
Directed by Xavier Gens
Hitman - Agente 47 é um filme baseado em um jogo de videogames. Convenhamos que, normalmente, filmes criados a partir de jogos não têm um resultado muito bom, vide os dois Tomb Raiders, House of the Dead e Resident Evil. Porém para quem jogou ou não o jogaço Hitman, o filme é, sim senhores, um bom programa, mesmo para os que nem são fãs.
O filme trás a tipica trama de armação para cima de um agente secreto, como já vistas na série Missão Impossível e filmes derivados, mas que consegue prender a atenção e entusiasmar. Um assassino, que responde apenas por "47" (Timothy Oliphant), é contratado para eliminar o presidente russo; porém, quando está pronto para executar a missão, se encontra no meio de uma emboscada e de uma conspiração contra ele. Começa, então, uma luta pela sobrevivência, parecida com muitos outros filmes, como o recente Atirador, com Mark Wahlberg.
Timothy Oliphant, bad boy de carteirinha, desta vez interpreta o bom moço, matador de aluguel, que se encontra vítima da tal conspiração. Entre seus filmes estão os vilões bacanas de Show de Vizinha e Duro de Matar 4.0.
O visual puro e estéril do protagonista contraria sua natureza certeira e metódica, porém, se mantém fiel ao jogo. O estilo do matador, as roupas, ternos, gravatas vermelhas e camisas brancas fazem o personagem ser cool, mesmo sem ser o objetivo principal da produção, provando que os anti-heróis também podem render bons apelos junto aos fãs.
O diretor Xavier Gens não tem tanta experiência na direção, com apenas alguns curtas e dois longas na bagagem. Por outro lado, tem razoável história como diretor assistente de produções menores, incluindo alguns filmes de Jean Claude Van Damme, como A Colônia e Risco Máximo.
Como em qualquer jogo, a trilha sonora é uma atração a parte. Começa arregaçando com uma Ave Maria, de Schubert, delicada e sensível, em contraste às imagens de treinamento e lavagem cerebral de crianças que se tornarão assassinas, como o próprio agente 47. Mais pra frente, ela se transforma em uma trilha de videogame, com repetições e efeitos de impacto que povoam as várias cenas de ação.
E algo que torna o filme factível é que não existem super habilidades ou super poderes para o personagem de Oliphant, mas parece com alguém que foi treinado ao extremo por muito tempo e que faz as coisas objetivamente, não com movimentos de malabaristas ou firulas de Cirque du Soleil.
As cenas de luta são bem coreografadas, mas não são absurdas como as que utilizam as técnicas de cabos e outros efeitos especiais; porém, acabam muito mais rápidas do que normalmente acontece em filmes semelhantes. Mesmo assim, quebram o galho como bom exemplo de como colocar quatro assassinos para se digladiarem.
A câmera acelerada e os flashes agilizam ainda mais o filme e o clima de perseguição contra o tempo, entregando cenas obrigatórias em filmes de ação, com a intercalação de tomadas lentas e rápidas, com freqüência cada vez maior.
A duração da produção é na medida certa, com pouco mais de 1 hora e meia. Não cansa e não deixa entediado, e não deixa com gosto de quero mais.
Muitos poderão rever outros conhecidos na tela, como Robert Knepper, o T-Bag de Prison Break, que interpreta um investigador do governo Russo que se opõe a Dougray Scott, o ator que seria o Wolverine nas telonas e que, para nossa felicidade, se machucou em MI:2 e deu lugar a um tal de HUgh Jackman.
Como não poderia faltar, uma belíssima russa (na verdade, ucraniana) interpreta a Agent 47 girl (se James Bond pode, por quê ele também não pode?), Olga Kurylenko. Aliás, coincidência à parte, ela também estrelará o próximo filme de Daniel Craig como o agente 007, Quantum of Solace.
Mais um conhecido do grande público é Henry Ian Cusick, mais conhecido como o "brother" Desmond, da série sucesso Lost, de J.J. Abraham.
E o fato da trama se passar na Rússia, em ótimas locações como Saint Pitsburg e Moscou, cria um clima de curiosidade e fascínio, uma vez que uma das metades da Guerra Fria não é tão conhecida dos brazucas. Além disso, qualquer produção que tenha locações em Istanbul, na Turquia, também merece destaque.
Nota: 6.5/10
Felipe Edlinger
14 de fevereiro de 2008
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