sábado, 5 de abril de 2008

[MovRev] American Pie - O Último Stifler Virgem

(American Pie presents The Naked Mile)

Directed by Joe Nussbaum

Definitivamente, parece que a série American Pie virou uma espécie de National Lampoon da vida. Isso porque todos os filmes feitos depois de American Pie 3 - O Casamento têm apenas três coisas em comum: 1) o nome American Pie, levado no título, 2) algum personagem com o sobrenome Stifler e 3) um Eugene Levy fazendo bico em todos eles, garantindo o leitinho das crianças.

Para quem conhece e lembra, National Lampoon é o nome de uma revista de comédia norte-americana, que posteriormente virou o nome de um estúdio de filmes, que assinou clássicos da comédia pastelão como a série Férias Frustadas, com Chevy Chase.

Com exceção do título constrangedor em português, que deveria ser motivo de demissão dentro das produtoras, este filme é bem melhor do que o anterior Tocando a Maior Zona. Usa até uma referência ao clássico da Sessão da Tarde, Curtindo a Vida Adoidado, na primeira cena do filme, quando o protagonista finge estar doente para matar aula e ficar em casa, com consentimento dos pais. Porém, paremos por aí!

Desta vez, a trama é com Eric Stifler, talvez o único Stifler que não faça jus ao nome da família, e permanece virgem, mesmo tendo uma namorada. Louco atrás de sexo, e sendo sacaneado por seus amigos por ainda não ter experimentado a "torta", ele força a barra com a namorada, que lhe dá um passe-livre para o final de semana. Ele, então, junto com amigos, vai até o campus da universidadem onde estuda seu primo Dwight, para participar da Naked Mile, do título original, uma corrida de uma milha com alunos da universidade, pelados!

O filme está tão escatológico como nunca, com cenas apelativas e constrangedoras, como a cena inicial da morte da avó do protagonista. Com certeza, fará a festa dos adolescentes que querem ver besteiras sem tamanho na tela da televisão (enquanto os pais não estão em casa) ou no micro computador, com a porta do quarto trancada (se é que me entendem).

Enquanto o quarto filme da série ainda é o patinho feio de todas as produções que levam o mesmo nome, este daqui resgata o propósito de mostrar alguns assuntos relacionados aos problemas e desventuras dos adolescentes e, acima de tudo, muita mulher pelada.

O bom é que o Stifler que não tem nada a ver com a família não tenta seguir o padrão dos familiares e não faz nenhuma imitação de outros personagens anteriores, como a não-tão-bem-vinda interpretação de Tad Hilgenbrink, como Mat Stifler. E para um personagem que não tem nada a ver com o original, apenas um final romantiquinho de adolescentes sonhadores poderia ser adequado, o que também destoa dos padrões Stifler.

Algumas situações rendem piadas engraçadas (dentro dos limites da produção, claro!) ao longo do filme todo. Para alguns, pode se tornar um pouco cansativo, mas as brincadeiras sobre anões e ereções fazem a graça de boa parte da história. A cena em que a fraternidade do primo de Eric joga futebol contra um time de anões "furiosos" tem sua dose de originalidade e absurdo, começando pelos vocativos utilizados contra os pequeninos: Super Mouse, Oompa Loompa, Pirulitos. Por outro lado, a cena em que os amigos de Eric consomem pílulas para ereção e correm a milha "armados", e depois participam de algumas provas com "paudurecência", é hilária. Vale a pena lembrar da prova do ping-pong, do levantamento de balde, do tiro ao alvo.

Mas, no final, é muito do mesmo, sem muita novidade. E como aconteceu nos três primeiros filmes da série, o personagem principal é meio bobo e não tem tanto apelo com o público, e é um Stifler que rouba a cena, desta vez na pele de Dwight Stifler (Steve Talley), que tem carisma de sobra se comparado com o Matt, de American Pie 4. Ele nem tenta ser outra cópia de Sean William Scott e até lembra o Van Wilder, de Ryan Reynolds, em O Rei da Festa, coincidentemente uma produção da National Lampoon.

Vida longa aos Stiflers. Coadjuvantes, não protagonistas.

Nota: 4/10

Felipe Edlinger
05 de março de 2008

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