segunda-feira, 2 de junho de 2008

[MovRev] Karate Kid II

(The Karate Kid - Part II)

Dirigido por John G. Avildsen

Inevitavelmente, uma continuação do estrondoso sucesso Karate Kid foi realizada. Para felicidade geral dos fãs, a qualidade foi mantida no mesmo nível do filme original, sempre focado nas pessoas, e não nas lutas, como todos esperavam ao ver a primeira produção.

Porém, desta vez, o foco do filme não é Daniel LaRusso, ou Daniel-san, mas sim a vida de desencontros e tristezas remotas do Sr. Kesuke Miyagi, e sua juventude em Okinawa, no Japão.

Após receber uma carta com notícias da doença de seu pai, Miyagi (Pat Morita) decide viajar ao Japão para rever seu pai pela última vez. Daniel LaRusso (Ralph Macchio), que não aguenta ficar longe do mestre, resolve acompanhá-lo até sua terra natal. Lá chegando, Miyagi revê seu grande amor de juventude, Yukie (Nobu McCarthy, que faleceu em 2002, em Londrina, no Paraná) e, também, seu ex-melhor amigo, Sato (Danny Kamekona). Enquanto Daniel-san se engraça com Kumiko (Tamlyn Tomita), Miyagi tenta se reconciliar com Sato, que o culpa por tê-lo desonrado, ao deixar Okinawa e ir para a América.

Ralph Macchio está idêntico ao seu personagem do primeiro filme, tanto em personalidade quanto no próprio aspecto físico; os dois anos que separam os dois longas parecem não terem causado nenhum envelhecimento ao ator, que continua com cara e corpo de moleque de 17 anos (apesar dos 25 anos, à época do filme), ao contrário do terceiro filme, quando ele aparece rechonchudo.

Pat Morita continua cativante como Miyagi, mestre carateca de Daniel. Dessa vez, assombrado por fantasmas do passado, que fizeram sua vida mudar, ele busca a redenção tentando consertar erros de sua juventude. De qualquer maneira, seja refletindo sobre suas ações ou ensinando Daniel-san a lutar, ele ensina mais uma vez que lutas sempre são o último recurso para acertar os ponteiros com outra pessoa.

Com o mesmo diretor do primeiro filme, a essência da história é muito parecida; apenas não é possível compreender como a mesma pessoa responsável pelos dois primeiros filmes da série, conseguiu fazer, também, o terceiro, que só não é mais fraco do que o quarto, com Hillary Swank (!). A culpa nem ao menos pode ser colocada no roteiro porque Robert Mark Kamen escreveu todos os quatro filmes.

Filmado no Havaí, tem belíssima fotografia, com lindas panorâmicas de paisagens costeiras e pores-do-sol, além da composição das cenas com ornamentos tipicamente japoneses, que enfeitam toda a trama do filme.

A trilha sonora é profunda e resgata o bom gosto da suave música oriental para emoldurar o tema do perdão e do reconhecimento da verdadeira amizade, no lugar da famigerada honra. Para os momentos "Daniel-san", Peter Cetera canta Glory of Love, música indicada ao Oscar de Melhor Canção e considerada uma das músicas mais tocadas nas rádios naquele ano.

Apesar dos altos e baixos do filme, a continuação continua sendo um sucesso menor das tardes de sábado, mas que sempre vale a pena ver de novo. Um filme tocante, ainda mais do que o primeiro, porém, sem a mesma inovação e emoção do original. De qualquer maneira, uma produção terna, com ritmo cadenciado e calmo, e cheio de "música" para tocar o espírito.

Nota: 6/10
______________________________________________________________

por Felipe Edlinger
02 de junho de 2008
______________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.