
Directed by David Frankel
Puro e simples, direto ao ponto: o filme é realmente muito bom, e faz direito a todo o frissón que causou desde sua estréia no cinemas. Dois fatores para tal: 1) a linda e cativante Anne Hathaway e 2) a exuberante Meryl Streep que é, bem, Meryl Streep.
Para aqueles que pensam que a moda é apenas uma coisa banal que fabrica desejos e atribui status, meus parabéns, você acertou em cheio. Porém, assim como a publicidade, é um indústria poderosa que dita as regras de boa parte do mundo moderno, com tendências e regras que são obsessões para quem aprecia o tema, criando egos inflados e conflitos de marca maior.
Anne Hathaway é Andrea Sachs, jovem recém formada em jornalismo, que consegue o emprego que toda garota (e garotos) fã de moda gostaria de ter, o de segunda assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep). Cínica, egoísta, egocêntrica e poderosa, Miranda é a executiva da revista de moda Runway. Ela é conhecida por abominar e maltratar todas as outras pessoas a sua volta, e faz exatamente a mesma coisa com a nova funcionária, que resiste duramente aos mal tratos e humilhações do cotidiano para provar que poder vencer os desafios e superar as expectativas da grande megera.
Meryl Streep, mais uma vez, está maravilhosa em um papel que lhe rendeu outra indicação ao Oscar (desses ela já tem dois, um por A Escolha de Sofia e outro por Kramer vs. Kramer). Sua personagem transpira prepotência e maldade, mas de uma maneira que não é, necessariamente, fácil de odiá-la. Ela não é estúpida, mas uma arrogante discreta e que demonstra seu poder com o mínimo gesto. Porém, não poupa esforços para rebaixar as pessoas e mostrar sua superioridade; e isso tudo, sem perder a classe e a elegância. Os gestos, os olhares, as poucas palavras deixam bem claro quem manda no lugar.
Anne Hathaway é a mesma de Diário de Princesa 1 e 2 e é uma versão mais nova de Liv Tyler com Penélope Cruz, ou seja, uma menina linda com talento latente. Vem melhorando a cada filme que faz e neste fez jus ao destaque dado pela mídia internacional. Ela é a garota simpática e linda que não se importa com o que os outros do ramo da moda se importam: glória, pedestais e holofotes. Ela apenas quer fazer um bom trabalho como jornalista.
Para quem curte a área, o filme é um banquete para os olhos. Na verdade, até mesmo para quem não entende nada de moda, é impossível não se deslumbrar com os protagonistas (aliás, todos os personagens, praticamente) desfilando o tempo todo com modelos Armani, Gucci, Dulce & Gabbanam Chanel, Valentino, Louis Vuitton, Calvin Klein e, claro, o Prada do título da produção.
O filme é baseado em uma história real, de Lauren Weisberger, que foi assistente de Anna Wintour, a editora-chefe da revista Vogue América. Fica complicado até imaginar trabalhar na vida real com uma pessoal do porta da personagem de Meryl Streep, sem perder as estribeiras ou ter um derrame cerebral.
A personagem central de Anne Hathaway evolui ao longo da trama como uma nave espacial sendo lançada no Cabo Canaveral. Ela passa de mocinha bonitinha com roupas mal combinadas de segunda mão, com franjinha e rosto cru, para uma mulher arrasadora, sexy, com longas e exuberantes madeixas e maquilagem digna de desfiles de moda; tudo exaltado ainda mais pelos belos olhos grandes e castanhos da atriz, assim como a maravilhosa boca carnuda, que qualquer mulher gostaria de ter e qualquer homem gostaria de beijar. Um arraso.
As beldades que desfilam pela tela também recheiam a produção com imensa beleza e leveza, mesmo que cercadas de inveja, competição danosa e desespero de todos pelo alcance da excelência na moda. Outros coadjuvantes, de bom talento, também colaboraram com seus devidos papéis. Emily Blunt é Emily, a também graciosa, porém ambiciosa primeira assistente de Miranda; Stanley Tucci é Nigel, um dos acessores de Miranda que sempre fica a sombra dela; Adrian Grenier é o dedicado namorado de Andrea, Nate, que fica em segundo plano quando ela aceita o emprego na revista; Simon Baker é outro executivo do ramo jornalístico que joga seu charme para cima de Anne e a ajuda em algumas oportunidades. E ainda contamos com a nossa Gisele Bundchen fazendo uma ponta e interpretando muito mais em 2 minutos do que tudo o que ela não fez em seu outro filme, Taxi.
Um excelente filme, com uma história e roteiro excelentes, com excelentes intérpretes. E, como diria a personagem de Meryl Streep: "Isso é tudo!".
Nota: 8/10
Felipe Edlinger
07 de março de 2008
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