
Directed by John G. Avildsen
Karate Kid é, sem sombras de dúvidas, mais um clássico da Sessão da Tarde, da Rede Globo e, claro, da vida de muitos vintões e trintões de hoje em dia. Um filme que encantou gerações, principalmente de adolescentes, mas também de adultos.
É um daqueles filmes que instiga tanto o tele espectador, que o leva a desejar fazer alguma coisa assim como foi demonstrada na produção, neste caso, o caratê. É difícil encontrar alguém que, ao final do filme, não tenha desejado ser um lutador de caratê ou, ao menos, que saiu fantasiando golpes da referida arte marcial.
O filme acabou envelhecendo bem, mesmo levando em consideração os trajes e linguajares esdrúxulos, usados na década de 1980. A sua temática permanece atual e é significado de motivação, superação e humildade.
Com certeza, é o melhor filme da trilogia... ops, da quadrilogia, uma vez que temos o quarto filme (impressionantemente ruim) com Hillary Swank, no papel de protagonista (como pode?).
Para quem sabe, o filme não se trata de uma história sobre artes marciais ou esportes de lutas, mas sobre o desenvolvimento e o crescimento de um adolescente, junto com sua alma, mente e coração, frente as adversidades comuns do cotidiano nos anos 80.
O diretor John G. Avildsen foi competente o suficiente para criar uma obra sensível e agradável junto com o roteiro de Robert Mark Kamen (também responsável pelo roteiro dos outros três filmes da série). Infelizmente, o mesmo não é verdadeiro para os outros filmes. Porém, o mesmo diretor trouxe experiência de sobra de um outro projeto que rendeu um Oscar de melhor filme a produção, Rocky - Um Lutador, de Syvester Stalone.
Ralph Macchio é Daniel LaRusso, adolescente que se muda de Nova Jersey para a Califórnia e, logo de cara, enfrenta problemas para se adaptar à sua nova escola, novos amigos e, por que não, desafetos. Ele se torna o alvo favorito de pancadas da turma de Johnny Lawrence (William Zabka), aluno de caratê do dojo Cobra-Kai. Após uma dessas surras, ele é salvo pelo japonês veterano de guerra, Sr. Miyagi, que passa a treiná-lo para que ele enfrente seus demônios no campeonato local de caratê.
Ralph Macchio convence como adolescente, mesmo já tendo muito mais idade do que aparente, na época das filmagens. Apesar do corpo frágil e magro, e o rosto de moleque, ele já tinha 23 anos no primeiro filme e 28 no terceiro, porém, em ambos, ele representou Daniel-san como tendo 16 e 17 anos, respectivamente. Infelizmente, ele acabou um pouco estereotipado pelo seu personagem neste filme e nunca conseguiu outros papéis de destaque, atuando apenas em produções menores, apesar de ter feito antes o sucesso The Outsiders.
Elizabeth Shue sempre foi uma graça e aqui ela também não desaponta como o parzinho romântico do protagonista. Também com idade próxima com a de Macchio, ela esbanja doçura, como a sua Ali Mills.
Porém, um dos fatores do grande sucesso da franquia sempre foi a simpatia e o carisma do velhinho japonês, Pat Morita. Falecido em 2005, ele foi a peça fundamental para transformar esse filme menor em uma febre, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil. Representando de forma sincera o papel de mentor e "pai-avô" de Daniel-san, ele garantiu a parte coração que o filme necessitava para cativar a todos.
Mesmo não sendo nenhuma referência cinematográfica, boa parte das cenas ficaram imortalizadas para os jovens e adolescentes, como as etapas do treinamento (pôr cera, tirar cera), a fantasia de chuveiro, o "pegar mosca" com hashis, o equilíbrio no tronco, o carro clássico amarelo.
A seqüencia final da luta entre Daniel e Johnny ainda nos faz vibrar, como fazia quando eu tinha cerca de apenas uma dezena de anos de vida. A luta toda é emocionante e bem coreografada, mas o golpe final da "gaivota" chega a ser emocionante.
A trilha sonora também não deixa por menos, liderada por pérolas como The Moment of Truth, interpretado pelo Survivor.
Um filme para crianças e adolescentes, mas que também encanta o mundo dos adultos até hoje, principalmente para os que o viram quando ainda eram o público alvo principal.
Nota: 6.5/10
Felipe Edlinger
25 de abril de 2008
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