segunda-feira, 1 de outubro de 2007

[MovRev] Minority Report - A Nova Lei

(Minority Report)

Directed by Steven Spielberg

O que aconteceria se juntássemos os maiores astros do momento para a realização de um filme? Eu diria que dependeria, e muito, dos gêneros nos quais esses maiores astros se consagraram.

Porém, uma vez que temos dois super astros reconhecidos por seus filmes (e dilheterias) de ação, o resultado seria, sem surpresa alguma, uma obra excitante, rápida, envolvente e de muito apelo comercial, que não deixaria nenhuma interrogação sobre quem são os donos do pedaço.

A primeira experiência entre Steven Spielberg e Tom Cruise resultou em uma ficção científica de primeira qualidade, de repercussão imediata e grande sucesso, nos cinemas, nos disquinhos e na televisão.

Tom Cruise é John Anderton, um policial que trabalha na divisão de Pré-Crime de Washington D.C., em 2054. A divisão conta com três seres humanos, modificados geneticamente e chamados Pre-Cogs, que têm poderes especiais de ver o futuro e, com isso, conseguem identificar quando um crime irá acontecer, o que leva o time de Anderton a impedir o fato. O crime na cidade foi drasticamente reduzido à zero. Tudo ocorre normalmente, quando os Pre-Cogs prevêm que Anderton cometerá um crime nas próximas 36 horas. Com isso, o policial tem que fugir de sua própria equipe e provar sua inocência, além de desmascarar uma conspiração contra ele.

O roteiro e a trama do filme são muito bem amarradas e orquestrados por quem entende do assunto (ou seja, Spielberg), trazendo reviravoltas, intrigas, mistérios e assassinatos. As cenas de ação são formidáveis, lembrando os bons filmes de Tom Cruise, como a série Missão Impossível nas diversas cenas em que o ator pula de carro em carro, é perseguido por policiais ou resgata pessoas.

As cenas futuristas muito bem realizadas, com efeitos especiais que não devem nada à nenhum ganhador do Oscar, transmitem idéias e tecnologias vindouras de dar água na boca, nos permitindo dar uma pequena olhada no mundo do amanhã, o que remete as diversas previsões e viagens de Stanley Kubrick, em 2001, Uma Odisséia no Espaço.

A caracterização de época e a fotografia ganham grande importância com as cores desbotadas e pastéis de um futuro insípido e estéril, quando a sociedade é controlada e padronizada para que anomalias não surjam e poluam o pseudo mundo perfeito.

Voltando a Tom Cruise, ele interpreta, em seu melhor, o papel de herói de ação, atirando, esmurrando, fingindo, fugindo, extraindo um olho, virando a situação a seu favor, etc, etc, etc. Já o vimos sendo um personagem bacana em Cocktail e Negócio Arriscado, ou um personagem com incertezas em Magnolia, Vanilla Sky e De Olhos Bem Fechados. Aqui, ele é uma mistura dos dois tipos, mesclando tristeza e pesar na interpretação, causados pela perda do filho pequeno, da qual se culpa até hoje, com roupas e apetrechos bacanas e agilidade de herói cool.

O contraponto vem de Colin Ferrell, eficiente como o antagonista (até certo ponto) do personagem de Cruise. Sarcástico e prepotente, ele é a medida exata para tentar mandar John Anderton para a cadeia. É tão assertivo que nos deixa com raiva, devido à sua persistência.

Mas o show, mesmo, fica por conta de Tom Cruise, que lidera toda a ação na produção, e Steven Spielberg, que indica o caminho correto para o herói.

Nota: 8/10

Felipe Edlinger
01 de outubro de 2007

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