Mancini e a melhor de todo o filme, Hotel California, dos Eagles, interpretada pelos Gipsy Kings, em espanhol.
Aliás, a cena com John Turturro se preparando para jogar boliche ao som dos reis ciganos não pode ser descrita por algo menos do que fora de série.

Para quem gosta de filmes com início, meio e fim muito bem definidos, com certeza, este não será o melhor dos programas, seja para um sábado à noite ou para uma terça-feira depois do almoço.

Agora, se você gosta de histórias sem muitas conecções, situações absurdas e de gosto duvidoso, diálogos sem pé nem cabeça, Jeffrey Lebowski é O Cara!

Nota: 7/10

Felipe Edlinger
21 de setembro de 2007

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