...e assim caminha a humanidade...

"Não tenha medo da perfeição. Você nunca vai atingí-la." (Salvador Dali)
"Et quacumque viam dederit fortuna sequamur." (Virgílio)
"Always think about a coloured tequila sunrise life." (Felipe Edlinger)
"Foda-se a balada, o que importa é a companhia." (Felipe Edlinger)
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domingo, 30 de setembro de 2007

[MovRev] O Guia do Mochileiro das Galáxias

(Hitchhiker's Guide to the Galaxy)

Directed by Garth Jennins

Douglas Adams é um dos escritores mais brilhantes de todos os tempos. Seu estilo escrachado e non-sense, e ainda melhor, ácido, irônico e sarcástico, conquistou gerações de leitores e vendeu mais de 15 milhões de cópias de seus livros ao redor de todo o mundo. E continua encantando muita gente, mesmo com a morte precoce do escritor, aos 49 anos, em 2001.

Enquanto a série Guerra nas Estrelas acumula uma legião de fãs considerados nerds, a série O Guia do Mochileiro das Galáxias incorporou um certo ar cult, até porque ela é muito menos conhecida do que a dos sabres de luz e cavaleiros Jedis.

O humor é tão absurdo que fica claro que nem o próprio autor não a levava muito a sério, tanto que a inspiração para escrevê-la veio quando, segundo o próprio Adams, ele estava bêbado em algum lugar de Innsbruck, na Áustria.
Porém, é um humor inteligente e afiado, típico das novelas inglesas.

Não são todos que se identificam com O Guia do Mochileiro, ou ao menos passam das 50 primeiras páginas, tamanhos são os pontos de interrogação que pairam sobre a cabeça de quem o tenta ler. O caráter imaginativo/ criativo de Adams precisa se fazer entender primeiro para depois ser compreendido.

O mesmo ocorre com as versões multimídia do livro, seja a versão original para rádio, de 1977, ou a versão podreira para a rede de TV BBC, de 1981, ou ainda esta versão mais recente para cinemas.

O filme conta a história de Arthur Dent (Martin Freeman), inglês sossegado que tem a casa demolida, e seu amigo Ford Prefect (Mos Def), um alienígena disfarçado de ator desempregado que fazia pesquisa na Terra para o tal O Guia do Mochileiro das Galáxias, em uma jornada pelo universo em busca do planeta Mangrathea, a bordo da nave Coração de Ouro.

Parece confuso? Sim, parece, e até é. Isso sem mencionar o fator de improbabilidade da nave Coração de Ouro, o super computador Pensador Profundo, o presidente da galáxia Zaphod Beeblebrox, o peixe tradutor Babel, os terríveis e idiotas Vogons, a bebida Dinamite Pangaláctica, o robô pessimista Marvin, entre outras loucuras mochileiras.
O segredo é esperar de tudo e nunca levar nada a sério, caso contrário você é um sério candidato a achar o filme um lixo universal.

Os cenários são bacanas e bem elaborados, principalmente se levarmos em consideração a mente doentia de Douglas Adams; são planetas, personagens e situações totalmente diferentes do que uma mente comum - e sã - pode elaborar.

Os personagens, então, são fascinantes, interpretados por bons e conhecidos atores, como o próprio Martin Freeman, da série The Office, que interpreta o deslocado inglês Arthur Dent. Além dele, há o rapper Mos Def, que faz o papel do alienígena Ford Prefect, Sam Rockwell como Zaphod Beeblebrox, o inacreditável presidente da galáxia, Bill Nighy, John Malkovich, Stephen Fry (narrador da história), Alan Rickman, a voz do entediado robô Marvin, e a gracinha Zooey Deschanel, que interepreta Trilliam, paixão de Arthur.

Porém, para quem não leu o livro, existe uma grande possibilidade de não conseguir entender nadinha da silva; como já disse, a história é confusa, não pela trama ser um emaranhado de informações, mas pelo fato das informações em si serem quase inconcebíveis. Por outro lado, para quem já leu o livro (ou os livros), é fácil notar que muitas coisas foram modificadas para a versão cinematográfica, não necessariamente para o bem da obra, na opinião dos fãs.

Infelizmente, o filme não foi muito bem nas bilheterias, o que já era até de se esperar por ser a) uma comédia britânica e b) baseado em um livro de Douglas Adams. É uma pena porque os outros livros da trilogia de cinco são tão bons quanto o primeiro.

Para quem ficou curioso ou assistiu o filme e realmente ficou interessado pela obra de Adams, sugiro a leitura de todos os livros, começando, é claro, por O Guia do Mochileiro das Galáxias. Se, depois das quase 200 páginas de humor non-sense do primeiro livro, você ainda estiver entusiasmado, passe para 2) O Restaurante no Fim do Universo, 3) A Vida, o Universo e Tudo Mais, 4) Até Mais e Obrigado pelos Peixes; e 5) Praticamente Inofensiva (livro alternativo considerado a quinta parte da trilogia - sim, Adams se referia a sua obra dessa maneira... trilogia).

E para quem tem alguma dúvida sobre o refinamento do humor de Dougla Adams, aqui vai uma pequena dose: "É um fato importante e conhecido que as coisas nem sempre são o que parecem. Por exemplo, no planeta Terra, os homens sempre se consideraram a espécie mais inteligente a habitar o planeta, e não a terceira mais inteligente. A segunda era, é claro, os golfinhos que, curiosamente, há muito sabiam da iminente destruição do planeta. Eles tentaram alertar a humanidade, mas seu modo de comunicação era interpretado como gestos lúdicos. Então, eles decidiram abandonar a Terra por conta própria. Sua última mensagem foi entendida como uma sofisticada tentativa de dar uma cambalhota dupla para trás assobiando o hino dos EUA. Mas, na verdade, o significado era: 'Adeus, e obrigado por todos os peixes".

Incrível, certo? Agora, quer saber qual é a espécie mais inteligente do planeta Terra? Sugiro que leia o livro, ou assistia ao filme.

Nota: 6.5/10

Felipe Edlinger
30 de setembro de 2007

sábado, 29 de setembro de 2007

[CineBras] BOPE Tropa de Elite

(BOPE Tropa de Elite)

Directed by José Padilha

Antes de mais nada, eu gostaria de pedir desculpas pelas minhas palavras e pelo meu linguajar mas, puta que pariu, esse filme é do caralho!

O mais recente trabalho do diretor José Padilha, responsável por Ônibus 174 (2002), é um excelente exemplo de cinema moderno, sem deixar de lado o cunho social. Ainda mais contundente do que Cidade de Deus e Carandiru, este Tropa de Elite retrata a realidade de uma parte da sociedade que não queremos ver, a polícia brasileira.

José Padilha conta a saga do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, líder e comandante de uma das tropas do BOPE, o Batalhão de Operações Policiais Especiais. Nascimento, apaixonado, fiel e dedicado a profissão, se encontra no meio de um conflito pessoal entre ser pai, ver o filho nascer e crescer ou continuar no BOPE, enfrentando a dureza e a incerteza do cotidiano no comando da tropa. Decidido a abandonar o comando, ele agora precisa indicar um substituto para a sua função, que reside na escolha de Neto (Caio Junqueira), que sempre teve o desejo de ser policial, tem sangue fervendo nas veias e a mente focada no exercício brutal de todas as horas, ou de Matias (André Ramiro), que estuda advocacia e sempre procura raciocinar antes de agir. A dificuldade se encontra em quem seria um melhor comandante, o coração de Neto ou a cabeça de Matias.

O pano de fundo da trama mostra o planejamento do BOPE para garantir a segurança do Papa João Paulo II que, durante visita ao Rio de Janeiro, faz questão de dormir em uma favela. O Capitão Nascimento contraria as decisões dos superiores, mas respeita a hierarquia da força policial, desde que essas não conflitam com sua filosofia profissional pessoal.

Aliás, Wagner Moura também é f***. Um dos grandes destaques do cinema nacional, junto com o conterrâneo Lázaro Ramos, ele é a alma do filme com seu líder de tropa. Apesar de ter interpretado um ou dois personagens estereotipados no passado, aqui ele literalmente arrebenta. Ele não demonstra perdão, mete porrada, esculacha, dá tiro na cara e não pensa duas vezes, e nas poucas vezes que isso acontece, o coração fala mais alto.
O personagem dele tem filosofias fortes, afinal, afirma que quem coopera com bandido é cúmplice de bandido, independente das condições e situações, inclusive relacionado a colegas de profissão; pra ele, policial corrupto não tem vez. Pessoalmente, acredito que devam existir exceções, mas isso depende do ponto de vista e repertório de cada um.

Nascimento enfrenta a barra pesada das decisões do dia a dia, tendo que manter a mente forte e o coração frio, o que pode influenciar sua vida pessoal e familiar. O peso da responsabilidade e a ineficiência do próprio sistema, com seus olhos cegos (ou que não querem ver), reflete em doses cavalares de remédios tranquilizantes e culmina no maltrato da própria esposa em "defesa" dos seus liderados.

Realmente, é uma luta complicada e, quase sempre, desonesta. Ainda mais quando vivemos no meio de uma Guerra Civil, que somente as autoridades não querem admitir, e as tropas precisam estar sempre nas ruas para resolver os "problemas", quase sempre de maneira pouco ortodoxa. Como dito, corrupção não tem vez.

Mas não é apenas de maus elementos que o filme fala; na verdade, a dita bandidagem é somente um elemento coadjuvante do longa metragem, os verdadeiros acusados são os que estão a favor da lei e fazem de tudo para se dar bem, mesmo que seja colaborar com o outro lado.
Porém, as justificativas são inúmeras, mas quando começam os subornos e as corrupções, a história não tem fim aparente. Começa em casa, na escola, na vida, na faculdade, no trabalho. O engraçado é que as consequências são medidas apenas no final, quando o ajuste de contas parece chegar mais perto.

A podridão e os esquemas utilizados dentro das nossas forças policiais, por muitos nem imaginados, é exposto tão cruamente que faz nascer em qualquer ser humano o sentimento de raiva, ódio e descontentamento com as impunidades. As hierarquias opressoras das instituições públicas, baseadas no poder, talvez resquício dos pensamentos militares que populam o âmago dos nossos centros públicos, revoltam a todos pelo simples fato de revogar os direitos humanos. Apenas para citar alguns exemplos, são agendamentos de férias feitos mediante suborno, coleta de dinheiro de traficantes, deslocamento e eliminação de policiais honestos, desova de corpos em lugares diferentes (por policiais) para diminuir o índice de homicídios na região dos Departamentos de Polícia, entre outros.

Mas bandidagem só existe porque há corrupção e vice-versa. O problema é muito mais embaixo do que pensamos e vemos nas mídias espalhadas pelo país a fora. E vale lembrar que a grande maioria dos moradores de favelas são pessoas comuns e honestas que, sem oportunidades melhores na vida, vêm nessas comunidades a única chance de sobrevivência com um mínimo de dignidade.

O problema é do Estado e, aparentemente, o Estado e nossos líderes políticos não fazem nada para resolvê-lo. A educação é uma possível solução para oprimir a miséria, o tráfico, os roubos e outros delitos cometidos pelos menos favorecidos, expressão em moda hoje em dia. A verdade é que policias não seriam corruptos se não ganhassem miséria, tendo que fazer serviços ilícitos por fora para garantir o próprio sustento. É claro que também existe a ganância, mas ela não é um fator determinante. A ganância não influencia milhões a roubarem 10 reais, mas 10 a roubarem milhões.

E ainda existe a impunidade das classes média e alta, expressa sem nenhum pudor durante toda a história. Os jovens com dinheiro que fomentam o tráfico de drogas, com os beseados e "tiros" de final de semana, são colocados como os grandes responsáveis pelo sustento dos traficante, pela morte de criança e adolescentes, e pela ínfima expectativa de vida daqueles ligados ao crime. Acreditam que a polícia é 100% corrupta e que os verdadeiros oprimidos são eles, uma vez que eles não traficam, apenas consomem. Mas no final das contas, nas mãos de bandidos, todo mundo é igual, é estatística, independente de amizade ou negócio.

Em parte do filme, é retratado o treinamento barra pesada do BOPE, que chega a ser surreal, desumano e sobre-humano. A humilhação, o espancamento, o sacrifício e a dor fazem com que os formados nos cursos do BOPE sejam realmente a elite da força policial brasileira. Apenas como referência, no próprio filme, Wagner Moura cita que nem o exército israelense tem soldados como eles; de um total de 100, apenas de 3 a 5 passam no curso.

A câmera nervosa, como se fosse em primeira pessoa, tropeçando e caindo, causa vertigem e desespero, e retrata o cotidiano das invasões de favelas e subidas de morros, o que consegue nos colocar ainda mais no centro dessa troca constante de tiros e ofensas, com transições muito bem feitas com cortes de cena bem planejados.

Os palavrões e insultos pesados são utilizados em praticamente todas as cenas de ação do filme, mas o linguajar e a violência não chegam a ser gratuitos, e sim necessários para que o trabalho seja representativo.

A narração em off com a voz de Wagner Moura, sem sotaques forçados e estravagantes, nem gírias regionalistas, casa perfeitamente com o ritmo do filme, opondo-se à agitação e ao corre-corre com relativa tranquilidade e paciência, explicando ponto a ponto a realidade do BOPE.

O que pode causar espanto e até transformar o filme em cult reside nas frases impactantes proferidas no decorrer da ação. Quando resolve eliminar um traficante, o Capitão Nascimento diz: "Bota na conta do Papa!", quanto tem que eliminar um policial corrupto, que está vendendo armas, que está na mira do atirador de elite: "Então, senta o dedo nessa porra!", e a melhor: "O BOPE não sobe morro para fazer cumprir a lei, sobe morro pra matar bandido".

Filmes sobre bandidos são comuns para todos os lados, vide o currículo do brilhante Quentin Tarantino, com Pulp Fiction, Cães de Aluguel, Kill Bill, entre outros. São considerados cult, mas são extremamente fantasiosos e enaltecem o que a sociedade considera errado, é diversão escapista para algo que todos acham que não pode acontecer conosco.

Totalmente o oposto desses citados, BOPE é um tapa com luvas de pelica na cara dos hipócritas e dos falsos demagogos que fazem discursos mas não agem, como boa parte dos nossos representantes públicos.
Não se pode dizer que o que foi colocado nas telas é verdadeiro ou não, correto ou não, uma vez que quase nenhum de nós pode dar uma opinião com propriedades.
Enquanto Carandiru mostra a opinião dos bandidos, BOPE mostra a opinião da polícia de elite. Quem está certo? Quem sabe algum dia teremos essa resposta.

Nota: 9/10

Felipe Edlinger
29 de setembro de 2007

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

[Paula's MFQ] Gladiator

Maximus: "Imagine where you will be, and it will be so. If you find yourself alone... riding in green fields with the sun on your face... do not be troubled. For you are in Elysium, and you're already dead! Brothers... what we do in life... echoes in eternity."

2000. Russell Crowe in Gladiator

terça-feira, 25 de setembro de 2007

[MovRev] The Wonders - O Sonho Não Acabou

(That Thing You Do!)

Directed by Tom Hanks

Definitivamente, Tom Hanks é um cara que entende do riscado. Além de ser um dos maiores atores de todos os tempos, uma das caras mais conhecidas do cinema, um dos mais bem remunerados profissionais do mercado, o cara que emplacou mais filmes que renderam mais de 100 milhões de dólares na história, entre outros predicados, ele ainda consegue a façanha de escrever e dirigir esta comédia simpaticíssima sobre uma banda de Rock 'n' Roll que atinge o estrelato da noite para o dia.

A direção de Hanks é muito certeira, com um roteiro simples mas muito bem amarrado para sua primeira incursão nesta ceara. Ele consegue levar o trabalho com maestria, alternando bons momentos de diversão e musicalidade com alguns jovens talentos que hoje fazem produções mais grandiosas, como Tom Everett Scott, Liv Tyler, Steve Zahn, Charlize Theron e Giovanni Ribisi.

Como já comentado, o filme gira em torno de uma banda de Rock 'n' Roll formada por quatro amigos de colégio e o sucesso meteórico do hit That Thing You Do!, primeiro em concursos e restaurantes, depois na rádio local e, finalmente, nas paradas de sucesso do país todo. Inclusive, a música tema foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original de 1997.

Na verdade, toda a trilha sonora é ótima e casa muito bem com a caracterização dos anos 60, com um clima alegre e, ao mesmo tempo, saudosista. A presença de algumas músicas caracterizando a época ajuda ainda mais na sonoridade do filme, como Diane Dane, Freddy Fredrickson e The Chantrellines.

O sonho de qualquer criança e adolescente é bem traduzido pelo deleite dos quatro garotos com o sucesso, a repercussão do trabalho, sem mencionar a esteria e assédio das tietes em qualquer lugar que a banda toca, algo que lembra o saudoso Febre de Juventude, que contava a história de um grupo de fãs que fazia de tudo para chegar perto dos Beatles.

Porém, todo cometa ascende rápido e se apaga da mesma maneira, e o filme retrata o que, normalmente, faz desmoronar as bandas que começam a fazer sucesso: mulheres, egos, diversão descontrolada, deslumbre, focos em outros assuntos. Somente uma ou duas pessoas realmente interessadas em fazer música pelo simples prazer de tocar acabam não segurando a onda.

Aliás, é impossível não se identificar com o baterista Guy "Shades" Petterson (Everett Scott), que apenas se encontra na turnê pelo deleite de poder continuar tocando bateria. Talentoso e apaixonado pelo que faz, ele não liga a mínima para o sucesso, mas sim para a oportunidade de poder fazer o que sabe, e gosta.

Há também a namoradinha que todos nós queríamos ter, Faye Dolan, interpretada por Liv Tyler, maravilhosa como sempre e mais bela do que nunca. Ela, na verdade é a dedicada namorada de Jimmy Mattingly, o arrogante e ambicioso vocalista da banda, que apenas se importa pelo sucesso próprio. Ingênua e delicada, torcemos para que ela fique com Guy desde o começo do filme, uma vez que a química entre eles é muito mais forte do que entre ela e Jimmy.

Algumas cenas são por demais empolgantes, que nos deixam com um sorriso maroto no rosto, como a primeira vez em que That Thing You Do! toca na rádio local ou, então, quando Guy vai a um bar e escuta atentamente - e bêbado - o jazz de Del Paxton. O momento em que ele toca com Paxton, seu ídolo de infância, no final do filme, chega a ser contagiante.

Os veteranos também contribuem para a boa lista de personagens bacanas, como Bill Cobbs, que interpreta Del Paxton, Obba Babatundé (o Lando, de Guerra nas Estrelas) como o afável Lamarr, porteiro do hotel onde a banda fica em Hollywood, Rita Wilson, a garçonete Marguerite, e até Tom Hanks como o produtor musical Mr. White, mesmo apenas cumprindo tabela, não decepciona e cumpre sua parte. Para os curiosos, o cantor Chris Isaak faz uma ponta como Tio Bob, que grava o primeiro single dos Wonders em uma igreja.

Se você sentir vontade de tocar bateria ou guitarra depois de assistir o filme, não fique com vergonha. Muito menos se sentir necessidade de levantar do sofá e dançar ao som de That Thing You Do!

Nota: 7/10

Felipe Edlinger
25 de setembro de 2007

[MovRev] O Aprendiz

(Apt Pupil)

Directed by Bryan Singer

Este O Aprendiz é um filme que precisa ser descoberto. Mesmo sendo dirigido por um dos queridinhos atuais de Hollywood, Bryan Singer (Os Suspeitos, X-Men, Superman O Retorno), não acredito que faça parte do conhecimento do grande público.

A história começa com o interesse de um estudante exemplar, Todd Bowden (Brad Renfro), com as atrocidades feitas pela Alemanha nas duas Grandes Guerras do nosso século. Todd descobre Kurt Dussander (Sir Ian McKellen), um velhinho, aparentemente inofensivo, que havia sido um oficial do Terceio Reich. Aos poucos o interesse vira obsessão e muda drasticamente a curiosidade e a visão do garoto de 16 anos. A questão que fica, é até quando ele consegue suportar as consequências dessas mudanças.

O filme não apresenta nada de novo ou mirabolante, mas o roteiro bem azeitado nos mostra os terrores do holocausto, sem ser óbvio, sempre com base nas perguntas do garoto e nos relatos do antigo oficial. Em alguns pontos, a história chega a incomodar (o que seria mais do que normal), mesmo sem ser muito direta.

Mais do que os efeitos e consequências dos atos dos comandados de Adolph Hitler, o relacionamento entre Todd e Kurt traduz muito bem o quão flexível, influenciável e curiosa é a mente humana. É fácil curiosidade se transformar em obsessão, e obsessão em loucura; o grande problema é conseguir fazer o processo inverso. Às vezes, o caminho parece se tornar um beco sem saída e é aí que o desespero toma conta da sanidade.

Sir Ian McKellen, magnífico como sempre, trava uma boa batalha com Renfro, surpreendentemente eficiente como o curioso estudante. Porém, enquanto Renfro apenas faz o seu papel, o show é todo de McKellen, tanto pela qualidade e capacidade de sua interpretação, quanto pela densidade e intensidade de seu personagem. É impressionante como ele se transforma do velhinho inocente no diabo de Guerra em pessoa, e nos convence de que ele é realmente assim (mesmo não sendo, é claro).

O tom sinistro do filme acompanha a transformação dos dois personagens principais, ambos faces do mal: a recaída de Kurt Dussander às sombras de seu passado e a assenção de Todd Bowden como discípulo involuntário do alemão. Se você espera redenção em algum momento da trama, esqueça, isso é algo que não estava nos planos do diretor.

Infelizmente, para os puristas e fãs de Stephen King, o filme não pode ser comparado com o livro homônimo, o que é extremamente compreensível e, também, disonesto. O livro é muito mais denso do que o longa metragem, assim como todas as outras obras de King adaptadas para as telas, com uma exceção ou duas. Mesmo assim, o longa não perde seus méritos.

Talvez, a única coisa não adequada tenha sido a escalação de David Schwimmer, como Edward French, conselheiro estudantil que tenta motivar Todd a recuperar suas notas na escola. Mesmo apresentando uma atuação diferente de tudo o que ele já mostrou, Ross Geller já faz parte do DNA de Schwimmer e, também, dos fãs da série de comédia mais bem sucedida de todos os tempos, Friends.

Nota: 7.5/10

Felipe Edlinger
25 de setembro de 2007

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

[MovRev] A Última Legião

(The Last Legion)

Directed by Doug Lefler

Não se deixe levar pelo sub-título brasileiro do filme, "O Nascimento da Lenda de Rei Arthur". Arthur nem ao menos é mencionado até os últimos 2 minutos do filme. Portanto, não crie expectativas em ver uma história comum à lenda do Rei da távola redonda.

Porém, isso não compromete em nada este filme épico simpático e despretensioso que, convenhamos, não pode nem de longe ser comparado a outros grandes do gênero.

Vemos a capital do Império Romano ser atacada e dominada pelos Gauleses, enquanto o pequeno César (o garoto Thomas Sangster) é enclausurado na Ilha de Capri, junto com seu tutor (e feiticeiro) Ambrosinus, interpretado por Sir Ben Kingsley. O comandante da guarda pessoal do Imperador, Aurelius (colin Firth) vai em seu resgate e tem como meta levá-lo para a nona legião, localizada na Britania, a última que não declinou perante o poder dos conquistadores e que ainda é fiel ao Império.

Os cenários e a fotografia são belíssimos, caracterizando com eficiência a Roma antiga e as terras distantes da Britania. Novamente, nada que chegue perto das mega produções, mas ainda assim é interessante. Em alguns casos até nos remete a O Senhor dos Anéis com suas paisagens esplendorosas, só que aqui filmadas na Eslováquia.

As cenas de batalhas são bem feitas, porém sem muitas coreografias elaboradas. Os apaixonados por embates gigantescos podem se decepcionar um pouco porque as lutas não são tão violentas como normalmente são apresentadas, mas os cortes de câmera frequentes e rápido ajudam a torná-las ágeis e empolgantes.

Colin Firth se empenha em interpretar o comandante Aurelius mas não consegue ser glamouroso como um certo Neo-Zelandês que interpretou um verdadeiro Gladiador, Russell Crowe. Talvez, esta nem tenha sido a intenção, uma vez que Firth intercala momentos sérios com tentativas de humor.

Uma razão para conferir o filme, mesmo com todos os poréns, é a presença da deslumbrante Aishwarya Rai, uma das maiores estrelas do cinema Indiano, que estrelou, inclusive, o engraçado Dhoom 2, filmado no Brasil. A ela cabem as melhores cenas de luta e até alguns momentos mais sensuais, com direito a roupa molhada e foco nos, digamos, atributos da moça.
Isso me faz perguntar o porquê do rebuliço causado pelo "incidente internacional" quando Richard Gere agarrou Shilpa Shetty (atriz indiana) durante um evento de conscientização sobre a Aids, na Índia.

Se no meio do filme, alguém ficar cismado com a história da espada de Julio César, já posso adiantar que sim, estamos falando da mesma Excalibur das outras aventuras do Rei Arthur.

Nota: 5.5/10

Felipe Edlinger
24 de setembro de 2007

[MovRev] Embriagado de Amor

(Punch Drunk Love)

Directed by P. T. Anderson

Antes de mais nada, sou fã de carteirinha do trabalho de Adam Sandler. Primeiro porque gosto de comédias idiotas, piadas insossas e personagens estabanados, segundo porque ele é um cara que me faz rir. E este é o estereótipo do trabalho dele, quer queira ou não, em todos seus filmes temos variâncias do mesmo tema.

Confesso que, quando vi este Embriago de Amor pela primeira vez, meu único comentário foi: "Não pode ser um filme do Adam Sandler". Então, resolvi ver o filme de novo. E a impressão continuou sendo a mesma.
Enquanto eu esperava pelo mesmo prato de sempre, com o qual normalmente me fartava, acabei ganhando um banquete com variedade muito maior de quitutes.

Paul Thomas Anderson, que tem excelentes filmes no currículo, como Boogie Nights e Magnolia, consegue arrancar de Sandler a melhor interpretação de sua vida, talvez a única que justifique algum dia chamá-lo de ator. E ele corresponde a altura com a trama tudo-de-errado-acontece-comigo-pelo-amor-de-deus-será-que-nunca-vou-me-dar-bem-na-vida.

Barry Egan (Adam Sandler) é um cara inseguro e desequilibrado que dirige o próprio negócio, é oprimido pela família de sete irmãs, e sempre comete erros consideráveis, independente da situação. Ele não acredita em ter um relacionamento sério e vê sua vida mudar quando se apaixona por Lena (Emily Watson). Mesmo com um histórico que vai contra suas novas emoções, como êxtase, paixão e luxúria, ele resolve cair de cabeça nesse mar totalmente desconhecido paor ele.

O ar estéril do filme, com efeitos sonoros repetitivos, iluminação estourada e música perturbante dá um toque kubrickiano a película, causando uma mistura de sensações no telespectador que vão de "vou desligar o filme agora" a "o que vem agora, estou intrigado demais".

Adam Sandler está ótimo fazendo-se de bobo novamente mas, agora, mostrando toda a raiva contida em seu interior. As cenas em que ele tem seus acessos incontroláveis são um achado, uma vez que esperamos algo totalmente diferente. Afinal de contas, estamos falando de Adam Sandler aqui. A cena da reunião de família e do acidente de carro são ótimas!

Mesmo com todas as esquisitices dos personagens, ainda há espaço para o romance entre Barry Egan e Lena Leonard, um tanto quando sem jeito, deslocado, mas honesto e redentor.

Luís Guzmán e Philp Seymour Hoffman fazem pontas de luxo para adicionar mais tempero na vida atrapalhada e sem graça de Sandler, resultando em equilíbrio entre momentos pseudo-engraçados e momentos em que os nervos se encontram à flor da pele.

No final, podemos não ter nenhuma chuva de sapos ou reviravolta mirabolante na trama, mas a história não precisa disso. O próprio filme é uma antítese às nossas expectativas.

Se para cada dez O Maluco do Golfe, tivéssemos um Embriagado de Amor, eu seria um dos primeiros a incentivar a produção de mais filmes de Sandler; um porque gosto das caretas dele, outro porque passei a gostar ainda mais quando ele tenta ser um ator de verdade.

Nota: 8/10

Felipe Edlinger
24 de setembro de 2007

domingo, 23 de setembro de 2007

[MovRev] Meu Cachorro Skip

(My Dog Skip)

Directed by Jay Russell

Quem nunca teve um cachorro que marcou uma parte de nossas vidas, que foi nosso amigo, escutou nossos anseios e nossos medos? Quem nunca teve um cachorro que dormiu aos nossos pés, que latia feliz quando chegávamos em casa e que nos dava um amor sincero em troca de nada?

Eu tive, e continuo tendo; e aposto que inúmeras outras pessoas passaram pela mesma experiência.
Talvez, seja por isso que este filme tão honesto toque tão fundo nossos corações, trazendo à tona a alma de criança que todos nós temos.

Apesar da pouquíssima experiêcia na direção, Jay Russell nos deu um presente inestimável, que fala sobre a vida, valores, sentimentos e pessoas. Amigos, mais precisamente.

Baseado em fatos reais, é a história da infância de Willie Morris (Frank Muniz, da série Malcolm) no estado americano do Mississipi, na década de 40. Willie é um garoto franzino e deslocado, que não tem amigos, até o momento em que ganha de presente o cãozinho Skip, um Terrier branco, com manchas caramelo.

A partir daí, sua vida provinciana muda consideravelmente quando tem que lidar, sempre em companhia de Skip, com os fatos inevitáveis da vida, sejam eles alegres ou tristes. É junto ao cachorrinho que ele vislumbra a descoberta do amor, a quebra de preconceitos, a perda da inocência e a consequente evolução de um garoto de apenas 9 anos de idade.

O bom elenco de apoio ajuda a reconstruir a realidade simples e, ao mesmo tempo, conturbada em que vive o pequeno garoto, contando com Kevin Bacon, amargurado como o pai de Willie, que perdeu uma perna na Guerra, Diane Lane, a mãe compreensível que somente quer que o filho tenha uma infância agradável, e Luke Wilson, o vizinho mais velho, e ídolo da garotada, que volta traumatizado da Segunda Grande Guerra. O formidável cachorro Enzo, que faz Skip, também é um dos responsáveis pelo filme parecer tão plausível.

As situações do filme podem parecer simplórias para nós, adultos, mas fazem toda a diferença em um mundo de criança. Para quem está acostumado com as provações do dia a dia, talvez um jogo de baseball não signifique muito, ou ainda para quem se ache um grande conquistador, a inocência do primeiro contato com o sexo oposto pode parece uma história de ninar. Mas para quem tem a alma jovem e honesta, todos os momentos são dignos de aprendizado e reflexão.

No final, é tudo sobre o inadiável futuro, a passagem da infância para a adolescência e, finalmente, para a fase adulta. Um caminho sem volta, mas que deixa resquícios em nosso interior. São lembranças do passado, saudades e experiências que nunca mais nos trarão o mesmo gosto inocente e descompromissado de um passeio pelo campo com os amigos.

São sentimentos sobre amor, amizade e morte que nos provam que existem coisas na vida que não podemos mudar, mas sim aprender a conviver com elas. Com relação a amigos, tenho certeza de que eles não morrem, mesmo quando se vão, eles permanecem vivos dentro de nossos corações e ativos em nossas mentes. As grandes histórias podem enfraquecer conforme o tempo passa, mas nunca são esquecidas.

É impossível não sorrir e rir com este filme, assim como também é improvável não chorar copiosamente em algum momento da história, principalmente no final. Posso dizer que todas as vezes em que o assisto, passo por um turbilhão de emoções e sentimentos que, invariavelmente, acabam em sinceras lágrimas pelo rosto.

Este é um filme para a família. Para as crianças, sem dúvidas, mas principalmente para os mais velhos, para aqueles que se distanciaram um pouquinho da fase mais deliciosa de nossa existência.

Assista-o em um sábado à tarde, faça pipoca e compre Guaraná. E, de preferência, chame os grandes amigos para assistirem juntos.

Nota: 8/10

Felipe Edlinger
23 de setembro de 2007

sábado, 22 de setembro de 2007

[MovRev] Van Helsing - O Caçador de Monstros

(Van Helsing)

Directed by Stephen Sommers

Eu sinto pena deste jovem diretor chamado Stephen Sommers. Aparentemente, o cara é uma bomba ambulante. Alguém duvida? Ok, ele dirigiu e escreveu A Múmia, O Retorno da Múmia e este péssimo Van Helsing. Ah, escreveu também a pérola O Escorpião Rei.

Informação suficiente para provar meu ponto de vista? Não? Vamos primeiro para uma breve sinopse desta "obra".

Van Helsing (Hugh Jackman), cavaleiro desmemoriado do Vaticano, caçador de monstros, é enviado para a Romênia para acabar, de uma vez por todas, com um certo Conde da Transilvânia, além de outras monstruosidades famosas.

Fato 1: O diretor conseguiu juntar todos os mais famosos e clássicos monstros do cinema em um único trabalho, e ao mesmo tempo destruir todos eles. Bela Lugosi, Boris Karloff, Peter Cushing, Vincent Price e Christopher Lee estão, com certeza, chateados e tristes (para não dizer putos da vida) pelo tratamento banal dado os monstros imortalizados por eles no cinema. Todos eles só não estão se revirando no túmulo porque Christopher Lee ainda está muito vivo e nos presenteando com personagens memoráveis.

Fato 2: Como atores e atrizes do porte de Hugh Jackman, Kate Beckinsale e Robbie Coltrane se involvem em um projeto como este? Dinheiro, fama, reconhecimento, currículo? A resposta só pode ser dinheiro ou "meu empresário me disse que era uma boa empreitada...". Atuações não muito convincentes de profissionais que já protagonizaram diversos sucessos de público e crítica não adicionaram nada ao roteiro.

Fato 3: Efeitos especiais para todos os lados, tão gratuitos quanto pombos no parque, que transformam os monstros em figuras tão insossas e não assustadoras que a censura do filme foi mantida em 12 anos, somente por causa de "agressão física e assassinato". Drácula mais parece um chefão final de um jogo de videogames e não o ser sombrio, arrepiante e mau como os de Gary Oldman (Drácula de Bram Stoker) e William Defoe (Sombra de um Vampiro), Frankstein virou um amigo camarada, Lobisomem não chega nem a ser ameaçador como um cão raivoso, e Mr. Hyde, um dos personagens mais intrigantes e interessantes da literatura, é descartado logo de cara.

Tenho que reconhecer que a premissa do filme é até boa, retratando um Van Helsing em procura de respostas para sua aminésia, lutando contra monstros clássicos do cinema, e utilizando armas futuristas em épocas passadas. Porém, a abordagem foi totalmente errônea; na tentativa de fazer um filme com recheio, Sommers nos deu uma aventura cansativa de duas horas e quinze minutos. E matou todos os monstros de uma vez só!!!

Se, talvez, fosse decidido fazer uma franquia com o personagem de Hugh Jackman, o resultado poderia ser diferente. Um ou dois monstros por filme, clima mais para terror do que para ação engraçadinha, tramas menos absurdas, filmes com, no máximo, uma hora e meia... é, quem sabe?

Hugh Jackman, normalmente inspirado, está no automático, nem de longe o Wolverine que conhecemos. A deliciosa Kate Beckinsale é um colírio para os olhos, porém, não faz a diferença com seu sotaque forçado. Quem alivia um pouco a barra é David Wenham, responsável pelos momentos engraçados do filme.

A fotografia de Allen Daviau (E.T. - O Extra-terrestre, A Cor Púrpura, Império do Sol) talvez seja uma das únicas coisas que é bem feitas neste filme, a começar pela antiga Paris à noite, e os cenários representando a Romênia.

Ah, uma coisa é certa, as três noivas do Drácula são muito gostosas. E só!

Nota: 3/10

Felipe Edlinger
22 de setembro de 2007

[MovRev] Jovens, Loucos e Rebeldes

(Dazed and Confused)

Directed by Richard Linklater

Se você curtiu os anos 70 ou se não teve a oportunidade e gostaria de ter uma idéia, este é um dos filmes que vão te deixar de água na boca.

Na verdade, essa comédia despretensiosa retrata uma geração onde os adolescentes eram irresponsáveis, só queriam saber de sexo, bebidas e drogas e não davam a mínima para as aulas. Hmmm, onde eu já vi isso antes?

Basicamente, o filme gira em torno do último dia de aula no verão de 1976, quando veteranos caçam calouros para aplicar diversos tipos de trotes, até o dia virar noite, e todos se reunirem em uma festa para beber cerveja e fumar maconha até cair.

Carros clássicos, velozes e coloridos dão o charme da ambientação do filme, assim como os trajes setentistas dos alunos, sempre coloridos e apertados, mostrando que moda é uma questão de estilo.

Richard Linklater, diretor do filme, também foi responsável por diversos outros filmes bacanas, que para alguns são até cult: Antes do Amanhecer, Escola do Rock, Antes do Pôr do Sol, A Scanner Darkly.

Jovens, Loucos e Rebeldes flui solto durante todos os quase 100 minutos de diversão e pequenas imprudências juvenis. São diversas situações pelas quais todos nós (inclusive os nerds) já passaram, ao menos um dia na vida, seja uma noite de bebedeira, ligas esportivas infantis, último dia de aulas, contato com drogas ou amassos dentro de carros.

O segredo para essa sessão da tarde ser tão agradável é o fato de não existir um roteiro propriamente dito; não existe um final apocalíptico, muito menos histórias sobre lições de moral, não há a necessidade de interpretações soberbas ou momentos de reflexão. O que vemos é apenas uma pura e simples história comum, que acontece todos os dias, com todos os tipos de pessoas. Por isso, nos identificamos tanto com o que é mostrado na tela.

Para quem realmente curte cinema, é muito bacana poder ver alguns astros, de blockbusters e filmes Lado B, em seus primeiros momentos em Hollywood. Entre eles, vemos algumas estrelas tarimbadas como Matthew McConaughey, Ben Affleck e Milla Jovovich, e outros que são presença constante em filmes "direto para vídeo", como Jason London, Rory Cochrane, Adam Goldberg, Anthony Rapp e Joey Lauren Adams.

Como sempre falo sobre as trilhas sonoras, neste caso, não poderia nem pensar em deixar batido, afinal de contas, para um filme ambientado na década de 70, (boa) música é o que não pode faltar. Entre as várias faixas, temos Kiss, Alice Cooper, ZZ Top, Nazareth, Sweet, Lynyrd Skynyrd, DeepPurple, Black Sabbath, entre outros, que tornam a diversão ainda mais intensa e insana.

Provavelmente, ninguém colocará este filme na lista dos cinco, dez ou cem melhores, mas ele sempre estará em um canto da prateleira para ser visto a qualquer hora, em qualquer momento, com qualquer companhia descolada, apenas para ter alguns momentos agradáveis de passatempo barato.

No resto, só nos resta tomar algumas doses, esperar o corpo ficar amortecido, deitar na cama, colocar os fones de ouvido, e ver o mundo girar.

Nota: 6/10

Felipe Edlinger
22 de setembro de 2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

[MovRev] O Grande Lebowski

(The Big Lebowski)

Directed by Joel Coen

Os irmãos Coen são especialistas em trazer para as telas tramas tão absurdas e non-sense - e cheias de humor negro - que, às vezes, o grande público não simpatiza com suas histórias ou seus personagens.

Felizmente, ainda existem algumas pessoas que admiram e adoram os filmes esdrúxulos e fantásticos que eles produzem, como este O Grande Lebowski, Fargo, Barton Fink ou Na Roda da Fortuna. Eles estão longe de ser filmes alternativos, mas definitivamente não fazem parte do cinemão pipoca que brilha nas locadoras.

Jeffrey Lebowski (Jeff Bridges), que se autointitula "O Cara", se acha o cara (sem trocadilhos) mais esperto do pedaço. Não trabalha, mora em um apartamento fétido e gasta os dias jogando boliche com os amigos.
Tudo muda quando ele é confundido com outro Lebowski, um milionário que teve a esposa raptada. A partir daí, a vida dele vira de cabeça para baixo, sem que ele dê a mínima importância para tudo isso. O que ele quer é apenas ter o tapete dele de volta (Não entendeu? Assista o filme, por favor!).

O filme todo é uma reunião de situações atípicas, algumas simplórias, outras paranóicas, quase todas deliciosamente engraçadas. O mesmo vale para os personagens que os Irmãos Coen despejam durante o filme, para a nossa felicidade; pessoas estranhas, com peculiaridades tão absurdas (ou não...) que nos fazem franzir as sobrancelhas assim que as vemos pela primeira vez.

Jeff Bridges está muito à vontade no papel de Jeff Lebowski, sempre mal vestido, como se tivesse acabado de levantar da cama, às duas horas da tarde. Sempre preocupado em beber, ele parece estar atrasado no tempo umas duas décadas.
Destaque para alguns colaboradores frequentes dos Irmãos Coen, como John Goodman, excelente como o amigo veterano do Vietnã, totalmente paranóico e crente em teorias da conspiração, e Steve Buscemi, o coadjuvante que só aparece quanto Walter (Goodman) o manda calar a boca.
Ainda temos John Turturro, hilário como o jogador de boliche Jesus, um latino arrogante, com sotaque caricato, que se veste de rosa o tempo todo. Para completar a lista, Philip Seymour Hoffman e Julianne Moore vêm de bônus.

Algumas cenas são marcantes. Não chegam a ser antológicas, mas Lebowski voando com a bola de boliche e depois caindo na pista é, pelo menos, viajante. Isso sem falar de quando ele é drogado e sonha que estrela um filme pornô com Julianne Moore, com temática de boliche. Fantástico!

A trilha sonora ajuda bastante, com destaque para Bob Dylan, Elvis Costello, Henry Mancini e a melhor de todo o filme, Hotel California, dos Eagles, interpretada pelos Gipsy Kings, em espanhol.
Aliás, a cena com John Turturro se preparando para jogar boliche ao som dos reis ciganos não pode ser descrita por algo menos do que fora de série.

Para quem gosta de filmes com início, meio e fim muito bem definidos, com certeza, este não será o melhor dos programas, seja para um sábado à noite ou para uma terça-feira depois do almoço.

Agora, se você gosta de histórias sem muitas conecções, situações absurdas e de gosto duvidoso, diálogos sem pé nem cabeça, Jeffrey Lebowski é O Cara!

Nota: 7/10

Felipe Edlinger
21 de setembro de 2007

sábado, 15 de setembro de 2007

[MovRev] Extermínio

(28 Days Later)

Directed by Danny Boyle

Esqueça os clássicos "A Noite dos Mortos Vivos" e "Amanhecer dos Mortos" e as neo-bobagens da série Resident Evil. Se você é um fã do trabalho de George Romero ou ainda do famoso jogo de Playstation, não o culpo, mesmo porque são ótimos trabalhos sobre um mesmo tema.

Porém, venhamos e convenhamos que a obra cinematográfica definitiva sobre zumbis e mortos-vivos tem um nome: Extermínio.

Para aqueles que não ainda não assistiram a esse formidável filme, a trama é a seguinte: um vírus, inoculado em macacos, sai do controle das autoridades e se espalha por toda Inglaterra, transformando as pessoas, em questão de segundos, em pseudo-zumbis raivosos. Um jovem (Cillian Murphy, o espantalho de Batman Begins), aparentemente em coma, acorda em um hospital de Londres e descobre que a cidade está deserta, evacuada por causa da contaminação em massa. A partir daí, é uma corrida pela sobrevivência e pela aceitação de que o país nunca será o mesmo.

Talvez, nas mãos de qualquer outro cineasta, o filme pudesse soar um pouco mais como a herança trash da década de 80, mas Danny Boyle, sim, a mesma pessoa abençoada que nos trouxe "Cova Rasa", "Traisnpotting" e "A Praia" (os dois primeiros são clássicos recentes indiscutíveis, o último é apenas uma contraditoriedade pessoal deste que vos escreve), nos entrega com maestria os sentimentos de medo, terror e desespero.

Desespero, sim, não apenas pelo fato de zumbis terem tomado conta do país, mas o desespero pelo abandono, pela solidão e isolamento que tomam conta de Jim, o jovem que sai do coma. As cenas da cidade de Londres, capital da Inglaterra, em total estado de deserção são, ao mesmo tempo, impressionantes e incômodas. Apesar de experiência parecida já ter sido produzida um ano antes, em Vanilla Sky, com Tom Cruise, desta vez o cenário é muito pior.

Imagine-se andando pelas ruas de sua cidade, sem viv'alma nas ruas e, de repente, você percebe que todos deixaram a cidade e você é o único sobrevivente. Aliás, você não sabe nada da história porque ficou o último mês internado em um hospital.

Quanto aos zumbis, que não são necessariamente zumbis, nem leve em consideração os zumbis azulados e rastejantes de Romero ou os monstros apocalípticos de Jill Valentine. Pense em algo mais realista, mais paupável. Estamos falando de pessoas comuns, ágeis como qualquer ser humano, e não dotadas de super poderes mutantes, sedentas por sangue e carne fresca, extremamente raivosas. Pronto, esses são nossos inimigos neste filme, sem contar que poderiam ser seus amigos, conhecidos e até seus pais.

A trilha sonora, composta por John Murphy, também ajuda bastante na criação do clima proposto por Danny Boile, alternando momentos de total
agonia (como a cena de desolação da cidade), insanidade (qualquer cena com os soldados no centro de comando) e, por incrível que pareça, despretensão e alegria (cena do supermercado).

No mais, apenas tenho a dizer que é um filme indispensável para aqueles que gostam do gênero. Para os que não estão acostumados, que se preparem para cenas de arrepiar, não com os tradicionais truques baratos do cinemão de suspense, mas com uma história que poderia muito bem ser verdade. Woooo, scary...

Nota: 9/10

Felipe Edlinger
15 de setembro de 2007

terça-feira, 4 de setembro de 2007

[MovRev] Piratas do Caribe - No fim do Mundo

(Pirates of the Caribbean - At World's End)

Directed by Gore Verbinski

Confesso que não esperava muito de Piratas do Caribe - No Fim do Mundo, o que, no final, foi ótimo pra mim. Depois de assistir à este filme, fiquei com a sensação de que já havia visto algo parecido.

Na verdade, a sensação era de decepção, mesmo não esperando muito; o que havia acontecido também quando assisti ao terceiro episódio da trilogia Matrix (Revolutions): primeiro filme, excelente e fantástico por renovar um tema e apresentar originalidade o suficiente para ser sempre lembrado; segundo filme, muito bom devido aos efeitos especiais e ao entretenimento descompromissado; e terceiro filme, ruim pelo fato de ser longo, com enredo confuso e cheio de absurdos.

Piratas do Caribe - No Fim do Mundo é isso tudo, um filme longo demais, com cerca de 2 horas e 40 minutos, muito confuso para a maioria dos fãs, e com tantos absurdos que até Jack Sparrow fica meio sem jeito.

Resumindo, Elizabeth Swann (Keira Knightley), Will Turner (Orlando Bloom) e Capitão Barbossa (Geoffrey Rush) devem resgatar Jack Sparrow da terra dos mortos e enfrentar Davy Jones e Lorde Beckett. Para isto, eles contarão com a ajuda dos Lordes Piratas da Corte da Irmandade para derrotar a Companhia das Índias Orientais, que vem matando piratas ao redor do mundo.

Sou suspeito para tecer algum comentário sobre Johnny Depp, em minha opinião, um dos mais talentosos (e mutantes) atores de todos os tempos.
Porém, tirando Keira Knightley (que é linda e parece com uma amiga minha), Jack Sparrow talvez seja a única parte de qualidade do filme que seja constante.

O estilo bonachão, afeminado e covarde de Jack Sparrow é marcante e, como sempre, ele toma conta da tela nos momentos em que aparece. E o filme deveria ser assim, com Jack Sparrow dominante e não com a tela repartida democraticamente entre o número enorme de coadjuvantes.

Sempre que o Capitão Jack Sparrow aparece, as cenas ganham vida e viram antológicas, como as cenas em que ele contracena com vários Jacks, nos momentos de divagação e loucura do personagem.

Mesmo assim, ainda podemos ver alguns outros personagens bacanas novamente como o Capitão Barbossa, de Geoffrey Rush, e o Capitão do Holandês Voador, Davy Jones, impecáveis. Além dos outros novos personagens, os Lordes Piratas, cada qual pitoresco a sua maneira.

Mas o filme não deixa de ser longo e confuso, como havia mencionado, e com tantas reviravoltas que o fato de alguns personagens serem cool não ameniza os lados ruins.

Os efeitos especiais continuam fantásticos, demonstrando que o pessoal da ILM (Indutrial Light & Magic) continuar afiado e criativo. As mais de 200 cenas com efeitos especiais valeram mais um Oscar para a trupe (eles já haviam ganhado outro por Piratas do Caribe - O Baú da Morte), liderada por John Knoll e Charles Gibson.

Ao final do filme fiquei ainda mais desapontado porque torcia para Jack Sparrow dar uns pegas com Elizabeth Swann, mesmo indo contra tudo o que já foi mostrado entre ela e o personagem de Orlando Bloom, Will Tuerner, nos outros dois filmes. Obviamente, isso não aconteceu.

Pelo menos, o chatão Will Turner ficou preso em uma ilha de localização desconhecida e somente pode ser visitado a cada 10 anos. Prova de que ele era muito melhor como Legolas.

Brincadeiras à parte, a pérola do filme fica a cargo de Keith Richards, eterno Rolling Stones, interpretando o pai de Jack Sparrow, Captain Teague, Guardião do Código dos Piratas. Apesar da experiência quase nula como ator, Mr. Richards está muito à vontade no papel. Isso sem contar que ele é a lata de Jack Sparrow.

Nota: 4/10

Felipe Edlinger
04 de setembro de 2007

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

[MovRev] Transformers

(Transformers)

Directed by Michael Bay

Michael Bay gosta de explosões, sons de destruição e efeitos especiais, correto? Certíssimo, qualquer um pode dizer isso somente por se lembrar de A Rocha, Armageddon ou Pearl Harbor.
Não necessariamente grandes filmes, todos as obras citadas contém os elementos favoritos de Bay, tornando-as filmes grandes. E, também, grandes equívocos, grandes besteiras, grandes piadas. Mesmo assim, grandes blockbusters.

Opiniões à parte, não ligo nem um pouco para as críticas sobre Michal Bay (mesmo porque também não gosto muito do cara...), o que me importa é que ele nos trouxe este Transformers, novo em folha, reformulado, e com o mesmo charme da década de 80.

O enredo do filme é bastante simples: Decepticons (robôs malvados) vêm do extinto Planeta Cybertron para a Terra em busca de um cubo de Energon, capaz de fazê-los dominar o planeta. Cabe aos Autobots (robôs bonzinhos), tentar impedí-los de conquistar o planeta e exterminar a raça humana.

Michael Bay acertou nos efeitos visuais ao retratar os Autobots Optimus Prime (Carreta Scania), Bumblebee (Camaro), Jazz (Pontiac), Ironhide (Pickup GMC 6500) e Ratchett (Hummer H2) e os Decepticons Blackout (Helicóptero Sikorsky), Starscream (F-22) e Barricade (um Mustang da polícia). Talvez a única bola fora tenha sido Frenzy, um Decepticon que se transforma em pequenos objetos eletrônicos, como um celular ou aparelho de som.

Agora, cá entre nós, uma de minhas preocupações (faaala, nerd!) era a modificação de BumbleBee, antigamente caracterizado como um Volkswagen, ou simplesmente Fusca, para nós brasileiros. A primeira imagem que veio a minha cabeça de um Fusca em um filme modernoso não pareceu muito adequada, mesmo sendo um New Beetle. Mas o Camaro apresentado por Bay transformou o simpático carrinho em um estiloso Camaro amarelo. Ponto pra ele!

Além disso, temos um arranca-rabo daqueles entre Optimus Prime, perfeito com pintura metalizada azul e vermelho, e Megatron. Ambos imensos, com vozes poderosas para intimidar qualquer um: Petter Cullen, voz original do próprio Prime dos desenhos animados da década de 80 e Hugo Weaving, o eterno Agente Smith que empresta sua voz para o líder dos Decepticons, Megatron.

Fiquei tão empolgado com a caracterização de Optimus Prime que, sem perder tempo, comprei uma miniatura para colocar em minha estante (faaala, nerd!), definitiamente mais detalhada e mais "realista" do que as baseadas no desenho original.

Talvez um ponto baixo do filme seja o fato de os robôs terem ficado muito cibernéticos, com muitos fios e metais para todos os lados, tornando difícil a tarefa de identificar quem é quem e que parte dos robôs estão aonde. Neste item, Michael Bay nos fica devendo um pouco mais a humanização dos personagens, quando se comparados com os desenhos, fica evidente que antigamente, as caras e bocas eram mais perceptíveis.

Por outro lado, temos cenas de luta muito realistas, se assim posso dizer, e muito bem coreografadas.
Além disso tudo, fomos presenteados com um trilha sonora de primeira categoria para aqueles que gostam de um rock mais agitado, como HIM, Julien KK, Smashing Pumpkins. Taking Back Sunday e The Used dão um toque mais Pop, enquanto Mutemath não faz feio com a nova versão da saudosa música tema.

Quem se dá bem é o "novato" Shia Lebouf (Constantine e I, Robot), que interpreta Sam Witwicky: ele ganha Bumblebee de presente do pai, pega a deliciosa Megan Foz (uma gata entre Demi Moore e Jordana Brewster), passa de nerd a herói interplanetário e, ainda por cima, fará companhia a Harrison Ford na quarta aventura de Indiana Jones no Cinema.

Mais uma vez, obrigado Michael Bay, por me fazer sentir com 9 anos de idade de novo. Transfomers, more than meets the eye! Transformers, Robots in the Skies!

Nota: 7.5/10

Felipe Edlinger
03 de setembro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2007

[MovRev] Duro de Matar 4.0

(Live Free or Die Hard)

Directed by Len Wiseman

Definitivamente, o ingresso valeu a espera para assistir o novo filme de Bruce Willis, a quarta parte da série Duro de Matar.
Não é à toa que todos nós adoramos o cara, mais uma vez encarnando o policial duro na queda, antiquado e sarcástico, John MaClane.

Todos dizem que John é a "pessoa errada na hora errada". Eu diria que ele é a "pessoa certa na hora certa"; afinal de contas, em quaisquer outras variâncias do tema, não teríamos duas pérolas do cinema de ação: Duro de Matar, o primeiro da série, e este Duro de Matar 4.0 (poucos casos em que o título em português merece aplausos)*.

Neste filmaço, John enfrenta uma ameaça bem fora de sua alçada, um terrosita virtual interpretado por Timothy Olyphant, o badguy bacana de Vamos Nessa e Show de Vizinha, infelizmente, não tão cool quanto nos outros filmes.

O contra-ponto de John é o hacker de Justin Long que, apesar de não ser um brilhante ator, traduz muito bem o conflito entre a velha escola e a realidade cibernética. Justin traduz toda a pré-potência da geração Counter Strike, assim como o medo eminente de enfrentar situações reais.

No final das contas, quem salva o dia, é novamente John McClane, extremamente em forma para os seus 52 anos, provando que nem mesmo as firulas e acrobacias de Maggie Q são páreo para o último legítimo action hero.

Já vimos Stallone de volta às telas, mas parece que o acontecimento foi apenas um "descanse em paz, Garanhão Italiano". Enquanto isso, Schwarzenegger curte a carreira política e já virou até presidente dos Estados Unidos em Os Simpsons, O Filme. Resta mesmo o bom e velho Bruce Willis, em minha opinião, longe de se aposentar!

Se alguém discorda disso, peço para que comentem apenas duas cenas deste filmão: o engarrafamento dentro do túnel e a perseguição de um F-35 ao caminhão dirigido por Bruce Willis.

Vale a pena conferir, também, a ponta de Mary Elizabeth Winstead, bela atriz que já fez filmes dispensáveis, como O Chamado 2, e bobeiras bacanas, como Premonição 3. Recentemente pode ser vista em Prova de Morte, de Quentin Tarantino.

O orgasmo dos nerds, com certeza acontece quando Kevin Smith entra em cena, com seu nerd (dããã) de 37 anos enfurnado no porão da casa da mãe, ao qual chama de "Central de Comando".

Caso alguém ainda não tenha visto Duro de Matar 4.0, sejam quais forem as razões, sigam meu conselho: não se arrumem para ir ao cinema, chame algum fã de adrenalina para ir com você e pegue a próxima sessão no cinema mais perto. Não haverá arrependimento!

E vida longa a John McClane, David Dunn, Korben Dallas and Butch Coolidge.

Yippee-ki-yayy!

Nota: 8/10

Felipe Edlinger
02 de setembro de 2007

*para os que não sacaram o título em português, tudo bem que Bruce Willis é cinquentão, mas o 4.0 é uma referência a idade do personagem. =)

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