
Directed by Joby Harold
Para um diretor (e roteirista) iniciante, Joby Harold mostra que pode ser um dos próximos queridinhos de Hollywood por este trabalho simples, porém poderoso.
Com quase 80% da trama passada em uma sala de cirurgia e um saguão de hospital, o diretor, que também assina o roteiro do filme, prova que, para um filme ser bom, não depende de produção sofisticada, efeitos especiais, nomes estrelares ou locações fascinantes, mas apenas uma boa e bem amarrada trama.
Hayden Christensen é Clay Beresford, herdeiro de uma herança gigantesca e um dos homens mais poderosos e ricos de Nova York. Jovem e imponente homem de negócios, comandante, ao lado da mãe, do império construído por seu pai, ele se encontra em uma situação médica complicada quando é diagnosticado com um sério problema cardiológico.
Enquanto se divide entre o amor incondicional pela noiva Sam Lockwood (Jessica Alba) e o receio de compartilhar com a mãe a verdade de seu relacionamento com a amada, ele tem a oportunidade de viver sem problemas de saúde quando consegue um coração compatível com seu tipo sanguíneo.
Depois de problemas e discussões com a mãe, ele é submetido a uma cirurgia liderada por seu amigo Dr. Jack Harper (Terrence Howard). Porém, sua agonia apenas começa quando a anestesia ministrada não funciona por completo e ele se mantém consciente durante todo o procedimento. Este fenômeno se chama anestesia consciente e ocorre uma vez a cada 700 operações.
Sem nada de ordinária, a trama é surpreendente, desenvolvendo-se a partir de um pequeno ponto e transformando-se em uma reviravolta de emoções e personagens, em um filme curto e intenso, na medida certa para um programa de drama e suspense, que deixa os nervos à flor da pele.
Christensen entrega um papel convincente (não que ele seja um grande ator), como o de O Preço de uma Verdade, e prova que pode ser bom ator e se livrar do estigma de Anakin Skywalker. Ainda mais quando conta com o suporte de bons nomes como Lena Olin, que dá um show como a mãe de seu personagem, e Terrence Howard, forte como o médico responsável pela delicada operação de coração.
A beleza de Jessica Alba (e talento, por que não?) apenas ajuda toda a trama e torna verossímil o amor de Clay por sua noiva. Afinal de contas, quem não sentiria isso por ela?
Boas tomadas de cena, que simulam a situação do paciente durante a operação, garantem o desespero para os espectadores que nem ao menos se imaginam em uma situação como esta. Os monólogos em off por parte de Christensen facilitam ainda mais a criação do ritmo do filme.
As analogias de vida e morte demonstradas ao longo da operação cirúrgica também são bastante simples e sutis, porém de uma força latente, chegando até a ser poéticas, em certo nível.
Para um filme de hospital, a fotografia poderia até comprometer, o que não acontece. Muito pelo contrário, faz sua parte muito bem quando utilizada, capturando bons planos da cidade de Nova York para rechear a trama.
Com uma direção confiante e câmera firme, a produção é simples, porém várias das cenas são de uma sensibilidade muito grande, ainda mais para um filme de suspense, especialmente aquelas entre os dois protagonistas, Hayden e Jessica. O mérito, em grande parte, vai para Jessica, que preenche a tela com sutileza, leveza e beleza, ao longo de todo o filme.
Um excelente programa, principalmente se você não estiver com expectativas muito altas, como eu não estava. Belo debut do diretor Harold.
Nota: 7/10
Felipe Edlinger
20 de abril de 2008
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