
Directed by Danny Boyle
Esqueça os clássicos "A Noite dos Mortos Vivos" e "Amanhecer dos Mortos" e as neo-bobagens da série Resident Evil. Se você é um fã do trabalho de George Romero ou ainda do famoso jogo de Playstation, não o culpo, mesmo porque são ótimos trabalhos sobre um mesmo tema.
Porém, venhamos e convenhamos que a obra cinematográfica definitiva sobre zumbis e mortos-vivos tem um nome: Extermínio.
Para aqueles que não ainda não assistiram a esse formidável filme, a trama é a seguinte: um vírus, inoculado em macacos, sai do controle das autoridades e se espalha por toda Inglaterra, transformando as pessoas, em questão de segundos, em pseudo-zumbis raivosos. Um jovem (Cillian Murphy, o espantalho de Batman Begins), aparentemente em coma, acorda em um hospital de Londres e descobre que a cidade está deserta, evacuada por causa da contaminação em massa. A partir daí, é uma corrida pela sobrevivência e pela aceitação de que o país nunca será o mesmo.
Talvez, nas mãos de qualquer outro cineasta, o filme pudesse soar um pouco mais como a herança trash da década de 80, mas Danny Boyle, sim, a mesma pessoa abençoada que nos trouxe "Cova Rasa", "Traisnpotting" e "A Praia" (os dois primeiros são clássicos recentes indiscutíveis, o último é apenas uma contraditoriedade pessoal deste que vos escreve), nos entrega com maestria os sentimentos de medo, terror e desespero.
Desespero, sim, não apenas pelo fato de zumbis terem tomado conta do país, mas o desespero pelo abandono, pela solidão e isolamento que tomam conta de Jim, o jovem que sai do coma. As cenas da cidade de Londres, capital da Inglaterra, em total estado de deserção são, ao mesmo tempo, impressionantes e incômodas. Apesar de experiência parecida já ter sido produzida um ano antes, em Vanilla Sky, com Tom Cruise, desta vez o cenário é muito pior.
Imagine-se andando pelas ruas de sua cidade, sem viv'alma nas ruas e, de repente, você percebe que todos deixaram a cidade e você é o único sobrevivente. Aliás, você não sabe nada da história porque ficou o último mês internado em um hospital.
Quanto aos zumbis, que não são necessariamente zumbis, nem leve em consideração os zumbis azulados e rastejantes de Romero ou os monstros apocalípticos de Jill Valentine. Pense em algo mais realista, mais paupável. Estamos falando de pessoas comuns, ágeis como qualquer ser humano, e não dotadas de super poderes mutantes, sedentas por sangue e carne fresca, extremamente raivosas. Pronto, esses são nossos inimigos neste filme, sem contar que poderiam ser seus amigos, conhecidos e até seus pais.
A trilha sonora, composta por John Murphy, também ajuda bastante na criação do clima proposto por Danny Boile, alternando momentos de total
agonia (como a cena de desolação da cidade), insanidade (qualquer cena com os soldados no centro de comando) e, por incrível que pareça, despretensão e alegria (cena do supermercado).
No mais, apenas tenho a dizer que é um filme indispensável para aqueles que gostam do gênero. Para os que não estão acostumados, que se preparem para cenas de arrepiar, não com os tradicionais truques baratos do cinemão de suspense, mas com uma história que poderia muito bem ser verdade. Woooo, scary...
Nota: 9/10
Felipe Edlinger
15 de setembro de 2007
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